O deputado estadual Paulo Cezar Martins (PL) deu um passo decisivo rumo à sua saída do Partido Liberal para se filiar ao MDB e fortalecer o projeto eleitoral do vice-governador Daniel Vilela em 2026. A mudança foi discutida em um encontro no Palácio das Esmeraldas, articulado por Daniel, com a presença do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na última quinta-feira (13/11).
Durante a reunião, Paulo Cezar afirmou a Caiado que está empenhado em garantir a governabilidade de Daniel Vilela e que pretende “cerrar fileiras” na chapa liderada por ele. Segundo o deputado, o convite de Daniel para retornar ao MDB foi determinante. “O vice-governador me fez enxergar a importância de uma gestão séria, com foco no trabalho. Quero ajudá-lo a ser governador”, afirmou.
Paulo Cezar reconheceu que, no passado, quando Caiado disputou o primeiro mandato, defendia que o MDB lançasse candidatura própria ao governo — posição que não prevaleceu dentro da sigla. Ele admite que, naquele período, não percebeu o peso estratégico da aliança entre MDB e Caiado e adotou um discurso mais crítico, mas sempre preservando a relação pessoal com o governador. “Nunca houve desavença. Sempre respeitei o governador eleito e reeleito democraticamente pelos goianos”, observou.
Segundo o deputado, o próprio Daniel Vilela o incentivou a “fazer as pazes” com Caiado. “Eu não faço política com fígado, com radicalismo”, declarou, destacando que conhece Daniel desde a infância e sempre admirou o legado político de Maguito Vilela. “O Daniel herdou do pai muitas qualidades boas. É jovem, tem formação intelectual e desprendimento, mas, acima de tudo, tem pedigree.”
Com seis mandatos na Assembleia, Paulo Cezar concluiu citando o economista Roberto Campos: “Sobram construtores de muros. Precisamos urgentemente de construtores de pontes.” A filiação ao MDB é tratada como encaminhada e deve ser concretizada entre março e abril de 2026, no período de janela partidária estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
*Nova baixa*
A saída do deputado Paulo Cézar Martins reforça o esvaziamento sofrido pelo PL em Goiás. Em menos de um ano, o partido comandado no Estado pelo senador Wilder Morais perdeu metade dos 26 prefeitos eleitos em 2024. A falta de definição do projeto eleitoral da legenda para 2026 deve acarretar em novas perdas nos próximos meses.