A energia de biomassa produzida a partir do bagaço de cana em usina sucroenergética de Goiás será caso de estudo de pesquisadores da Universidade das Nações Unidas. Na quarta-feira (6), o secretário titular da Secima, Hwaskar Fagundes, recebeu um grupo de pesquisadores alemães que pretendem realizar estudo sobre a relação de sistemas de produção energética e o consumo de água.
Coordenadora do projeto, Martina Flörke explicou que o estudo científico vai analisar quatro casos de sistemas de produção energética: termoelétrica, a base de carvão, na Alemanha; hidroelétrica, na divisa alemã com a Áustria; de energia solar concentrada no Marrocos; e da biomassa produzida a partir do bagaço de cana desenvolvido pela usina Jalles Machado, de Goianésia. O objetivo, segundo ela, é verificar o quanto cada sistema energético exige de consumo de água e a possibilidade dele causar escassez hídrica em escala local ou mundial.
Os pesquisadores da Universidade das Nações Unidas estavam acompanhados do presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (Adial), Otávio Lage de Siqueira Filho, e do técnico da Embrapa Cerrado (DF), Vinicius Buffone, que também participa do projeto científico.
Participaram da reunião pela Secima o superintendente executivo do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Paulo Humberto Guimarães Araújo e o superintendente de Recursos Hídricos, Gustavo Henrique Soares, junto com técnicos de suas equipes.
Dados abertos
Ao explicar seu projeto de pesquisa, Martina Flörke garantiu que os resultados serão disseminados. “Teremos um portal na internet, onde todos os dados serão armazenados e terão acesso disponível. São dados abertos”, afirmou.
Ela acrescentou que a Alemanha, que tem sua principal matriz energética no sistema termoelétrico a base no carvão, pretende adotar energias renováveis com emissão zero de dióxido de carbono até o ano de 2050. Mas para isso, ela avalia qual será o sistema energético mais viável e que poderá ser executado com o uso mais racional dos recursos hídricos.
O secretário Hwaskar Fagundes disse que o Governo de Goiás pensa da mesma maneira que os pesquisadores alemães. “Também estamos preocupados com o uso consciente dos nossos recursos hídricos”, ressaltou. Ele colocou a Secima à disposição para contribuir com o estudo da Universidade das Nações Unidas. Em seguida, os pesquisadores conheceram o sistema de outorga de água da Secima e as mudanças que estão sendo planejadas para aperfeiçoá-lo.
Foto: Governo de Goiás