POR Redação
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou em entrevista à revista Veja que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vencerá as eleições de 2026. Para o goiano, a população demonstra crescente insatisfação com o governo federal, e a chave para o sucesso da oposição está na união da centro-direita em torno de um projeto coerente, firme e responsável. “As pesquisas mostram que 56% dos brasileiros dizem que Lula não merece a reeleição. Tudo o que ele prometeu não aconteceu. O Brasil está no caminho errado”, declarou.
Durante a entrevista, Caiado reforçou sua pré-candidatura à Presidência da República pelo União Brasil e criticou as tentativas de setores políticos de minar sua viabilidade eleitoral. Segundo ele, a federação entre União Brasil e Progressistas (PP) pode ser revista, caso continue prevalecendo o que chamou de “interesses pessoais”. O governador citou diretamente o senador Ciro Nogueira (PP), que tem articulado em favor de outras candidaturas da direita. “Nunca vi um presidente de partido desautorizar um pré-candidato da própria legenda. Isso mostra desespero e fim de carreira”, afirmou.
Caiado, que governa Goiás com 88% de aprovação, disse que o momento político exige respeito às lideranças com voto e legitimidade popular. “Apenas quem tem voto pode sentar-se à mesa de decisões políticas”, reforçou. Ele lembrou que foi eleito duas vezes em primeiro turno e que o União Brasil, sob a presidência de Antonio Rueda, segue fortalecido, “sem se submeter a comando externo”.
O governador também apontou que a pulverização de nomes da centro-direita não é fraqueza, mas um caminho estratégico. “Com quatro ou cinco pré-candidatos, garantimos o segundo turno em todas as simulações. E Lula não vence no segundo turno”, assegurou, defendendo que o eleitorado brasileiro busca alternativas com coerência, responsabilidade fiscal e credibilidade moral.
Críticas ao governo federal
Ao criticar o atual governo, Caiado classificou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como um “café requentado”, ao acusar Lula de governar com base na divisão e na retórica. “Nunca vi governar dividindo o país entre classes sociais. Isso mostra fragilidade e falta de credibilidade”, disse. Para ele, o presidente perdeu a confiança da população ao não cumprir promessas de campanha, como o aumento do poder de compra e a redução efetiva do custo de vida. “Não tem cerveja com picanha. Os juros estão altos, e está cada vez mais difícil comprar a cesta básica”.
O goiano também criticou o aumento da carga tributária, exemplificado na tentativa frustrada de taxar as apostas eletrônicas, e afirmou que o país caminha para um quadro preocupante de endividamento e descrédito internacional. “Receberam uma dívida-PIB de 72% e vão fechar o ano podendo ultrapassar os 90%. É um governo que só sabe enfiar a mão no bolso do brasileiro”, alertou.
Diálogo
O governador reafirmou que continuará a dialogar com outras legendas, como o Podemos e o Solidariedade, mas sem abrir mão de sua identidade. “A base da centro-direita é ampla, e vamos procurar ampliá-la ainda mais. Conversar faz parte da política, mas sem perder a coerência”, disse. Caiado também elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro, reconhecendo sua capacidade de mobilização, mas defendeu uma direita independente e institucional, baseada em propostas e não em personalismos.
“Não gosto de fulanizar as análises. O debate de 2026 deve se concentrar em soluções para o país, como reduzir juros, conter o endividamento e recuperar a confiança internacional. É isso que o União Brasil vai defender”, concluiu.
