PARTIDOS NÃO SE INTERESSAM PELA FILIAÇÃO DE LINCOLN TEJOTA
É incrível, fantástico e extraordinário: o titular do 2º cargo mais importante da hierarquia estadual, o vice-governador Lincoln Tejota, está sem partido há meses e simplesmente não tem para onde ir. É um fenômeno de difícil explicação ou entendimento, já que o normal seria que um político de tamanho peso estivesse sendo assediado ao menos pelas legendas que compõem a base governista. Só que isso não está acontecendo. O próprio Tejota, em busca de um rumo, chegou a sondar a possibilidade da sua volta ao PSD, mas passou pelo constrangimento de ver o presidente estadual Vilmar Rocha recusar o seu nome. Toda essa situação enfraquece o vice e o isola como alguém que não tem liderança e que desenvolve uma carreira baseada apenas no poder do seu pai, o conselheiro do Tribunal de Contas Sebastião Tejota. Talvez seja exagero dizer que ninguém se interessa pela sua filiação. Mas é fato que o seu nome carece de maiores atrativos para os partidos que operam em Goiás.
SE O RRF NÃO VIER, GOVERNO CAIADO CONTINUA SEM PLANO B
O deputado estadual Talles Barreto garante que o governador Ronaldo Caiado não tem o menor interesse em aderir ao rigoroso Regime de Recuperação Fiscal. “É tudo jogo de cena para ver se sai alguma ajuda do governo federal”, avalia. O problema, segundo o parlamentar oposicionista, é que Caiado não teria nenhum outro plano para dar um rumo ao seu governo e tirar Goiás da alegada situação de dificuldades financeiras. A única aposta é o alívio que poderia vir da suspensão por seis meses do pagamento das parcelas de parte da dívida, o que daria ao caixa estadual um alívio de mais de R$ 1 bilhão de reais, quando muito. É por isso, segundo ainda Talles Barreto, que o governo Caiado, depois da primeira liminar do Supremo Tribunal Federal em que ganhou o direito de aplicar um calote na CEF, BB e BNDES, está insistindo em uma segunda medida tutelar, também junto ao STF, para deixar de pagar também as prestações mensais que deve ao Tesouro Nacional. Nada mais.
ISO MOREIRA E ERNESTO ROLLER SELARAM A PAZ E ESTÃO CONVIVENDO
Depois de radicalizar no antagonismo com o secretário de Governo Ernesto Roller, a quem acusa de ter prejudicado a sua campanha para a Assembleia no ano passado, o deputado Iso Moreira acabou colocando panos quentes na quizumba e assinou um tratado de paz com o seu até então arqui-inimigo. Depois de concluir que a falta de diálogo com o principal articulador político do governo poderia prejudicar seus interesses – especialmente nomeação para atender as suas bases –, Iso balançou a bandeira branca e se aproximou de Roller, a quem passou a visitar com frequência no seu gabinete no 6º andar do Palácio Pedro Ludovico. Abraços e sorrisos agora são uma constante entre os dois, mesmo porque existe uma ordem do próprio governador Ronaldo Caiado para que o parlamentar seja privilegiado em suas reivindicações e necessidades.
LISSAUER VIEIRA PERDE CARGOS EM RIO VERDE E RESPONDE COM CRÍTICAS
A remoção do delegado de polícia Danilo Fabiano e do comandante da Polícia Militar de Rio Verde Jorge Luiz Marreiros, a pedido do prefeito Paulo do Vale, acabou tensionando ainda mais as relações entre o presidente da Assembleia Lissauer Vieira e o governador Ronaldo Caiado. É bem verdade que, desde que um foi eleito para comandar o Legislativo contra a vontade do outro, o clima entre os dois nunca foi além dos sorrisos formais e de conversas, digamos assim, sem a menor química. A resposta de Lissauer Vieira tem sido críticas cada vez mais radicais, como o áudio em que garantiu que os deputados jamais aprovarão a adesão de Goiás às durezas do Regime de Recuperação Fiscal. E Caiado, por sua vez, retruca articulando ostensivamente contra a candidatura à reeleição do atual presidente, que só ocorrerá daqui a quase um ano e meio, mas mesmo assim está na lista de preocupações do governador. Espremidos entre o mar e a rocha, os dois profissionais de segurança acabaram esmagados.
E AFINAL O QUE ACONTECEU PARA JUSTIFICAR AS DEMISSÕES NA CODEGO?
Em clima de mistério, nem o governador nem ninguém do governo do Estado deram ainda qualquer informação sobre a demissão do presidente da Codego, Valderi Borges, e dos diretores Cesmar Moura eCarlos César Toledo . Eles teriam sido afastados em razão de irregularidades levadas ao conhecimento do Palácio das Esmeraldas. Quais, exatamente, ninguém sabe. Mas graves, obviamente, pela reação que desencadearam. Um dossiê mostrando o que estava acontecendo na estatal foi levado à primeira-dama Gracinha, tudo indica que por gente da própria Codego, daí pousando rapidamente no colo do governador. Na iminência de enfrentar o primeiro caso de corrupção inteiramente nascido dentro do seu governo, Caiado agiu, porém correu de todo e qualquer dever de transparência, contrariando as suas próprias palavras desde que assumiu o Executivo estadual em janeiro deste ano.
ESTADOS SE MOVIMENTAM, MAS GOIÁS AINDA NÃO SE MEXEU
A articulação para a tramitação de uma PEC paralela para fazer a reforma da previdência nos Estados está pressionando os governadores a agir por conta própria para modificar as regras de aposentadoria do funcionalismo público. Pará e Rio Grande do Sul já estão encaminhando projetos para as respectivas Assembleias Legislativas, para mudar os seus regimes. Como contrapartida, devem pressionar o Congresso a aprovar propostas que aumentem as receitas nos próximos anos. Nem em um nem em outro caso, Goiás está marcando posição. Segundo a secretária da Economia Cristiane Schmidt, um consultor está sendo contratado para apresentar sugestões, com prazo até o final do ano. É muito tempo.
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