O cenário partidário em Goiás revela uma forte tendência de esvaziamento para o Partido Liberal (PL) e, por consequência, para o projeto de candidatura ao governo do Estado do senador Wilder Morais. O PL já perdeu 12 prefeitos desde o início do ano, fato que mina a estrutura de palanque do partido no interior.
Para Wilder, o problema aumenta porque a candidatura ao governo em 2026 exige estrutura territorial — prefeitos em aliança, mobilização local, base de apoios — e isso está justamente onde o PL está vacilando. Mesmo sendo presidente estadual da sigla, ele enfrenta o fato de que muitos dos prefeitos já buscam alinhamento com a base do governo estadual ou com o candidato natural do governo.
Além disso, a lógica eleitoral goiana aponta que caminhar sozinho, sem alianças fortes ou sem apoio de prefeitos e lideranças regionais, torna a tarefa quase impossível. A capacidade de articular apoios em municípios médios e pequenos — tradicionalmente decisivos em Goiás — se regredir, a candidatura se torna mais simbólica do que efetiva.
Somado a isso, já existe no PL uma avaliação interna de que será necessário compor em 2026 e priorizar a busca por uma cadeira ao Senado, em vez de lançar candidatura própria ao governo. Isso reforça o entendimento de que Wilder pode estar sendo empurrado para um papel de coadjuvante, ou ao menos dependente de alianças que antes ele poderia comandar.