POR Izadora Resende
Sérgio Moro, juiz federal e símbolo da Operação Lavajato, afirmou nesta terça-feira (15), em São Paulo, que “não é momento de vacilações”. No Fórum Mitos e Fatos, da rádio Jovem Pan, o magistrado disse que “valeria a pena ter um efetivo maior da Polícia Federal.”
No governo do presidente Michel Temer (PMDB), com suspeitas de interferências políticas, a Polícia Federal diminuiu o efetivo destinado à força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e contingenciou 44% do orçamento de custeio previsto para 2017.
Em Julho, a PF acabou com o Grupo de Trabalho da Lava Jato, que foi criado em Curitiba, 2014, para atuar unicamente nas investigações do esquema de cartel e corrupção descobertos na Petrobras.
Moro ressaltou acreditar que “num quadro como esse, é preciso ter um enfrentamento, principalmente por parte da Polícia e do Ministério Público, sem vacilações. Eu respeito muito o diretor Leandro Daiello, acho que ele faz um excelente trabalho como direto, os delegados que trabalham em Curitiba são muito dedicados, coragem do superintendente da Polícia Federal em Curitiba.”
Contudo, ele afirma que “realmente era apropriado um aumento de efetivo, não no sentido de que há uma ação deliberada de enfraquecer a operação, mas eu acho que é preciso investir para chegar com esse caso até o seu final. Valeria a pena ter um efetivo maior da Polícia Federal.”
Para o juiz federal, é preciso que se tenha bons profissionais na esfera da polícia federal. E embora ele acredita que tenha, é preciso ter perfil adequado e dar condições para que o trabalho deles seja realizado em Curitiba.
O magistrado explica “não é tão caro” enfrentar a corrupção. É necessário ter uma boa equipe, mas sem grandes dispêndios financeiros. “Os ganhos da recuperação de ativos são muito expressivos. É um investimento barato”, conclui Moro.
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