Publi
Logomarca
Nublado
º
min º max º
CapaJornal
Versão Impressa Leia Agora
Terça-feira. 30/09/2025
Facebook Twitter Instagram
COLUNISTAS

BRASIL

MEIO AMBIENTE

Justiça analisa vazamento de material radioativo no mar de Angra dos Reis

Usina nuclear informou que lançou pequeno volume no sistema de águas; órgãos ambientais buscam mais informações sobre o fato

24/03/2023 às 19h30


POR Redação

facebook twitter whatsapp

A Justiça do Rio de Janeiro está investigando vazamento de material radioativo ocorrido na usina de Angra 1 e que resultou no lançamento de água contaminada na Baía de Itaorna, em Angra dos Reis. Embora o incidente tenha ocorrido em setembro do ano passado, a Eletronuclear, a estatal responsável por gerir as usinas, só comunicou o fato 21 dias após o ocorrido. A informação foi divulgada hoje, 23, pelo jornal O Globo.

De acordo com a estatal, um “pequeno volume” do material radioativo foi “involuntariamente lançado no sistema de águas pluviais” e foi classificado como um “incidente operacional”, sem a necessidade de cumprir o “rito de notificações que seriam obrigatórias em caso de acidente”. Após análise do incidente, a Eletronuclear afirmou que não foram encontrados “resultados significativos”.

No entanto, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu uma investigação sobre o incidente e solicitou informações à Eletronuclear. Segundo o MPRJ, é necessário avaliar a gravidade do vazamento e verificar se todas as medidas de segurança foram adotadas pela empresa. É preciso também apurar a conduta da estatal em relação à comunicação tardia do incidente às autoridades competentes.

A companhia estima que 90 litros tenham escorrido para o mar. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável por supervisionar e controlar o programa nuclear do país, o Ibama e o Ministério Público Federal afirmam que houve demora na comunicação do vazamento às autoridades.

Inicialmente, a estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia informou às autoridades que o material radioativo foi contido e não vazou das suas instalações. Depois, mudou de versão e admitiu que uma pequena parte acabou lançada ao mar.

A Eletronuclear afirmou que vai contestar os relatórios do Ibama e da CNEN que apontam atraso na comunicação do acidente. No entendimento da empresa, o vazamento foi tratado internamente como um incidente operacional reportado nos relatórios regulares, e não como um acidente que justificaria uma notificação imediata às autoridades.

Ontem, a juíza federal Monica Maria Leone Cravo determinou que a Eletronuclear avalie todos os possíveis danos causados na Baía de Itaorna e divulgue publicamente “informações objetivas sobre o acidente e as medidas adotadas para remediar os danos, de forma a garantir o direito à informação da população afetada e a prevenir a manipulação de informações”.