A partir desta sexta-feira (26/9), o Bosque dos Buritis — um dos espaços mais tradicionais e simbólicos de Goiânia — passará a ser fechado diariamente às 22h, por determinação do prefeito Sandro Mabel. A justificativa apresentada pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) é a de reforçar a segurança e proteger o meio ambiente.
A medida, no entanto, é alvo de críticas. O Bosque, localizado no coração da capital, sempre foi um espaço democrático e afetivo para os goianienses, ponto de encontro de famílias, esportistas, jovens e idosos. Ao impor o fechamento noturno, a Prefeitura restringe o acesso a um patrimônio coletivo que faz parte da memória afetiva da cidade desde sua inauguração, em 1941.
Para muitos especialistas em urbanismo, esvaziar os espaços públicos não resolve os problemas de segurança — ao contrário, a presença de pessoas é justamente o que ajuda a torná-los mais vivos e seguros. O fechamento, portanto, pode significar não apenas a limitação de atividades culturais e de lazer, mas também a perda de um espaço de convivência que simboliza a própria identidade de Goiânia.
Com a decisão de Sandro Mabel, o Bosque dos Buritis deixa de ser, após as 22h, um refúgio verde acessível a todos, para se tornar um local restrito, em desacordo com a vocação de um parque urbano que deveria ser vivido em sua plenitude pelos cidadãos.