Encurralado por sua reação ambivalente à violência racial em Charlottesville, na Virgínia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma estratégia defensiva e acusou os meios de comunicação de manipularem comentários, além de promoverem a divisão no país.
O presidente reapareceu após alguns dias com o perfil mais baixo em seu palco favorito: um comício para seus simpatizantes incondicionais, que lotaram o Centro de Convenções de Phoenix, no Arizona.
Trump falou de tudo, mas manteve o foco nos fatos ocorridos em 12 de agosto em Charlottesville, que lhe renderam muitas críticas de líderes de seu próprio partido e a rejeição do mundo dos negócios, com numerosas baixas em seus conselhos de assessoria formados por empresários, que ele acabou sendo obrigado a dissolver.
"O que aconteceu em Charlottesville é um golpe no coração dos Estados Unidos", disse Trump, para, em seguida, tirar do bolso anotações nas quais tinha reunido todas as suas declarações sobre o tema, e com as quais tentou convencer seus correligionários de que condenou os fatos desde o princípio, evitando seus comentários mais polêmicos.
"Eu culpei os neonazistas. Os culpei com tudo. Mencionei os supremacistas brancos, os neonazistas. Citei todos eles, vejamos. O Ku Klux Klan, temos o Ku Klux Klan", lembrou Trump, que acusou os meios de comunicação de ignorarem essas condenações e de citarem comentários seletivos para desacreditá-lo e aprofundar a divisão do país.
Trump, no entanto, não repetiu seus comentários mais polêmicos, quando acusou igualmente os "dois lados" - antifascistas e neonazistas - da violência que resultou na morte de uma mulher em Charlottesville.
Foto: Gage Skidmore