SEM MARCONI, IRIS E MAGUITO, GOIÁS VIVE ENFIM MOMENTO DA RENOVAÇÃO DA SUA VIDA POLÍTICA
Este, hoje, é um momento em que fatores de influência raríssimos se agruparam para produzir, em Goiás, uma nova História, politicamente falando. Em 2018, o ex-governador Marconi Perillo se candidatou ao Senado e foi aniquilado pelas urnas, passando a ser alvo de uma perseguição judicial sem precedentes, que o mantém isolado. Ao mesmo tempo, despontou a liderança do governador Ronaldo Caiado, trazendo um nível de reoxigenação para a administração estadual antes inimaginável. Sobreveio a aposentadoria de Iris Rezende e, inesperadamente, a morte de Maguito Vilela, depois de 40 anos de rodízio dentro do MDB alternando entre eles dois as principais candidaturas e cargos do partido. Tudo, de uma só vez, agora que 2021 está no começo, trazendo para o Estado uma perspectiva de renovação da política como nunca se viu antes. O ar está mais arejado. Um clarão se abriu. O velho sistema foi varrido do mapa, depois da vitória de Caiado na última eleição e sua posse trazendo práticas inéditas para a administração pública, em especial a prioridade no combate à corrupção que foi a rotina dos anos emedebistas e tucanos, seguindo-se a eliminação voluntária de Iris e o afastamento involuntário de Maguito. O que era antigo, em pouco tempo, deixou de existir. Depois de quase 40 anos, parece próxima a chegada de algo diferente. O banimento de Marconi, seguido pelo jubilamento de Iris e o infeliz desaparecimento de Maguito excluíram do palco principal da luta pelo poder estadual figuras que estavam há décadas no mesmo lugar, em uma troca-troca já esgotado, todos fazendo as mesmas coisas em termos de políticas públicas e, no final das contas, propondo um eterno retorno ou uma perpetuação do passado e de parâmetros já vencidos, mas ainda impostos às goianas e aos goianos. Caiado foi a primeira quebra desse paradigma, ao chegar empurrando Marconi de roldão para os desvãos da política. A extinção de Iris e Maguito veio em seguida. Agora, uma oportunidade única se abriu. Estamos livres de protagonistas que um dia foram ilustres ou talvez até deram alguma contribuição, mas terminaram extrapolando os prazos de validade e passaram a prejudicar Goiás com estagnação. Ninguém aguentava mais.
PROTAGONISMO DE LISSAUER VIEIRA COMO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA VIABILIZOU O RRF
O presidente da Assembleia Legislativa Lissauer Vieira transformou-se no grande fiador dos interesses do governo do Estado no Legislativo. É ele e não o líder Bruno Peixoto quem tem garantido a tramitação e a aprovação das matérias encaminhadas pelo Palácio das Esmeraldas, principalmente as que prepararam Goiás para o ingresso no Regime de Recuperação Fiscal – RRF, que está prestes a acontecer. Algumas dessas medidas, pela natureza restritiva, principalmente quanto a direitos exagerados do funcionalismo, não podem ser propriamente definidas como populares, mas, em alguns casos, receberam votos favoráveis até de deputados da oposição. Trabalho de Lissauer Vieira, sem alarde e sem propaganda, mas com eficiência e resultados comprovados. O presidente vai passar à História como um dos mais produtivos da Assembleia, o que pode, em 2022, leva-lo a voos acima do mero projeto de se candidatar a deputado federal, ou seja, pode acabar como vice na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado, ainda mais pela sua representatividade como deputado da zona mais emblemática do agronegócio em Goiás, o Sudoeste.
MARCONI VAI ENCOMENDAR PESQUISAS PARA DEFINIR SEU RUMO EM 2022
O ex-governador Marconi Perillo apareceu de repente em Aparecida, como portador de uma doação de uma grande empresa para a paróquia de Santa Terezinha, chefiada pelo conhecido padre Luiz Augusto. Levou com ele os dois vereadores que o PSDB elegeu no município e o presidente local do partido Vanílson Bueno, que é secretário de Ação Integrada da prefeitura. Com tanta gente, seus comentários vazaram. Um deles: elogiou Gustavo Mendanha, que as más línguas dizem que, se for barrado por Daniel Vilela no MDB, como candidato a governador em 2022, teria abrigo no PSDB como alternativa. Mais uma: antes de definir qual mandato disputará na próxima eleição, Marconi pretende encomendar pesquisas para indicar o rumo que deve tomar. E citou especificamente a governadoria, a senatória ou uma vaga de deputado federal.
ÚNICA AGENDA DE ROGÉRIO CRUZ PARA GOIÂNIA, ATÉ AGORA, É FAZER POLÍTICAGEM
O prefeito Rogério Cruz, por enquanto, segue sem dar uma característica própria para a sua gestão – na verdade não tem uma agenda para Goiânia, uma vez que o alardeado “plano de governo” que Maguito Vilela teria deixado não passa de um amontoado de projetos, quase todos de pequeno alcance (a exceção é a construção de 15 mil casas, com recursos que hoje simplesmente não existem), sem configurar uma proposta de futuro para a capital. Até agora, o que houve no Paço Municipal foi o seu forte direcionamento político, com a absorção de partidos e lideranças municipais (como candidatos que não foram eleitos ou então parentes dos que foram eleitos), com o objetivo evidente de criar uma base futura para o lançamento de um candidato do MDB a governador, que, obviamente seria o presidente estadual do partido Daniel Vilela. É só isso o que foi feito desde que Rogério Cruz assumiu, ou seja, a adoção de uma série de ações de varejo, marcadas por um nível de politicagem que não existia no mandato passado do prefeito Iris Rezende.
JÂNIO DARROT VAI SAIR DO PSDB, MAS IR PARA O PATRIOTAS NÃO ATENDE SEU PROJETO
É lenda urbana a notícia de que o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot irá deixar o PSDB para se filiar ao Patriotas, partido do sucessor que elegeu para, ou seja, Marden Jr.. Com os pés no chão, ele desistiu de sonhar com uma candidatura a governador em 2022 e vai se candidatar mesmo é a deputado federal. Sairá do PSDB, aliás, por isso mesmo, já que há receio do partido não conseguir alcançar número de votos suficientes para eleger representantes na Câmara, em especial se o ex-governador Marconi Perillo for condenado em 22º em qualquer um dos mais de 40 processos cíveis, criminais e eleitorais a que responde, perder a elegibilidade e ficar impedido de disputar eleições por 8 anos. No Patriotas, que é nanico e não conta com perspectivas sequer de sobrevivência futura, não teria a menor chance de conseguir legenda para uma vaga de parlamentar federal. Jânio Darrot quer garantias e por isso, ao jogar no lixo a farda de tucano, irá procurar um partido onde a sua candidatura estará assegurada, caso consiga os votos necessários. Anotem: o PSD é uma forte possibilidade. Atenção: o DEM não está descartado.
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