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COLUNISTAS

BRASIL

VIOLÊNCIA

Padre que abusou de adolescente e jovens com a promessa de “recuperar a virgindade” permanece preso

Por acharem que haviam cometido algum pecado de cunho sexual, as vítimas procuravam o padre, que falava desta benção, tocando o corpo das mulheres, inclusive nas genitálias

17/08/2017 às 17h03


POR Izadora Resende

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O padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira, de 45 anos, é suspeito de abusar de adolescente e jovem prometendo “recuperar a virgindade” das vítimas. De acordo com o Ministério Público, após a divulgação da prisão do padre, outras três outras jovens procuraram o órgão para denunciar o caso.

Existe a suspeita de que os crimes eram cometidos desde 2005 e podem ter envolvidos criança de 11 anos a mulher de 50.

O religioso foi preso preventivamente na quarta-feira (16), em Caiapônia, no sudoeste de Goiás, e levado para Anicus. Durante seu depoimento, ele preferiu ficar em silêncio. O mandado contra o padre foi pedido após o relato de duas vítimas, que tinham 14 e 21 anos na época dos abusos, em 2014.

O promotor Danni Salves Silva explicou que “essas duas vítimas são de Americano do Brasil. Mas nos foi informado que em 2005, em Anicus, ele teria vendido a mesma promessa de purificação a uma mulher de 50 anos e, há dois ou três meses, em Caiapônia, ele teria agido da mesma forma, trocando mensagens com uma criança de 11 anos.”

De acordo com o Ministério Público, as novas vítimas informaram que foram abordadas da mesma forma pelo padre. “Quando as vítimas o procuravam achando que tinham cometido algum pecado de cunho sexual, ele falava dessa benção, tocando o corpo das mulheres, inclusive nas genitálias. Ele ainda falava que era necessário enviar fotos nuas, de frente, de costas e com as pernas abertas, para haver uma manutenção da santificação”, relatou o promotor.

De acordo com as investigações, os abusos aconteciam dentro da casa paroquial Diocese de São Luis de Montes belos, e duravam por volta de 1h a 1h30. As vítimas relataram ainda ao Ministério Público que se sentem culpadas por terem deixado ser abusadas pelo padre.

“Uma delas chorou do início ao fim do depoimento, perguntando se ela era culpada por aquilo. Ela chegou até a pesquisar na internet se aquele tipo de benção, tocando as partes íntimas, existia dentro da Igreja Católica”, contou o promotor.

O religioso permanece preso. O Ministério Público ainda está ouvindo as vítimas e espera que, com a divulgação do caso, novas vítimas procurem o órgão. Dependendo da idade das vítimas, o suspeito pode responder por estupro, violação sexual mediante fraude e obter ou guardar mensagens pornográficas envolvendo crianças.

Foto: Ministério Público/Divulgação