Em recado ao PP, Zé Eliton diz ter nojo a debater prática adotada no cenário político
Embora já tenha se sucumbido a pressões para atender exigências de partidos em sua base, por promessa de apoio à sua pré-candidatura à reeleição, como a criação de cargos e até de uma Secretaria, o governador Zé Eliton (PSDB) condenou ontem a prática, durante discurso no Centro Cultural Basileu França. Mesmo não tendo especificado nenhum partido, o recado de Zé Eliton foi entendido como para o PP que chegou a colocar publicamente, como condição para lhe apoiar, a ampliação do espaço do partido no governo. E o cargo escolhido foi a Saneago, com o argumento de facilitar um empréstimo de R$ milhões para a Companhia. A proposta foi prontamente rejeitada pelo atual presidente da Companhia, Jales Fontoura, com o argumentando que a empresa não tem dificuldades em obter empréstimo na praça. “Nada mais retrógrado, nada mais ultrapassado, nada mais vil, nada mais leviano, nada nos enoja mais do que ser obrigado a ter esse tipo de debate no cenário político, cruel debate”, reagiu o governador, para a plateia. Necessitando mais do apoio de partidos de maior porte, como PP e PSD do que qualquer outra coisa nesse momento, Zé Eliton pode ter dado tiro no pé com o seu, digamos, impensado desabafo. Fez um grande sucesso para vários políticos da chamada “base aliada”, porém ele pode ter se metido numa encrenca com o presidente do PP, Alexandre Baldy, que já vinha insinuando apoiar Daniel Vilela (MDB), até para atender recomendação feita pelo presidente Michel Temer, segundo tem sido noticiado pela imprensa, para que o PP apoie o emedebista. Zé Eliton precisa aprender, antes que seja tarde, que não existe político que tenha tido algum sucesso sem ter que “engolir sapos” – expressão utilizada para expressar o jogo de pressão e exigências mais descabidas, e até nojentas muitas vezes, que aparecem em meio à busca de apoios nas articulações políticas. Não significa que o cidadão tenha que concordar com elas, mas tem que saber driblá-las, sem ceder e sem perder os apoios. Depois espalhar um “balde de gasolina” centro da relação com o PP, no lugar de Zé Eliton qualquer político com experiência certamente se caracterizaria de “bombeiro” hoje para tentar apagar o fogo ateado ontem, para tentar segurar o PP do seu lado, antes que as “labaredas” se tornem incontroláveis. Caso contrário, sua candidatura pode sofrer grande prejuízo com eventual migração do partido para concorrente.
Vitti critica Vanderlan
O assunto predileto ontem no meio político foi a desclassificação do ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PP), pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zé Vitti (PSDB), para falar em nome do partido. Segundo Vitti, Cardoso chegou agora no PP e, antes, passou por outros três e sem ter identidade com nenhum.
Faltou coragem
Nas considerações sobre Vanderlan Cardoso, Zé Vitti ainda incursionou na direção do atual presidente estadual do PP, Alexandre Baldy. “Se alguém poderia ser visto como renovação no PP, seria o próprio Bady, que não teve a coragem de assumir esse papel”, cutucou. Segundo Vitti, no que depender dos deputados do partido, o PP, com certeza estará com o tucano Zé Eliton.
Pitaco de Zé Nelto
O deputado José Nelto (Podemos) não deixou passar a oportunidade de dar pitaco no assunto. Segundo ele, após o “pito público” de Zé Vitti em Vanderlan Cardoso, “se não houver uma resposta contundente” desse último, “ficará difícil até para que ele [Vanderlan] continuar fazendo política em Goiás”.
Sem barganha
A despeito das críticas desferidas às decisões do PP, Vanderlan Cardoso afirmou, na nota encaminhada à coluna, que elas serão tomadas pelo partido, sem interferência de quem está de fora. Reiterou que continuará se desincumbindo da missão de conversar com os pré-candidatos e com todos que tenham disposição de dialogar, mas “sem nenhuma barganha por cargos.”
Insatisfações
A forma de trabalhar do ex-deputado Samuel Belchior (MDB) na coordenação da agenda do pré-candidato Ronaldo Caiado (DEM), vem gerando insatisfações junto a “caiadistas” e “wilderistas”. Segundo esses críticos, o emedebista não retorna ligações e de “definir a agenda sem dar satisfações”, o que às vezes cria problemas no dia a dia, que poderiam ser evitados.
Questão de adequação
Incumbido inicialmente da articulação entre o comando da campanha e as bases dos candidatos, em pouco tempo a sua forma de trabalhar, segundo pessoas próximas do núcleo duro da pré-campanha de Caiado e Wilder Moraes, passou a criar algumas dificuldades. Mas segundo eles, é só uma questão de ajuste na forma de trabalhar que o ex-deputado vem colocando em prática, que pode ser adequada às necessidades da pré-campanha, exigidas no atual estágio da pré-campanha.
