O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai aumentar a autonomia do exército norte-americano para tomar decisões com relação ao conflito no Afeganistão. “A microgestão a partir de Washington não é capaz de ganhar guerras”, disse o presidente em um discurso para membros das Forças Armadas. Trump afirmou que já retirou algumas das restrições colocadas por governos anteriores que impediam que o secretário de Defesa e os comandantes pudessem tomar decisões rápidas.
“Meu primeiro instinto era sair”, disse Trump, em uma referência ao seu ceticismo com relação à participação dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão e à dificuldade de colocar fim ao conflito. Logo depois de tomar posse, em janeiro, o presidente anunciou que iria revisar a estratégia militar para o confronto. Durante o discurso, ele afirmou que após tomar posse, reviu suas ideias.
Para o presidente, as consequências de uma saída rápida são previsíveis e inaceitáveis. “Uma retirada apressada iria criar um vácuo que os terroristas – incluindo o Estado Islâmico e a Al Qaeda – preencheriam instantaneamente, assim como ocorreu durante o 11 de setembro”, disse Trump. O secretário de Defesa, Jim Mattis, defende que a presença norte-americana no Afeganistão é necessária para proteger os Estados Unidos e seus aliados do terrorismo.
Trump havia concordado em enviar mais tropas ao país. Durante o discurso, o presidente também criticou Obama por ter saído do Iraque em 2011 e disse que a retirada criou um vácuo de poder que permitiu que o Estado Islâmico se espalhasse e crescesse. “Não podemos repetir no Afeganistão o mesmo erro que cometemos no Iraque.”
Foto: US Navy