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COLUNISTAS

POLÍTICA

GOIÂNIA

CEI da Comurg revela suposto nepotismo com salários de mais de R$ 25 mil

Pai e sogro do presidente da companhia recebem, juntos, quase R$ 50 mil, por mês

24/03/2023 às 12h30


POR Redação

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Nesta quarta-feira (23/3), a Comissão Especial de Inquérito, que investiga supostas irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (CEI da Comurg), ouviu o presidente da companhia, Alisson Silva Borges, durante cerca de três horas. Sobre o suposto caso de nepotismo, o presidente afirmou que seu pai e sogro trabalham na empresa com ganhos acima de R$ 25 mil, mensais.

Na ocasião, os vereadores questionaram Alisson acerca de possíveis de pagamentos antecipados pelo Executivo por obras não concluídas, dívidas, cargos comissionados e folha de pagamento. Além disso, solicitaram esclarecimentos sobre jetons, gastos com combustível e manutenção de veículos, bem como contratos com fornecedores.

De acordo com o presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB), o pai de Alisson, que é servidor aposentado, recebe R$ 6,5 mil em gratificação por sua função de assistente administrativo na Comurg, além de uma gratificação de R$ 12 mil incorporada ao salário de R$ 4,1 mil, totalizando um salário bruto superior a R$ 25 mil, conforme informações do Portal da Transparência.

Além dele, o sogro do presidente da Comurg ocupa o cargo de diretor de Urbanismo na empresa e recebe uma gratificação de R$ 12 mil, além de outras gratificações incorporadas ao seu salário-base, que chegam a R$ 28 mil.

Como defesa, Alisson afirmou que não indicou seu sogro para o cargo e que ele já ocupava a posição quando assumiu a gestão da empresa. Em relação ao seu pai, o presidente da companhia disse que ele é um servidor de carreira há 40 anos e que todas as indicações são feitas pelo prefeito de Goiânia e avaliadas pelo Conselho de Administração da Comurg. Segundo ele, a avaliação interna da empresa é de que não há nepotismo.

CEI da Comurg revela déficit de mais de R$ 200 milhões na companhia

Os depoimento de Alisson Borges na CEI expôs vários problemas na administração da empresa, que está enfrentando um déficit significativo de mais de R$ 200 milhões. Embora ele tenha mencionado dívidas trabalhistas, tributárias e com o INSS, além de pagamentos em duplicidade, não foi capaz de determinar o tamanho exato do rombo.

Durante a reunião da comissão, os R$ 8 milhões adiantados pela Prefeitura à Comurg foram destaque, já que se referiam a contratos de emendas impositivas e de obras nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e no Cemitério Parque, que ainda não foram concluídos.

O presidente da empresa admitiu ter usado recursos para pagar fornecedores e alegou que Valéria Pettersen, ex-secretária de Relações Institucionais, emitiu uma nota fiscal para permitir que a empresa recebesse adiantamentos, mesmo sem ter concluído as obras. Ele não pôde confirmar se o prefeito Rogério Cruz tinha conhecimento dos pagamentos antecipados.

Dessa forma, Valéria Pettersen será convocada para prestar esclarecimentos, assim como o ex-presidente da Comurg, Alex Gama.