POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
INTERFERÊNCIA DA PRIMEIRA DAMA NO GOVERNO É ALGO QUE NUNCA SE VIU NEM EM GOIÁS NEM NO PAÍS
Ninguém tem na memória, pelo menos em Goiás e quiçá em todo o país, uma primeira dama que tenha atuado com tanta presença e força como Gracinha Caiado. O problema é que ela tem uma visão política limitada, dada a sua pouca experiência e falta de vivência no ramo. No final de contas, isso acaba criando problemas para o andamento do governo. Nem uma única nomeação, por menor que seja, sai sem o consentimento dela. O secretário Anderson Máximo, da Casa Civil, passa até duas semanas sem falar com Caiado, mas jamais um único dia sem despachar com a senhora de todas as decisões do Palácio das Esmeraldas. Caiado deve saber dos riscos que corre ao permitir que a sua companheira se dê a ousadias na área política e menos ainda deveria permitir intromissões na administração. O que está acontecendo é fora do padrão e incomoda. Provavelmente, um erro grave na medida em que cria distorções e riscos enormes para o governador.
ROBERTO NAVES E GUSTAVO MENDANHA INVESTEM PESADO EM MÍDIA
Tem causado forte impressão a movimentação dos prefeitos de Anápolis, Roberto Naves, e de Aparecida, Gustavo Mendanha, com ampla cobertura da mídia e das redes sociais quanto a inaugurações de obras e lançamentos de programas. Mas não se enganem, leitora e leitor. Como os dois são candidatos à reeleição, o protagonismo aparente que assumem decorre dos investimentos maciços em publicidade que ambos estão fazendo – por conta, é claro, dos cofres públicos. Da mesma forma, a intensa presença que marcam nas redes sociais. Na verdade, é como o velho ditado: por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. Nem Roberto Naves nem Gustavo Mendanha contam com a aceitação popular que tem sido decantada em blogs e jornais comprados, os mesmos que declaravam inevitável a vitória de Zé Eliton e Marconi Perillo nas eleições passadas. O resultado foi o que se viu.
CAMINHO DE CORA: AJUDA DE JOSÉ NELTO EM BRASÍLIA FOI IGNORADA
O roteiro turístico denominado Caminho de Cora, que o governador Ronaldo Caiado vai oficializar, só será viabilizado graças aos recursos que o deputado federal José Nelto conseguiu no Ministério do Turismo. Há poucos dias, o parlamentar levou a primeira dama Gracinha a Brasília, onde o apoio do governo federal ao projeto foi acertado diretamente com o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (por sinal, namorado de uma goiana, filha do empresário Beto Rassi). Pouco mais de R$ 1 milhão de reais serão investidos. O detalhe que incomoda é que, na Cidade de Goiás, ao falar à imprensa, e nas publicações nas redes sociais, Caiado ignorou solenemente a ajuda que recebeu de José Nelto – hoje o deputado federal com mais influência nos corredores de Brasília. Que, a propósito, foi indicado para receber uma medalha da Ordem do Anhanguera, mas não apareceu.
AGOSTO TRAZ A REABERTURA DA ASSEMBLEIA E INCERTEZA PARA CAIADO
A semana que vem, já com agosto (mês do cachorro louco) correndo, trará a reabertura da Assembleia e, mais uma vez, reviverá a incerteza de aprovação legislativa das matérias de interesse do governador Ronaldo Caiado. O recesso não foi suficiente para apaziguar os deputados da base, que passaram o mês reclamando da falta de atendimento às suas reivindicações. Há sinais de que muitos deles já esgotaram a paciência e vão acabar aproveitando a primeira oportunidade, por menor que seja, para retaliar o Palácio das Esmeraldas. Para o segundo semestre, o principal desafio de Caiado é aprovar as leis restritivas que deverão acompanhar a adesão de Goiás ao rigorosíssimo Regime de Recuperação Fiscal, caso isso venha a ser possível. Não à toa, o presidente Lissauer Vieira – que está de cara virada para o governador e vice-versa – tem repetido que há consenso entre os Poderes, com exceção, claro, do Executivo, quanto a inconveniência do RRF para o Estado.
FARRA DAS MEDALHAS NA CIDADE DE GOIÁS REPETIU GOVERNOS DO PASSADO
Nada menos do que 334 medalhas honoríficas de latão dourado foram entregues pelo governador Ronaldo Caiado, na semana passada, durante a solenidade de instalação do governo na Cidade de Goiás, mobilizando centenas de funcionários públicos, um grande volume de despesas com diárias e transporte, além de aluguel de tendas e palcos (e quem sabe muito mais), sem falar no custo direto das insígnias em metal dourado – compradas pela Secretaria da Casa Civil por R$ 36 mil reais, à vista – e mais uma batelada de diplomas ricamente emoldurados. Como o governador vive garantindo que não há caixa para nada e com os salários de dezembro do funcionalismo até hoje sem liquidação integral, é de se questionar o tamanho da farra. Foi uma festança como poucas vezes houve, mesmo nos governos passados que tanto apreciavam esse tipo de evento. Dinheiro público jogado para cima. Ou pelo ralo.
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