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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 27 De Março De 2019

27/03/2019 às 08h35


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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DANIEL VILELA TEM CHANCES DE SER PRESIDENTE NACIONAL DO MDB

Não é fantasia ou falta de senso de realidade a candidatura do ex-deputado federal e atual presidente do diretório estadual do MDB Daniel Vilela a presidente nacional do partido.  Daniel foi um bom deputado federal, ocupou comissões e relatorias de importância na Câmara, tornou-se conhecido em Brasília, ganhou importância como candidato ao governo de Goiás e, de resto, tem a seu favor o indiscutível trânsito do pai Maguito na cúpula nacional emedebista. Maguito, aliás, também  já disputou – e perdeu – a presidência nacional da agremiação. Só que, com Daniel Vilela, o desfecho pode ser positivo: para o MDB, hoje cansado de guerra e em processo de esvaziamento, sem espaços expressivos no Congresso ou no poder federal, uma cara nova significaria a oportuna injeção de sangue fresco para uma possível revitalização política da legenda.

CPIS DA ASSEMBLEIA NÃO SABEM COMO E O QUÊ INVESTIGAR

As duas CPIs instaladas pela Assembleia Legislativa, uma para investigação a privatização da Celg e as vantagens concedidas à compradora, a Enel, e outra para apurar as irregularidades da política de incentivos fiscais nos últimos 20 anos, não sabem exatamente o que fazer para perseguir os objetivos para os quais foram criadas. Ambas começaram a funcionar bisonhamente sem sequer antecipar um roteiro ou um esquema de abordagem para que os seus integrantes possam atuar – aliás, nenhum dos deputados que as compõem possui qualquer conhecimento ou sobre a Celg-Enel ou sobre a questão das milionárias isenções de ICMS concedidas a torto e a direito para empresas privilegiadas em Goiás. Resultado: no primeiro depoimento colhido por uma delas, o diretor da Enel Humberto Eustáquio falou o que quis, sem contestação. Inclusive que a Enel, última colocada no ranking de qualidade da Aneel, é uma fornecedora de energia elétrica que melhora a cada dia.

TRANSFERIR RECURSOS DO FCO PARA O GOVERNO É UM ERRO

Vai dar polêmica a proposta do governador Ronaldo Caiado de separar 30% das verbas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste – FCO para que os governos estaduais apliquem em obras de infraestrutura. O problema é que o FCO é praticamente a única fonte de financiamento a custo baixo disponível, em Goiás, para que empresários de todos os tamanhos viabilizem os seus investimentos, com rapidez e sem burocracia, diretamente nas agências do Banco do Brasil, Sicoob e Goiásfomento. E é muito dinheiro: no ano passado, foram R$ 2,4 bilhões de reais, enquanto que, em 2019, esse valor pode ultrapassar R$ 3 bilhões. Detalhe: Goiás é o único Estado que consegue alocar integralmente toda a sua parcela do FCO. Os outros beneficiados sempre devolvem parte dos recursos a que têm direito. E, detalhe do detalhe, essa sobra é direcionada para quem demanda  mais, no caso… Goiás. Mexer nesse dinheiro é chamar as entidades empresariais goianas para a briga.

VANDERLAN E KAJURU MOSTRAM BOM DESEMPENHO NO SENADO

Aos poucos, os novos senadores por Goiás Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso vão se afirmando no palco da política nacional, abrindo espaços que antes, quando, digamos assim, a representação dos goianos na mais alta câmara legislativa do país era pautada por políticos convencionais, como Marconi Perillo e Lúcia Vânia, simplesmente não existiam. Pela sua formação como empresário, Vanderlan talvez seja o parlamentar mais preparado do Estado para discutir a situação econômica do Estado e formular propostas para avançar no seu desenvolvimento. Como não é político tradicional, dentro do rigor da definição, tem muito mais credibilidade que qualquer outro para atuar em Brasília defendendo os interesses do Estado. Já Kajuru é completamente diferente, graças ao seu brilho e originalidade. Deve-se admitir que, como senador, está indo muito bem. Claramente, o seu potencial estava abafado enquanto preso no aquário da Câmara de Vereadores de Goiânia. Explodiu, positivamente, ao cair na oceânica imensidão oferecida pela amplitude institucional do Senado, onde ganhou espaço para revelar o seu potencial. Goiás, com Vanderlan e Kajuru, saiu ganhando na sua representação senatorial.