Dúvidas
Há uma série de dúvidas se as prefeituras goianas realmente receberão, nos próximos 30, dias os recursos provenientes dos convênios firmados com o Ministério das Cidades, na atual gestão. A começar pela Prefeitura de Goiânia, principalmente aqueles referentes às obras de Marginal Botafogo, aos estragos provocados pelas enchentes do início do ano. O prazo para a liberação dos recursos encerra no dia sete de julho. A partir dá já será considerado período de campanha eleitoral, cuja legislação veda esses repasses de recursos a partir dessa data.
Daniel critica
Pré-candidato Daniel Vilela (MDB) definiu como “fake” a indignação do governador Zé Eliton, ao criticar o “balcão de negócios” que existe no atual sistema político ao se referir à cessão de cargos em troca de apoio político-eleitoral. Conforme Daniel, ao contrário do que afirmou o tucano, o seu governo tem sido loteado em cargos “em troca de apoio político.”
Convite
Embora convidada pelo governador José Eliton a acompanhá-la a Pirenópolis, ontem à tarde, a senadora Lúcia Vânia não teve como aceitar o convite, porque já havia feito outros compromissos.
Críticas à Comunicação
Em nota publicada ontem no Blog JLB, o jornalista José Luiz Bittencourt Filho definiu a equipe de Comunicação do governo de Zé Eliton como inexperiente no setor público. Ao contrário da equipe de Marconi Perillo, segundo ele, que possuía vasta experiência e que, durante 20 anos o ajudou a ganhar cinco eleições.
Críticas à Lava Jato
Líder do governo na Assembleia, o deputado Francisco de Oliveira (PSDB) responsabilizou ontem a Operação Lava Jato pela “quebradeira” das empresas no País, durante entrevista no Programa Manhã Sagres, da Rádio Sagres 730. Chiquinho, como é mais conhecido, ainda isentou o ex-senador Demóstenes Torres da prática de crime no processo culminou com sua a cassação.
Cachoeira “perseguido”
Demóstenes Torres teve o mandato cassado por envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira, que também, segundo Chiquinho de Oliveira, não cometeu crime. Para ele, tanto Demóstenes quanto Cachoeira “sofreu” perseguições. Questionado na entrevista, pelos jornalistas Cileide Alves, Vassil Oliveira e Rubens Salomão, o deputado foi contraditório ou deixou de ser convincente em vários momentos da sabatina.
Folha parcelada
Vem circulando boca a boca nos últimos dias, entre assessores da área financeira do Estado, a informação de que o governo deve dividir o pagamento da folha em duas parcelas, para os servidores que recebem acima de R$ 3.500,00. A medida já poderia valer a partir desse mês, segundo previsão de um técnico do governo.
Gari ganha R$ 11 mil
O salário de garis concursados da Prefeitura de Caiapônia, no Vale do Araguaia, ganha mais que profissionais de várias categorias de nível superior. Pelo menos é o que consta no contracheque de uma funcionária, na folha de maio, enviado pelo ex-prefeito Antônio Lari. Confome mostra o documento, a gari cujo nome optamos por publicar apenas as iniciais E.R.O, para não expô-la, recebeu o valor líquido de R$ 11.466,05. A coluna disponibiliza o espaço para ouvir a funcionária ou qualquer pessoa que fale pela Prefeitura de Caiapônia, para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o caso.
Vanderlan rebate
Por meio de nota enviada à coluna, o empresário Vanderlan Cardoso classificou de “recado” as críticas do deputado José Vitti ao PP, que segundo disse, “passaram” para ele na tentativa de diminuir a atuação do seu partido no Estado. Devolveu a crítica de já ter sido filiado em três partidos, lembrando que Vitti também já passou pelo mesmo número de siglas partidárias, para questionar em seguida se diante desse histórico, o tucano pode opinar sobre identidade partidária.
Veja a íntegra da nota do empresário Vanderlan Cardoso
“Me estranha o recado que deram para o deputado passar na tentativa de diminuir a nossa atuação e a do PP na política de Goiás. Fica ainda mais estranho quando vem de José Vitti, que entrou na política a pouco tempo e mesmo assim já passou por 3 partidos. Como ele pode estar opinando sobre identidade partidária com esse histórico?
Sobre as decisões do PP, elas serão tomadas pelas lideranças do partido, sem interferência de quem está de fora. Além do mais, esses ruídos externos só causam desgastes desnecessários e não acrescenta em nada. Recebi a missão de conversar com os pré-candidatos sobre projetos e propostas para o Estado e vou continuar fazendo isso com todos que tenham disposição para o diálogo, mas sem nenhuma barganha de cargos, pois essa nunca foi minha forma de trabalhar.”