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CRIME

Caso Pavesi: médico condenado por retirar órgãos de criança viva é preso em SP

Médico só teve a prisão concretizada 23 anos após o crime

11/05/2023 às 07h00


POR Redação

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Foi preso na tarde de terça-feira (9/5), no interior de São Paulo, o médico Álvaro Ianhez, condenado a mais de 21 anos de prisão por retirar órgãos de uma criança viva.

O caso aconteceu em Poços de Caldas, Minas Gerais, em abril de 2000. Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, foi a vítima do crime.

Prisão de médico condenado por retirar órgãos de criança viva

O médico foi condenado em abril de 2022 por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e pelo fato da vítima ser menor de 14 anos.

A prisão foi feita 23 anos após o crime, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu cassar a liminar que impedia a prisão de Ianhez.

O médico foi encaminhado para a cidade de São Paulo (SP), mas deve ser transferido para uma unidade de Minas Gerais. O processo é responsabilidade do Departamento Penitenciário de Minas Gerais.

“A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Justiça de Minas Gerais já foi comunicada pelo MPMG da prisão.”, informou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em nota. 

Outras condenações

De acordo com o MPMG, o caso ficou conhecido como ‘Máfia dos Transplantes’ e contou ainda com a condenação de outros dois médicos, que pegaram penas de 25 anos de prisão. Um outro médico foi absolvido pelo júri.

Entenda o caso Pavesi

Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, foi internado no Hospital Pedro Sanches após cair de uma altura de 10 metros do prédio onde morava.

Dois dias depois ele foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, onde teve os órgãos retirados.

Os pais do menino receberam a informação que ele tinha sofrido morte cerebral devido um traumatismo craniano.

Os médicos então disseram que os órgãos da criança também haviam sido retirados e enviados para o banco de transplantes da unidade.

Entretanto, segundo o MPMG, os rins e córneas retirados da criança foram encaminhados a pacientes do próprio médico e também para uma clínica privada, contrariando a Lei de Transplantes.

A desconfiança surgiu depois que os pais receberam uma conta de quase R$ 12 mil referente aos medicamentos usados para a remoção dos órgãos.

Neste caso, todo o processo deveria ter sido custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Polícia Federal então começou a investigar o caso e constatou que o exame para atestar a morte cerebral do menino foi feito de forma irregular.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a documentação foi forjada com objetivo de tornar a criança uma doadora de órgãos.

Na denúncia do MP, consta que a equipe médica cometeu atos e omissões voluntárias para forjar a morte da criança.

Durante o julgamento do médico, em abril de 2022, o advogado da família da criança, Dino Miraglia, levantou um questionamento sobre a forma que os médicos agiram.

“Se o menino estava com morte cerebral, para que anestesiou? Anestesiou porque não tinha morte cerebral. Se não tinha morte cerebral, não podia ter transplante”.