
O setor de veículos automotores continua sendo um dos mais prejudicados pela pandemia de covid-19 e a redução das atividades econômicas do país. A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgou nesta terça-feira (2) que os emplacamentos de veículos novos recuaram 17,48% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2020.
No total, foram 242.080 unidades emplacadas, contra as 293.357 registradas no segundo mês do ano passado.
Na comparação com janeiro deste ano (274.081 unidades), o resultado também foi negativo, com redução de 11,68%.
Para o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, a falta de peças nas montadoras e o avanço de casos de covid-19 explicam os dados decepcionantes.
“Na indústria, mesmo com os esforços das montadoras, para aumentar a produção, a falta de disponibilidade de peças e componentes ainda persiste, fazendo com que algumas fábricas tivessem de paralisar, temporariamente, a produção em fevereiro, afetando, de forma importante, a oferta de produtos”, disse.
Ele também destacou que o fechamento de comércios em vários cidades do país por causa do avanço da pandemia dificultou as vendas.
No acumulado do ano, a retração foi de 14,85%, totalizando 320.793 unidades, contra os 376.722 emplacamentos, registrados no mesmo período de 2020.
Esses números divulgados pela federação representam todos os segmentos automotivos: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros.
Se forem levados em conta apenas o nicho de automóveis e comerciais leves, eles mostraram queda de 17,85% em fevereiro de 2021 (158.237 unidades) se comparados com o mesmo período do ano passado (192.610 unidades).
Em relação a janeiro, quando foram licenciadas 162.556 unidades, o número é 2,66% menor.
Assumpção Júnior também criticou o aumento de impostos em São Paulo, que prejudicou bastante o setor.
“Os preços dos veículos, tanto novos quanto usados, ficaram mais caros em São Paulo, em função do aumento de alíquota do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], que passou de 12% para 13,3% para veículos novos e de 1,8% para 5,53% para usados, tornando os negócios das concessionárias e lojistas quase que impraticáveis."