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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 28 De Setembro De 2020

28/09/2020 às 11h21


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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PESQUISA SERPES, QUE BALIZA AS ELEIÇÕES EM GOIÁS, INDICA VITÓRIA DE VANDERLAN POR FRENTE SIGNIFICATIVA

As pesquisas do instituto Serpes, pela seriedade e alta margem histórica de acertos, costumam balizar as eleições em Goiás, sejam municipais ou estaduais, e tudo indica que, no pleito deste ano, não será diferente. A primeira relativa a Goiânia já saiu, trazendo de certa forma uma surpresa: a significativa diferença entre o senador Vanderlan Cardoso, do PSD, em 1º lugar, e os demais concorrentes, além do posicionamento do candidato do MDB Maguito Vilela em 3º lugar, superado pela deputada estadual Adriana Accorsi, do PT, esta em 2º lugar. O levantamento, portanto, representa uma péssima sinalização para Maguito: ele chegou a apenas 13%, ou seja, 9,7 pontos atrás de Vanderlan, que pontuou espetaculares 22,3% e conquistou a liderança. Nas simulações de 2º turno, Vanderlan também ganha com folga. Para os demais candidatos, a pesquisa Serpes/O Popular deu o esperado. Praticamente ninguém se destaca, com alguma exceção para os deputados estadual Allysson Lima, do SD, com 4,8%, e federal Elias Vaz, do PSB, com 4,3%. Em tese, estão no jogo. Sobre Maguito: ele nunca teve e agora está confirmado que não tem nenhuma identidade com a capital, onde, como governador, não deixou qualquer marca consistente. A pesquisa revela que ele tem uma margem de conhecimento, não muito grande, mas com certeza insuficiente para vencer a corrida pelo Paço Municipal. A candidatura do emedebista não é natural, ao contrário da de Vanderlan – que os eleitores e as eleitoras de Goiânia parecem perceber como renovadora e qualificada para garantir a continuidade da boa gestão de Iris.

 UM FURO NO DISCURSO DOS DOIS PRINCIPAIS CANDIDATOS, MAS PIOR NO CASO DE MAGUITO

Os dois principais candidatos a prefeito de Goiânia têm pouco a dizer, retrospectivamente, sobre os serviços e investimentos que já promoveram em benefício da população goianiense. Mas há uma diferença. O senador Vanderlan Cardoso, pelo menos, tem uma justificativa: nunca exerceu funções executivas que permitissem a ele alguma obra ou destinação de recursos específicos para a capital. Até hoje, ele só passou por atividade gerencial como prefeito de Senador Canedo, com uma gestão considerada boa, porém sem efeitos além dos limites do município. Já no caso de Maguito, é diferente. Ele foi governador por praticamente três anos e meio, período que passou em brancas nuvens quanto a qualquer realização em Goiânia. Não criou uma afinidade que, agora, possa aproximá-lo dos moradores de Goiânia e refletir uma preocupação específica, no passado, com a maior cidade do Estado. Não fez nada, o que agora faz falta como componente de um discurso de campanha que poderia mostrar ligações históricas com o eleitorado do centro urbano que agora quer governar.

 CANDIDATOS PERDEM EXPOSIÇÃO COM A REDUÇÃO DAS ENTREVISTAS E DEBATES

Sem campanha presencial, com pregação nas redes sociais apenas para os convertidos e com a perspectiva de falta de impacto para o horário gratuito do TRE no rádio e na televisão, os candidatos a prefeito podem amargar também um efeito limitada na divulgação das suas candidaturas em debates e entrevistas. A TV Anhanguera, acompanhando decisão da Rede Globo, deve abrir mão das entrevistas individuais com os candidatos e limitar os debates apenas aos quatro melhores colocados, o que fatalmente levará os demais – muitos com direito legal a participar – a questionamentos na Justiça Eleitoral e suspensão dos eventos. Um dos motivos é evitar aglomerações de assessores nos estúdios e mesmo a afluência de eleitores às proximidades. Em resumo: aos postulantes, só restarão debates e entrevistas em veículos de menor porte, baixa audiência e pouca repercussão. O que significa que, quem começar a campanha como desconhecido do eleitorado, assim vai terminar.

 GOMIDE RECUPEROU A AUTOESTIMA DAS ANAPOLINAS E DOS ANAPOLINOS. POR ISSO, VAI GANHAR

O prefeito de Anápolis Roberto Naves, do PP, vive um drama: considerado reeleito depois que o deputado estadual Antônio Gomide, do PT, desistiu de se candidatar, acabou surpreendido pela decisão do petista de reconsiderar e voltar à disputa. Gomide é eleitoralmente poderoso entre o eleitorado anapolino: ganhou duas eleições para a prefeitura e sempre foi o mais votado quando se candidatou a vereador e a deputado estadual, sem falar que, na eleição de 2014, venceu Marconi Perillo e Iris Rezende na cidade, como postulante ao governo. Mais: além de tudo isso, encerrou o seu segundo mandato de prefeito com uma monumental aprovação de 85%, sendo considerado, por isso mesmo, como responsável por tirar Anápolis de uma sucessão de prefeitos ruins e, a partir daí, recuperar a autoestima da população local. É a aposta mais certa de todas as eleições municipais em Goiás.