SOCORRO FINANCEIRO, SE VIER, SERÁ APENAS MAIS UM EMPRÉSTIMO

O socorro financeiro que o governador Ronaldo Caiado reclama junto ao governo federal e à espera do atual praticamente paralisou a sua administração, provavelmente não vai sair, mas, se isso vier a acontecer um dia, não passará de um empréstimo do BNDES ou de um aval junto a instituições bancárias privadas, o que, no final das contas, aumentará a dívida do Estado sem retorno direto para o desenvolvimento da economia estadual. Não existem nem forma nem possibilidade alguma para transferência direta de recursos do governo federal para Goiás, sem vinculação específica. Se alguma ajuda genérica puder ser dada aos Estados e especialmente a Caiado, ela se configurará em alguma modalidade de financiamento que terá como consequência o aumento da dívida institucional do governo goiano, jogando a atual gestão na vala comum das administrações do passado, responsáveis por levar Goiás a uma monstruosa dívida de mais de R$ 20 bilhões. E mais: serão os governadores do futuro quem receberão essa herança e serão obrigados ao seu pagamento.

FIASCO LEVA COLEGAS DEPUTADOS A REBAIXAR MAJOR VITOR HUGO

Deputado de primeiro mandato, inexperiente e sem visão do jogo parlamentar, o deputado Major Vitor Hugo tem sido alvo de chacotas na Câmara. Seus próprios colegas agora brincam que, devido à incompetência, ele foi rebaixado de patente e agora virou Cabo Vitor Hugo. Essa é a parte bem humorada das críticas, que, para valer, são muito piores.

EM RESUMO

  • O deputado federal Delegado Valdir virou notícia diária na imprensa nacional. Ele está no centro das articulações (ou falta de) em torno da reforma da previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

  • O senador Vanderlan Cardoso, que também é empresário e pretende fazer da sua atuação parlamentar uma plataforma para a sua candidatura a governador em 2022, vai se dedicar à área tributária e trabalhista.

 

  • O terrorista Cesare Battisti, que confessou 4 assassinatos na Itália, teve entre seus entusiasmados defensores no Brasil o então deputado federal Pedro Wilson, do PT, conhecido defensor dos direitos humanos.

 

  • O ex-governador Marconi Perillo foi consultado e garantiu que não tem vetos à indicação de Zé Eliton para a presidência estadual do PSDB, cargo que será preenchido pelo partido, em Goiás, até meados do mês de maio.

 

  • Aparentemente, o ministro do STF Gilmar Mendes engoliu as pesadas críticas dirigidas a ele pelo senador Jorge Kajuru e não adotou nenhuma atitude a título de reação. Kajuru afirmou que Gilmar “vende sentenças”.

 

  • O ex-prefeito de Anápolis e deputado estadual Antônio Gomide é o único parlamentar com alguma noção do que fala na CPI da Assembleia que investiga a privatização da Celg e os benefícios concedidos à Enel.

 

  • Grande parte da agenda do governador Ronaldo Caiado é queimada com microcompromissos. Segunda última, por exemplo, ele gastou horas com uma reunião para discutir a implantação de melhorias na Praça Cívica.

 

  • A Adial e o ex-governador Marconi Perillo contrataram técnicos da USP para defender da política de incentivos fiscais em Goiás. Um dos objetivos é fornecer subsídios para a CPI da Assembleia que investiga o assunto.

 

  • Está pronta, mas não foi divulgada a segunda parte da reforma administrativa do governador Ronaldo Caiado. As primeiras informações são de que não haverá mudanças de fundo: o governo fica como já está.