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COLUNISTAS

POLÍTICA

LAVA JATO

MPF solicita arquivamento da investigação que apura se Lula obstruiu a Lava Jato

Procurador Ivan Marx acredita que o nome do ex-presidente da república tenha sido usado por Delcídio do Amaral para garantir o acordo de Delação Premiada

11/07/2017 às 17h42


POR Izadora Resende

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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça nesta terça-feira (11), o arquivamento da investigação interna aberta para apurar a suposta tentativa de obstrução do andamento da Operação Lava Jato pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O procedimento foi aberto baseado na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.

O procurador Ivan Marx sustenta que no pedido não há provas da "existência de real tentativa de embaraço às investigações". Para o procurador, Delcídio teria usado o nome do ex-presidente para fechar acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

 “Ressalte-se não se estar aqui adiantando a responsabilidade ou não do ex-presidente Lula naquele processo, mas apenas demonstrar o quanto a citação de seu nome, ainda que desprovida de provas em determinados casos, pode ter importado para o fechamento do acordo de Delcídio do Amaral, inclusive no que se refere à amplitude dos benefícios recebidos”, explica o procurador.

Nos depoimentos de delação, Delcídio declarou que teria participado de uma reunião, convocada por Lula, em 2015, juntamente com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA), para traçar estratégias para barrar as investigações da Lava Jato.

A compreensão do procurador ao analisar o caso, é que não foram encontradas provas da suposta reunião, mesmo após a oitiva dos senadores que teriam participado dela.

“No presente caso, não havendo nenhuma corroboração para a versão apresentada pelo delator, e nem mesmo a possibilidade de buscá-la por outros meios, o arquivamento dos autos é medida que se impõe. No caso, não há que se falar na prática de crime ou de ato de improbidade”, entendeu o procurador.

O arquivamento vai ser decidido pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21