 DANIEL VILELA EXPULSOU OS INFIÉIS DO MDB, MAS ACOLHE LUCAS CALIL, DO PSD

Em 2018, cansados de 20 anos de derrota, prefeitos do MDB como Adib Elias, de Catalão, e Paulo do Vale, de Rio Verde, optaram por apoiar o candidato da oposição viável, na época, no caso Ronaldo Caiado. Pelo MDB, Daniel Vilela resolveu concorrer ao governo do Estado, sem a menor chance, como, de fato, o resultado da eleição acabou mostrando: ele teve um voto a cada quatro dados a Caiado. Os prefeitos dissidentes estavam certos e ajudaram a provocar a maior mudança que a política em Goiás trouxe nos últimos 20 anos. Porém, pagaram com a expulsão do MDB – vingancinha da qual Maguito e Daniel Vilela não abriram mão. Pergunta-se, agora: o deputado Lucas Calil, do PSD, cujo candidato a prefeito de Goiânia é Vanderlan Cardoso, deveria ser expulso por preferir apoiar Maguito Vilela, do MDB? É a pergunta que se faz ao presidente estadual emedebista, Daniel Vilela: já que Lucas Calil repete a atitude de Adib e Paulo do Vale, ele deveria ser expulso elo PSD??

 SUPERFICIALIDADE E OLHAR DE ALHEAMENTO: 2 QUALIDADES QUE AFASTAM VOTOS

O candidato do MDB Maguito Vilela, como político, é superficial: nunca aprofunda assunto algum, não se interessa em se informar a respeito de qualquer tema, passou como uma borboleta pelas questões que interessam aos cargos e mandatos que ocupou até hoje e, mais uma vez, como candidato a prefeito de Goiânia, dá seguidas demonstrações que só fala improvisando na hora e não tem conhecimento, seja técnico ou seja o que for, sobre os desafios que terá que enfrentar caso seja eleito prefeito de Goiânia. Até o seu olhar, no geral, é de alheamento. É prejuízo certo: o eleitor e a eleitora da capital têm um sexto sentido, já demonstrado em outros pleitos, para candidatos despreparados e longe do figurino ideal para o comando do Paço Municipal, principalmente depois do último mandato de Iris Rezende.

 

EM RESUMO

  • O deputado federal José Nelto, que se esforçou para uma acordo entre o governador Ronaldo Caiado e o candidato do MDB Maguito Vilela, sumiu de Goiânia e passou a trabalhar dia e noite pelos candidatos do Podemos nos municípios.

 

  • Jorcelino Braga transformou-se no rei do marketing eleitoral em Goiás ao assumir a coordenação de nove campanhas, incluindo a de Maguito Vilela, em Goiânia, a de Roberto Naves, em Anápolis, e a de Adib Elias, em Catalão.

 

  • A menos de 50 dias para a data da eleição, continua o vazio de propostas em Goiânia. E a campanha segue fria como um bloco de gelo, confirmando que vai ser difícil quebrar a carapaça de desinteresse que parece revestir o eleitorado.

 

  • Tudo indica que Goiás vai passar pela Covid-19 sem maiores prejuízos: o PIB estadual, no 1º semestre, deve fechar com uma alta em torno de 1,5%, enquanto o nacional caminha para registrar queda acentuada de mais de 12%.

 

  • A candidatura de Vanderlan Cardoso a prefeito de Goiânia, qualquer que seja o resultado, já tem garantido um ganho para ele, que sempre fez política sozinho: a formação de um grupo com enorme potencial para o futuro.

 

  • O ex-governador Zé Eliton reapareceu na convenção do PSDB que oficializou a candidatura de Talles Barreto a prefeito de Goiânia e até fez discurso, mas ficou por aí e não participou de mais nenhum evento da campanha tucana.

 

  • As pesquisas sobre as eleições nos municípios que perguntam sobre a avaliação do governador Ronaldo Caiado têm trazido resultados entre 55 a 67% de aprovação, indicando uma média alta e uma visão positiva da população.

 

  • O deputado Virmondinho Cruvinel, do Cidadania, ainda não deu partida à sua campanha para a prefeitura de Goiânia. Há expectativa sobre o engajamento do vice-governador Lincoln Tejota, que é filiado ao mesmo partido.

 

  • O candidato a prefeito de Goiânia Maguito Vilela pode tirar o cavalo da chuva: mais uma vez, e agora com contundência, Iris Rezende reafirmou está fora da campanha e não há volta: “Que o povo escolha o melhor”, decretou.