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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 26 De Agosto De 2019

26/08/2019 às 09h19


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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ASSEMBLEIA ATUAL É A MAIS INDEPENDENTE DA HISTÓRIA, MAS ISSO AINDA NÃO RENDEU NADA PARA O POVO GOIANO

Nunca antes na história de Goiás se viu uma Assembleia tão independente face ao Executivo como a atual, em que o Executivo tem maioria teórica, mas não consegue impor a sua vontade como bem entende. A começar pela eleição de Lissauer Vieira para a presidência, que o governador Ronaldo Caiado não queria, o Legislativo tem dado seguidas demonstrações de força e de mudança de hábitos deletérios, recusando-se a funcionar como uma Casa meramente destinada a endossar as matérias do Palácio das Esmeraldas. Mas há um problema: por enquanto, esse salutar espírito de liberdade só chegou aos próprios interesses corporativistas dos deputados, que estão arrancando da Secretaria da Economia os recursos necessários para a construção do Palácio da Assembleia no Park Lozandes e o direito de ter obrigatoriamente pagas as suas emendas orçamentárias. Para a sociedade, falta levar benefícios. Por exemplo, a revogação do nefando DIFAL, um imposto que explora empresários, que até Caiado, quando era senador, condenou como “golpe” contra os pequenos e médios empreendedores. Ou então cancelando o decreto do governador que eliminou todos os controles ambientais da bacia do Meia-Ponte, transformando as margens dos rio e seus afluentes em terra de ninguém. A Assembleia precisa mostrar que tem compromissos com as goianas e os goianos.

DE OLHO NA PREFEITURA DE ANÁPOLIS, GOMIDE CRRESCE COM A DEFESA DA UEG

Pronto para disputar a prefeitura de Anápolis em 2020 como favorito, o deputado Antônio Gomide, do PT, procura pautar sua atuação na Assembleia se caracterizando como o grande defensor da Universidade do Estado de Goiás – que está petição de miséria. A bandeira rende eleitoralmente porque a UEG, como sabe, tem a sua sede plantada em plagas anapolinas, mas nem só por isso: hoje, depois de 20 anos de existência (foi criada por Marconi Perillo), ela está presente em 39 cidades com 41 campus e um Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (Cear), 159 cursos de graduação, 92 especializações, 12 mestrados, 2 doutorados e mais de 100 mil alunos formados. O governador Ronaldo Caiado está sendo duro para tentar ajustar a UEG à realidade de crise fiscal do Estado: nos últimos 2 meses, demitiu professores, agentes administrativos e técnicos de laboratório. E forçosamente virão mais cortes.

ZÉ ELITON QUER DISPUTAR A PREFEITURA DE GOIÂNIA, MAS COMEÇA MAL

A candidatura do ex-governador tampão Zé Eliton a prefeito de Goiânia, pelo PSDB, está sendo construída da mesma forma equivocada com o foi a sua desastrosa participação na eleição do ano passado, quando ficou em 3º lugar na disputa pelo governo do Estado, com uma votação pífia em se tratando das poderosas forças políticas que representou. Ou seja: Zé quer ser candidato, mas de cima para baixo, sem conexão com as bases tucanas na capital e sem nenhuma interlocução com a população, em qualquer nível. O Diário da Manhã revelou que, para viabilizar esse projeto, ele está ressuscitando as mesmas equipes que foram decisivas para a sua derrota, em uma campanha na qual não foi capaz de apresentar um lance sequer de inovação política ou de sagacidade estratégica. Assim não dá. Se, mais uma vez, Zé seguir pelo caminho errado, como fez em 2018, o resultado vai ser o mesmo, ou seja, um fiasco nas urnas – em uma eleição já dificílima por natureza.

APARECIDA TEM NOTA A NO RANKING DO TESOURO NACIONAL. MESMO ASSIM...

É verdade, sim, que a Prefeitura de Aparecida, desde a gestão de Maguito Vilela, desfruta de uma estabilidade fiscal acima do normal, inclusive com nota de crédito A no ranking do Tesouro Nacional. Para que se tenha uma ideia, Iris Rezende, que faz uma gestão financeira sem problemas em Goiânia, tem nota B e acaba de conseguir um empréstimo de mais de R$ 700 milhões junto a Caixa Econômica. Já o governo de Goiás, pior ainda, nota C, que praticamente impede o acesso a qualquer operação de crédito. Porém, Aparecida, apesar da sua nota A, está no cadastro negativo da União. É que o município, desde a época de Maguito, deixou de apresentar prestações de contas relacionadas a recursos federais recebidos e aplicados, só que no final contabilizados equivocadamente. O prefeito Gustavo Mendanha está desesperado por financiamentos para concluir obras e até perdeu alguns quilos suando para colocar a papelada em dia – o que ainda não conseguiu.

