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Moléculas das células-tronco podem ser a esperança contra mal de Parkinson e ELA

A descoberta já é considerada inovadora por um estudo da revista Scientific Reports

12/07/2017 às 17h53


POR Izadora Resende

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Uma grande descoberta feita por um grupo de pesquisadores portugueses das universidades de Coimbra e do Minho pode mudar o destino de portadores de Parkinson e da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Os pesquisadores descobriram que uma molécula segregada por células-tronco aumenta o canal de comunicação entre neurônios, o que poderia favorecer a cura destas doenças.

De acordo com o estudo publicado na revista “Scientific Reports”, a descoberta é “inovadora”, já que o crescimento dos axônios (canais de comunicação) entre os neurônios pode ser crucial para curar essas e outras doenças, como as lesões vertebro-medulares.

Conforme a Universidade de Coimbra, que divulgou na última terça-feira (11) as conclusões do estudo, a molécula em questão foi denominada pelos cientistas como “fator neurotrófico derivado do cérebro”.

Os pesquisadores usaram a molécula do secretoma (substâncias segregadas por uma célula) das células-tronco e a aplicaram em neurônios.

Após a realização dos testes em ratos, verificou-se que o crescimento dos axônios estimulados com o secretoma das células-tronco era maior que o dos neurônios que não foram estimuladas com tal molécula.

Um dos participantes da pesquisa, Luís Martins, do Centro de Neurociências (CNC) da Universidade de Coimbra, explicou que “a investigação partiu dos problemas da eficácia do transplante de células-tronco no tratamento de doenças do sistema nervoso central.”

Ele ainda explica que os cientistas se centraram no estudo das moléculas libertadas através do secretoma das células-tronco do cordão umbilical humano para, assim, “compreender a sua função no crescimento dos axônios”.

Ramiro de Almeida, coordenador da pesquisa e membro do CNC, apontou que “o secretoma pode ser uma alternativa para o transplante, já que as moléculas das células-tronco responsáveis pela regeneração podem ser aplicadas sem a necessidade da presença das próprias células-tronco”.

O cientista também disse que “esta proposta é mais fácil e acarreta menos riscos, já que num futuro próximo será possível aplicar o secretoma em pacientes de uma maneira personalizada”.

Outro ponto interessante deste estudo é que o sistema nervoso central (onde atuariam as moléculas das células-tronco) tem uma capacidade de regeneração inferior ao do sistema nervoso periférico. Devido a isso, acredita-se que a descoberta poderá ser aplicada em pacientes de Parkinson e de ELA.

Foto: Divulgação