O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento gratuito aos que pretendem parar de fumar, inclusive com o uso de medicamentos ministrados em forma de adesivos e gomas de mascar com nicotina. Em casos de dependência mais grave, também são oferecidos outros tipos de medicação. Para obter informações sobre unidades do SUS na sua cidade que oferecem o tratamento, basta telefonar, gratuitamente 136.
Em Goiânia, o Centro de Referência em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Craspi) oferece atendimento gratuito para tabagistas que desejam largar o vício. O trabalho realizado no Craspi e em outras unidades que realizam ações semelhantes nos demais municípios goianos é preconizado pelo Ministério da Saúde, que delegou aos Estados a aplicação das políticas da área. Com esse objetivo, em 1999 foi criada a subcoordenação de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco na Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).
No Craspi, todas as terças-feiras, durante quatro meses, o grupo se reúne por uma hora e meia, para trabalhar a dependência psicológica, comportamental e química – neste caso, com uso do ansiolítico bupropiona e adesivos de nicotina, contra a síndrome da abstinência da nicotina. Em contato com a unidade de saúde, foi informado à reportagem que as turmas deste semestre já estão completas, mas que em breve novos grupos serão abertos.
Como o tabagismo é um fator de risco para agravamento dos sintomas da Covid-19, o Ministério da Saúde (MS) traz algumas dicas e recomendações para quem deseja parar de fumar. Após as orientações iniciais, o interessado é encaminhado para uma atendente que pode tirar dúvidas e encaminhar o paciente para a unidade correta.
Segundo o atendimento, o primeiro passo é marcar a data de parada para os próximos 15 dias e comunicar as pessoas próximas sobre a importante decisão. Após definir a data, o fumante deve escolher como vai parar, se é de forma imediata ou gradual.
1) A parada imediata. Esta deve ser sempre a primeira opção. Você escolhe a data e, nesse dia, deixa de fumar.
2) A parada gradual. Você pode utilizar este método de duas formas:
Nos casos em que o paciente apresenta alto grau de dependência, são usados antidepressivos à base de bupropiona. Hoje, aproximadamente 80 unidades do SUS oferecem esse tipo de tratamento, mas somente seis delas, os Centros de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante, fornecem medicamentos gratuitamente. Nas demais unidades, a terapia é baseada em sessões em que profissionais que ajudam os fumantes a identificar situações que os levam a fumar e a conviver com elas.
Existem ainda métodos alternativos que auxiliam no tratamento, como as piteiras de redução de nicotina, a acupuntura e a laserterapia. Não há estudos reconhecidos pela OMS que comprovem a eficácia desses métodos, mas eles não são contra-indicados pelo Ministério da Saúde.
Os serviços de tratamento comportamentais e também medicamentoso contra o tabagismo em Goiás são realizados pelos municípios, por profissionais treinados por equipe multiprofissional da subcoordenação de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que também monitora o fluxo dos atendimentos no Estado.
Somente neste primeiro quadrimestre, esse trabalho atendeu 2,7 mil pessoas, dos quais 78% com idade entre 18 e 59 anos, em 178 municípios. Ainda desse total, 70% utilizam algum tipo de medicação, como adesivos de nicotina ou bupropiona – ou os dois, conforme dados da subcoordenação.
O programa atua prioritariamente nas escolas, unidades de saúde e nos ambientes de trabalho, para as quais desenvolve estratégias voltadas para a prevenção à iniciação ao hábito de fumar, incentivo à cessação de fumar e promoção dos ambientes livres de fumo.
É também a subcoordenção que analisa informações sobre a incidência e mortalidade por câncer para definição do quadro epidemiológico da doença no Estado e de seus fatores de risco. Os dados de 2019 já estão sendo organizados para posterior divulgação.
Entre as atividades realizadas pela subcoordenação incluem ainda a promoção do Encontro Anual dos Coordenadores Municipais do Programa de Controle do Tabagismo e responsáveis pela Assistência Farmacêutica; elaborar e distribuir materiais gráficos para a execução das ações de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer, bem como a distribuição dos medicamentos ofertados aos 246 municípios.