MARCONI GANHA UM ALÍVIO COM A VITÓRIA DE AÉCIO NO PSDB NACIONAL

Ao decidir não receber o pedido de expulsão de Aécio Neves, pela maioria esmagadora dos seus membros, o diretório nacional do PSDB acabou dando um alívio muito grande para o ex-governador Marconi Perillo – que, por analogia, também ficou livre de qualquer punição. Marconi tem com Aécio o ponto de comum de igualmente responder a processos na Justiça, mas agora só será avaliado pelo partido quando houver sentença transitada em julgado, o que pode demorar mais de 10 anos. Mas o que foi importante para o tucano de Goiás não foi isso. É que ele é amigo fiel de Aécio e do governador de São Paulo João Dória e, com a definição do PSDB, não precisará tomar posição entre os dois nem se expor pessoalmente a qualquer título. Dória quer ser candidato a presidente da República e queria “limpar” o partido para facilitar a sua campanha.

CAIADO E OS DEPUTADOS DA SUA BASE NÃO TÊM A MENOR EMPATIA

É tão fraca a defesa do governador Ronaldo Caiado nos debates no plenário da Assembleia que até os dois únicos deputados que a ela se dedicam - Delegado Humberto Teófilo e Amauri Ribeiro – têm reclamado da falta de solidariedade dos colegas da bancada governista. Uma explicação é a falta de empatia entre Caiado e os seus parlamentares. Parece psicologia barata, porém não é. Ao contrário de Marconi Perillo que telefonava, convidava para encontros descontraídos no Palácio das Esmeraldas e para viagens aos municípios e adulava seus apoiadores o tempo todo, mesmo às vezes não atendendo tão bem às suas reivindicações, o atual governador é muito distante dos membros da Assembleia.

RESUMO

 

  • Diminuiu a atividade da primeira dama Gracinha Caiado nas redes sociais, nos últimos dias, depois do troca-tapa verbal entre o governador Ronaldo Caiado e o ex Marconi Perillo, envolvendo até insultos a familiares.

 

  • A vereadora Dra. Cristina, que teve 27 mil votos para deputada estadual, mas não se elegeu, pode deixar o PSDB, desconfiada de que o partido não pensa em lançar candidato a prefeito de Goiânia. E, se lançar, não seria ela.

 

  • O ministro da Economia Paulo Guedes anunciou uma disponibilidade de R$ 500 bilhões para repassar aos Estados e municípios, por conta do pré-sal. Infelizmente para o governador Ronaldo Caiado vai demorar... 15 anos.

 

  • Um economista soprou à CPI dos Incentivos Fiscais que o fim da farra das de isenções do ICMS traria R$ 90 milhões a mais de arrecadação, por mês, só por conta das 3 maiores empresas beneficiadas. Simples assim.

 

  • Ninguém ficou sabendo, mas o governador Ronaldo Caiado assinou decreto prorrogando até 31 de janeiro de 2020 o estado de calamidade financeira do governo de Goiás. Mas o efeito, como se sabe, é zero.

 

  • O jornalista Divino Olávio deu primeiro na sua coluna aqui no Diário Central e acertou: os dissidentes caiadistas do MDB, liderados pelo prefeito de Catalão Adib Elias, estão com um pé no PTB. É coisa rápida.

 

  • Mudou a justificativa do governador Ronaldo Caiado para a intervenção na Codego: a diretoria afastada não estaria “dando conta” de consertar a estatal. Mesmo assim a suspeita permanece: houve ou não corrupção lá, na atual gestão?

 

  • Apesar das medidas de contenção de gastos, a Saneago perdeu dinheiro no primeiro semestre (em relação ao mesmo período no ano passado). E o mais grave é que os investimentos também despencaram expressivamente.

 

  • A secretária da Economia Cristiane Schmidt tem dito que confia em uma recuperação fiscal do Estado, porém jamais antes de agosto de 2020 e isso se o governador Ronaldo Caiado viabilizar, até lá, um socorro federal.