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DEUS QUER VOCÊ VIVO

Igrejas que promovem cultos e missas querem ver os fiéis na UTI da Covid-19

Em tempos de pandemia mortal, não há saída a não eliminar as aglomerações de qualquer natureza e... receber a vacina

12/04/2021 às 16h00


POR Nilson Gomes

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Dirigentes religiosos gravaram vídeos quase às lágrimas protestando contra a decisão de fechar igrejas durante o período em que a Covid-19 estava explodindo em casos. Gritaram. Jogaram praga. Ameaçaram. Chamaram de ingratos governadores e prefeitos. Achincalharam ministros do STF. Quanto mais picareta, mais expeliu impropérios. 

Pastores e padres estavam corretos e errados: 

ACERTO – Realmente, as igrejas têm papel importante na sociedade, servem como assistência social, recuperadora de dependentes químicos, terapia de família, hospital de alma... 

EQUÍVOCO – Não esclareciam aos fiéis que o coronavírus é transmitido também dentro de igreja, como em qualquer aglomeração, que o culto doméstico, on-line, também é de Deus. 

Ou seja, são necessidades de solução adiável, mas os cuidados com a Covid-19 exigem urgência. Para orar, rezar, conversar com Deus, ninguém precisa sair de casa. O esteio é a Palavra sagrada. Se estão dois ou mais reunidos em Seu nome, ali Ele estará. Aquele que crê e a frequenta sabe que igreja é fundamental, mas não é criação de Deus. O homem, sim. 

Então, preservar a vida do ser humano é mais divino que frequentar igreja. Alguns oportunistas colocaram em ação teorias conspiratórias de proibição definitiva de religiões, perseguição ao povo de Deus, comunismo, obra do diabo e outros absurdos. Nada disso. A paralisação momentânea de atividades que gerem aglomerações é vital em pandemias. A movimentação nas igrejas é uma delas. 

Neste texto não se avalia se padres e pastores realmente representam Deus. Se seus templos são superiores a sinagogas, terreiros, centros espíritas. Se o próprio cristianismo oferece disparidades imensas em relação ao Cristo. Nem se discute também a apropriação do nome de Deus por determinados grupos. 

O que se deseja é tranquilizar: a igreja é você. Quem não pode se fechar ao sagrado é você. Você e sua família estão em casa invocando o nome do Senhor? Eis o culto, eis a missa, eis o propósito se realizando. 

Maluquetes da política celebram não o Cristo que salva, cura, batiza e voltará. Invocam um deus raivoso, um cristo vingativo, ou seja, um sagrado fake. O que esses usurpadores desejam é a volta das Cruzadas, incendiar livros, queimar gente viva. 

Se alguém rebate um post nas mídias sociais ou no WhatsApp com algo que os contrariem, os radicais se revelam distantes de Jesus: despejam sua ira, digitam/falam palavrões, o interlocutor vale exatamente nada. Espera-se de padres e pastores que façam exatamente o contrário. 

As autoridades na área de saúde, sobretudo as sanitárias, recomendam aos chefes de Executivo as medidas de proteção. Aí entrariam as igrejas, pastores, padres, bispos, apóstolos, cardeais, arcebispos, cantores gospel, diáconos, presbíteros, missionários, obreiros, sacristãos: explicar ao fiel a importância do protocolo para permanecer saudável e salvar vidas.

Que Jesus perdoe esses falsos profetas e aja para que se convertam. Que Deus tenha piedade de quem usa Seu nome para fins de extermínio de sua criação mais popular, um filho imperfeito, falho, mas que leva Seu nome a todos os rincões e pecadores, inclusive aos que se arvoram de pastores, mas fazem papel de lobos: o homem. 

 

STF proibiu reuniões religiosas

 

Por 9 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na últimaquinta-feira, 8, que Estados e municípios podem impor restrições a celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas, em templos e igrejas durante a pandemia de Covid-19 — divergiram os ministros Nunes Marques e Dias Toffoli. Na prática, significa que as templos e igrejas permanecerão fechados, já que na maior parte do país foram proibidos de funcionar enquanto durar a pandemia. 

Os ministros do Supremo julgaram uma que pedia a derrubada de decreto estadual de São Paulo que proibiu cultos e missas presenciais em templos e igrejas. O julgamento veio após decisões conflitantes sobre o mesmo tema dos ministros Nunes Marques e Gilmar Mendes.

No sábado3, ao julgar pedido da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), o ministro Nunes Marques aceitou o argumento da liberdade religiosa e proibiu que celebrações em templos e igrejas fossem vetadas por estados, municípios e Distrito Federal em razão da pandemia.

Na segunda (5), o ministro Gilmar Mendes tomou decisão divergente. Ele rejeitou liminarmente (provisoriamente) a ação do PSD — que pedia a derrubada do decreto estadual que proibiu cultos e missas em São Paulo devido à pandemia — e enviou o caso ao plenário do STF, que dirimiu a dúvida decidindo, por maioria, contra o funcionamento dos templos e igrejas.