ASSEMBLEIA ATUAL É A MAIS INDEPENDENTE DA HISTÓRIA, MAS ISSO AINDA NÃO RENDEU NADA PARA O POVO GOIANO
Nunca antes na história de Goiás se viu uma Assembleia tão independente face ao Executivo como a atual, em que o Executivo tem maioria teórica, mas não consegue impor a sua vontade como bem entende. A começar pela eleição de Lissauer Vieira para a presidência, que o governador Ronaldo Caiado não queria, o Legislativo tem dado seguidas demonstrações de força e de mudança de hábitos deletérios, recusando-se a funcionar como uma Casa meramente destinada a endossar as matérias do Palácio das Esmeraldas. Mas há um problema: por enquanto, esse salutar espírito de liberdade só chegou aos próprios interesses corporativistas dos deputados, que estão arrancando da Secretaria da Economia os recursos necessários para a construção do Palácio da Assembleia no Park Lozandes e o direito de ter obrigatoriamente pagas as suas emendas orçamentárias. Para a sociedade, falta levar benefícios. Por exemplo, a revogação do nefando DIFAL, um imposto que explora empresários, que até Caiado, quando era senador, condenou como “golpe” contra os pequenos e médios empreendedores. Ou então cancelando o decreto do governador que eliminou todos os controles ambientais da bacia do Meia-Ponte, transformando as margens dos rio e seus afluentes em terra de ninguém. A Assembleia precisa mostrar que tem compromissos com as goianas e os goianos.
DE OLHO NA PREFEITURA DE ANÁPOLIS, GOMIDE CRRESCE COM A DEFESA DA UEG
Pronto para disputar a prefeitura de Anápolis em 2020 como favorito, o deputado Antônio Gomide, do PT, procura pautar sua atuação na Assembleia se caracterizando como o grande defensor da Universidade do Estado de Goiás – que está petição de miséria. A bandeira rende eleitoralmente porque a UEG, como sabe, tem a sua sede plantada em plagas anapolinas, mas nem só por isso: hoje, depois de 20 anos de existência (foi criada por Marconi Perillo), ela está presente em 39 cidades com 41 campus e um Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (Cear), 159 cursos de graduação, 92 especializações, 12 mestrados, 2 doutorados e mais de 100 mil alunos formados. O governador Ronaldo Caiado está sendo duro para tentar ajustar a UEG à realidade de crise fiscal do Estado: nos últimos 2 meses, demitiu professores, agentes administrativos e técnicos de laboratório. E forçosamente virão mais cortes.
ZÉ ELITON QUER DISPUTAR A PREFEITURA DE GOIÂNIA, MAS COMEÇA MAL
A candidatura do ex-governador tampão Zé Eliton a prefeito de Goiânia, pelo PSDB, está sendo construída da mesma forma equivocada com o foi a sua desastrosa participação na eleição do ano passado, quando ficou em 3º lugar na disputa pelo governo do Estado, com uma votação pífia em se tratando das poderosas forças políticas que representou. Ou seja: Zé quer ser candidato, mas de cima para baixo, sem conexão com as bases tucanas na capital e sem nenhuma interlocução com a população, em qualquer nível. O Diário da Manhã revelou que, para viabilizar esse projeto, ele está ressuscitando as mesmas equipes que foram decisivas para a sua derrota, em uma campanha na qual não foi capaz de apresentar um lance sequer de inovação política ou de sagacidade estratégica. Assim não dá. Se, mais uma vez, Zé seguir pelo caminho errado, como fez em 2018, o resultado vai ser o mesmo, ou seja, um fiasco nas urnas – em uma eleição já dificílima por natureza.
APARECIDA TEM NOTA A NO RANKING DO TESOURO NACIONAL. MESMO ASSIM...
É verdade, sim, que a Prefeitura de Aparecida, desde a gestão de Maguito Vilela, desfruta de uma estabilidade fiscal acima do normal, inclusive com nota de crédito A no ranking do Tesouro Nacional. Para que se tenha uma ideia, Iris Rezende, que faz uma gestão financeira sem problemas em Goiânia, tem nota B e acaba de conseguir um empréstimo de mais de R$ 700 milhões junto a Caixa Econômica. Já o governo de Goiás, pior ainda, nota C, que praticamente impede o acesso a qualquer operação de crédito. Porém, Aparecida, apesar da sua nota A, está no cadastro negativo da União. É que o município, desde a época de Maguito, deixou de apresentar prestações de contas relacionadas a recursos federais recebidos e aplicados, só que no final contabilizados equivocadamente. O prefeito Gustavo Mendanha está desesperado por financiamentos para concluir obras e até perdeu alguns quilos suando para colocar a papelada em dia – o que ainda não conseguiu.
MARCONI GANHA UM ALÍVIO COM A VITÓRIA DE AÉCIO NO PSDB NACIONAL
Ao decidir não receber o pedido de expulsão de Aécio Neves, pela maioria esmagadora dos seus membros, o diretório nacional do PSDB acabou dando um alívio muito grande para o ex-governador Marconi Perillo – que, por analogia, também ficou livre de qualquer punição. Marconi tem com Aécio o ponto de comum de igualmente responder a processos na Justiça, mas agora só será avaliado pelo partido quando houver sentença transitada em julgado, o que pode demorar mais de 10 anos. Mas o que foi importante para o tucano de Goiás não foi isso. É que ele é amigo fiel de Aécio e do governador de São Paulo João Dória e, com a definição do PSDB, não precisará tomar posição entre os dois nem se expor pessoalmente a qualquer título. Dória quer ser candidato a presidente da República e queria “limpar” o partido para facilitar a sua campanha.
CAIADO E OS DEPUTADOS DA SUA BASE NÃO TÊM A MENOR EMPATIA
É tão fraca a defesa do governador Ronaldo Caiado nos debates no plenário da Assembleia que até os dois únicos deputados que a ela se dedicam - Delegado Humberto Teófilo e Amauri Ribeiro – têm reclamado da falta de solidariedade dos colegas da bancada governista. Uma explicação é a falta de empatia entre Caiado e os seus parlamentares. Parece psicologia barata, porém não é. Ao contrário de Marconi Perillo que telefonava, convidava para encontros descontraídos no Palácio das Esmeraldas e para viagens aos municípios e adulava seus apoiadores o tempo todo, mesmo às vezes não atendendo tão bem às suas reivindicações, o atual governador é muito distante dos membros da Assembleia.
RESUMO