Na busca constante por explicações que justifiquem nossas dificuldades cotidianas, o autodiagnóstico de transtornos psiquiátricos, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), vem ganhando destaque entre as novas gerações. O TikTok, por exemplo, virou uma espécie de plataforma para consulta médica gratuita, onde a hashtag #saúdemental já conta com 3,1 bilhões de visualizações.
Os transtornos campeões de menções em vídeos relacionados ao autodiagnóstico são o TDAH, o mais procurado da plataforma, com 4,4 bilhões de visualizações, seguido do transtorno do espectro autista (TEA), com 1,4 bilhões e o transtorno de personalidade limítrofe (conhecido como borderline), apresentando 613,4 milhões.
Em relação ao autodiagnostico, adolescentes e jovens adultos são os mais afetados. No TikTok, por exemplo, a partir dos 13 anos já é possível abrir uma conta e o público majoritário da rede é a geração Z (nascidos entre 1990 e 2010). Entre os usuários ativos mensais da plataforma, 60% têm entre 16 e 24 anos.
Segundo o portal do médico Drauzio Varella, o autodiagnóstico de transtornos psiquiátricos apresenta riscos significativos, especialmente em casos de TDAH.
O uso de substâncias, lícitas ou não, é uma prática comum entre os jovens de todas as gerações. Eles as utilizam para diminuir as tensões, fugir da realidade ou facilitar a socialização com outras pessoas. Nesse sentido, o álcool sempre foi o grande protagonista.
No entanto, a geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010) parece estar se afastando do álcool como opção para relaxar dos estresses do cotidiano. Em 2021, o consumo abusivo de álcool entre brasileiros de 18 a 24 anos caiu para 19%, o menor patamar desde 2015, segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).
Essa tendência também foi observada em outros países da América Latina. A pesquisa Geração Z pelas lentes latinas, realizada pelo Grupo Consumoteca, descobriu que, enquanto 37% dos jovens declararam ter comprado bebida alcoólica nos últimos 3 meses, mais de 50% deles afirmam ter adquirido medicamentos com ou sem receita no mesmo período. Os entrevistados foram 2 mil jovens entre 17 e 24 anos da Argentina, Colômbia, Brasil e México.