A Justiça do Trabalho condenou uma empresa a pagar R$ 500 mil a um fundo e indenizar sete trabalhadores que foram encontrados em situação análoga à escravidão em Anápolis. Eles trabalhavam na construção de um hangar na Base Aérea e dormiam em colchões colocados no chão.
Os funcionários, que eram de outros estados e se mudaram para Anápolis para trabalhar na obra, foram resgatados em novembro de 2020. O alojamento ficava a cerca de 4 km da Base Aérea. Eles dormiam em colchões colocados no chão.
O alojamento não tinha fogão, geladeira, mesas e cadeiras. Os banheiros eram sujos e com mau cheiro. Os trabalhadores contaram que não recebiam comida suficiente, tendo que trabalhar com fome ou pedir dinheiro emprestado para conseguir se manter.
Diante dos relatos dos funcionários e fotos do alojamento apresentadas, a Justiça condenou a empresa a pagar uma indenização de R$ 500 mil que será direcionado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador. Além disso, os trabalhadores deverão ser indenizados em R$ 5 mil e terem as despesas pagas para que possam voltar às suas cidades de origem, caso queiram.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que não faz parte do processo e que eventuais condenações são dirigidas à empresa contratada.
“Destaca-se ainda que, na ocasião da denúncia, a empresa não estava instalada na Base Aérea, tendo sido contratada pra executar uma obra na unidade militar”, diz o comunicado enviado pela FAB.