ROLLER PODE SER O ONYX LORENZONI DO GOVERNO CAIADO
O governo Ronaldo Caiado parece precisar desesperadamente de um Onyx Lorenzoni para a mediação com a classe política. O melhor candidato ao posto, por enquanto, é o secretário de Governo Ernesto Roller. Onyx é o ministro da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro e foi quem desenvolveu as articulações bem sucedidas para apoiar a eleição de Rodrigo Maia a presidência da Câmara Federal (ambos são do DEM) e também de Davi Alcomlumbre (também do DEM) para a presidência do Senado, o que deu robustez política para o governo federal nos seus momentos iniciais. A exemplo de Onyx, que foi deputado federal por cinco mandatos, Roller também tem experiência política (deputado estadual por dois mandatos e prefeito de Formosa) e jogo de cintura para enfrentar as complexas exigências da negociação com o parlamento. Só depende de Caiado que ele seja credenciado para o trabalho.
NOVO GOVERNO COMPLETA MAIS DE MÊS SEM ESTAR COMPLETO
Quatro meses depois de ter sido eleito, a 7 de outubro do ano passado, e mais de um mês após a posse, o governador Ronaldo Caiado ainda não completou o seu quadro de auxiliares. Dezenas e dezenas de superintendências, coordenações e diretorias não estão preenchidas, além de órgãos importantes que seguem sem comando, como a Junta Comercial, a Fapeg e a Agehab. Com tanto espaço disponível, é de se estranhar que Caiado tenha sido derrotado na eleição para presidente da Assembleia exatamente por ter despertado a insatisfação dos deputados com a sua recusa em ceder espaços na administração. No núcleo político do novo governo, sob o comando do secretário Ernesto Roller, prevalece a tese de que fevereiro deve ser marcado pelo chamamento à classe política para oferecer sugestões e receber alguma participação no 2º e 3º escalões. Consta que, pessoalmente, Caiado seria contra essa flexibilização.
MANUTENÇÃO DO BOLSA UNIVERSITÁRIA PRECISA SER REVISTA
Logo nos dias iniciais da sua gestão, Ronaldo Caiado anunciou a manutenção do programa Bolsa Universitária e ainda premiou as faculdades e universidades particulares com o compromisso de que o passivo de mais de R$ 80 milhões seria quitado dentro deste ano. Hoje, está claro que o governador se precipitou. Além de insustentável financeira, diante das dificuldades de caixa do Estado, o Bolsa Universitária não atende aos interesses do desenvolvimento estratégico estadual, pelo elevado volume de estudantes que financia fora da área técnica e, portanto, formando profissionais em cursos como o de Direito, que tem o mercado de trabalho saturado. O programa, tal como existe, é de assistência social, o que não tem o menor sentido e precisa ser revisto, caso ainda venha a ser mantido – quando o ideal aparentemente é a sua extinção.
AS BOAS SUGESTÕES DO SINDIFISCO PARA RESOLVER A CRISE FISCAL
Ao contrário das expectativas geradas com relação a uma milagrosa ajuda do governo federal, a crise fiscal do Estado pode ser resolvida com medidas que estão ao alcance do governador Ronaldo Caiado, como provam as sugestões anunciadas pelo Sindifisco – o sindicato que representa os fiscais e auditores da Secretaria da Fazenda. Tudo muito simples, indo direto ao ponto, ou seja, o Estado só se ajustará pelo aumento da arrecadação (as despesas são inelásticas e, como as da folha de pessoal, crescem vegetativamente) e isso só acontecerá com a eliminação dos privilégios das empresas beneficiadas por incentivos fiscais e outras regalias tributárias, como por exemplo a farra dos créditos outorgados ou não e das concessões de créditos especiais, além da criação de uma contribuição financeira sobre as commodities estaduais (o que equivale a um novo imposto). Problema e grande: mexer com isso corresponde ao mesmo que cutucar um vespeiro com a vara curta, despertando a ira do setor empresarial, e aí é preciso que o governador tenha coragem sobrando. Caiado tem? Deveria ter.
PROCESSO DE GILMAR MENDES CONTRA KREBS CHEGOU AO TJ
Com 12 páginas e assinada por uma das melhores bancas de advocacia de Brasília, a Mudrovitsch & Associados, chegou ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás a queixa-crime do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes contra o promotor Fernando Krebs – que, em entrevista à rádio Brasil Central, chamou Gilmar de “maior laxante do Brasil, por soltar todo mundo, sobretudo criminosos do colarinho branco”. Antes, o processo passou pelo Superior Tribunal de Justiça, para o estabelecimento de competência, quando ministros que nele despacharam consideraram a ofensa “grave”. No momento, Fernando Krebs é candidato a procurador-geral, disputando o cargo com mais nove colegas.
EXTINÇÃO SUMÁRIA DO GOIÁS NA FRENTE ERA ÚNICA ALTERNATIVA
A decisão de encerrar o programa Goiás na Frente, aquele que foi sem nunca ter sido, demorou, mas finalmente foi tomada pelo governo Ronaldo Caiado logo após completar um mês. Os prefeitos que acreditaram nas promessas de repasse e fizeram obras ou licitações com base nesses recursos fantasiosos vão ficar com um prejuízo grande no colo. O Goiás na Frente não tinha a menor sustentação estratégica, já que pulverizava preciosas verbas públicas em recapeamento de asfalto urbano, reforma de prédios e até eventos como rodeios-show e festivais gastronômicos, que não têm nenhuma repercussão no desenvolvimento geral do Estado ou mesmo na redução de desigualdades sociais. Simplesmente não havia outra alternativa para o programa que não a extinção sumária – o que finalmente aconteceu.
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