POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
IRIS FARÁ 3º ANO DE OBRAS E FICARÁ PRONTO PARA A REELEIÇÃO
Iris Rezende tem uma estratégia padrão para todos os seus governos: ele gasta os primeiros dois anos do mandato arrumando a casa e adequando a administração ao seu perfil, para depois, a partir do terceiro ano, deslanchar com obras e firmar uma imagem positiva de tocador de obras. É o que, mais uma vez, ele está fazendo na prefeitura de Goiânia, avisando que 2019 será o ano das grandes realizações da sua gestão. Politicamente, o próximo passo será a tradicional “convocação” que ele dirá que o povo fará a ele para que se candidate a mais um mandato, diante da qual, como se sabe, não se sente no direito de recusar por ter o dever de trabalhar pela população que lhe deu tantos mandatos. É filme já visto e mais do que repetido, mas é o que vai acontecer. Ele será candidato à reeleição, às vésperas de completar 87 anos em 2020. Só não cumprirá esse destino se for visitado antes pela indesejada das gentes.
CAIADO NÃO ATUA PARA CONSTRUIR BASE DE APOIO NA ASSEMBLEIA
Causa perplexidade o desinteresse do governador Ronaldo Caiado em construir uma base de apoio na Assembleia Legislativa. Afora alguma movimentação do secretário de Governo Ernesto Roller, que tem recebido deputados e oferecido uma cota de R$ 30 mil em nomeações, não há mais nenhum trabalho para garantir respaldo parlamentar e consequentemente garantia de governabilidade para o Palácio das Esmeraldas. Caiado, pessoalmente, não move uma palha para sequer estabelecer relações com qualquer um dos deputados e tem se mantido distante de todos eles, mesmo aqueles que estiveram mais próximos durante a campanha eleitoral, caso, por exemplo, de Iso Moreira ou o próprio Álvaro Guimarães, que chegou a ser o candidato do peito do governador para a presidência da Assembleia. Pode ser que, por enquanto, ele ão tenha a menor intenção de enviar matérias importantes para a apreciação do Legislativo, daí o seu descaso com os deputados. Porém, se precisar, é certeza que haverá dificuldades e imensas para aprovar qualquer projeto.
PATRIMÔNIO DE MARCONI PODE SER REDUZIDO A ZERO
Os valores estratosféricos que estão sendo bloqueados nas contas e no patrimônio do ex-governador Marconi Perillo já superam R$ 6 bilhões de reais que, é claro, não existem – Marconi não é nenhum remediado, mas, no total, só possui imóveis avaliados para efeito de imposto de renda em R$ 5,5 milhões e que, no mercado, devem chegar a R$ 20 milhões, a exemplo da propriedade rural em Pirenópolis, que conta com benfeitorias cinematográficas e vale uma pequena fortuna. Nas contas bancárias do tucano-mor de Goiás, a Justiça só encontrou alguma coisa além de R$ 1 mil reais. O problema, para Marconi, é que se ele for condenado em qualquer dessas ações de improbidade, todas as suas posses serão confiscadas, inclusive as que a sua mulher recebeu a título de herança (parte das terras pirenopolinas). E são mais de 10 processos, configurando um quadro judicial dramático e angustiante, que, além de tudo o mais, exige a montagem de uma caríssima banca de advogados para a defesa.
GOIÁS ESTÁ BEM ATRÁS NA FILA DE GOVERNADORES À ESPERA DE AJUDA
Uma das dificuldades que o governador Ronaldo Caiado precisa superar para conquistar a ajuda do governo federal para Goiás é a aresta que restou da campanha eleitoral, quando ele manteve-se neutro no 1º turno em relação à disputa presidencial e só se definiu no 2º turno, quando as pesquisas já apontavam Jair Bolsonaro como imbatível. Se foi oportunismo ou não de Caiado, dificilmente se saberá, mas pareceu. No entanto, há pela frente uma fila de governadores que apoiaram Bolsonaro desde o começo e que reivindicam a primazia de serem atendidos prioritariamente por Brasília, em retribuição pela coragem de assumir o capitão nos seus momentos iniciais, quando a candidatura nem de longe parecia viável.
ENEL AINDA VAI SER ARREPENDER DE TER COMPRADO A CELG
A situação da Enel, que comprou a Celg, pode ficar difícil a curto prazo, diante do volume de reclamações dos consumidores de todos os portes, desde o cidadão comum até as grandes indústrias e as expoentes do agronegócio em Goiás. O governador Ronaldo Caiado e o senador Vanderlan Cardoso lideram as pressões para que a empresa faça melhorias imediatas nos serviços de fornecimento de energia, admitindo até a revisão das cláusulas contratuais da privatização, com a possibilidade de cancelamento de vantagens fiscais espetaculares que foram concedidas para viabilizar a operação. Estima-se, por baixo, que o passivo a ser aplicado à Enel, caso bem sucedidas essas alterações retroativas, possa passar de R$ 4 bilhões, inerentes ao que deixou de ser cobrado em impostos, e mais R$ 10 bilhões para os próximos 10 anos. A companhia espanhola vai acabar se arrependendo de ter assumido a Celg, à medida em que se provar que foi um negócio ruim e arriscado.
NOVA MARCA DO GOVERNO IMPLICA EM GASTOS DESNECESSÁRIOS
O governador Ronaldo Caiado, que se apresenta como o formulador de uma mudança administrativa radical e moralizadora, caiu no canto da sereia dos seus publicitários e resolveu copiar todos os governos passados com a criação de uma logomarca e um slogan para a sua administração. Ledo equívoco. Caiado, que fala dia em noite em reduzir gastos e conter desperdícios, vai torrar uma nota com a introdução da sua marca nos papeis, sistemas online, banners, letreiros e demais interfaces que o governo tem com a sociedade. Sem falar que governos são impessoais e não deveriam ser momentaneamente identificados a não ser como entes públicos atemporais. Caiado vai queimar dinheiro público à toa. O governo mais bem ajustado do Brasil, do ponto de vista financeiro, é o de São Paulo, que há duas décadas usa o brasão do Estado seu símbolo, sem bordão publicitário nenhum, dando um exemplo que Goiás deveria copiar – se aqui as intenções de moralidade e de austeridade fossem um pouco além que a mera discurseira.
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