POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
OPOSIÇÃO TEM 12 DEPUTADOS, MAS 29 RESTANTES NÃO GARANTEM QUALQUER FOLGA PARA CAIADO
A bancada de oposição ao governador Ronaldo Caiado na Assembleia Legislativa está consolidada: são 12 parlamentares: Cláudio Meireles (PTC), Talles Barreto (PSDB), Lucas Calil PSD), Hélio de Sousa (PSDB), Antônio Gomide (PT), Adriana Accorsi (PT), Leda Borges (PSDB), Sebastião Caroço(PSDB) , Coronel Adailton (PP), Wilde Cambão (PSD), Gustavo Sebba (PSDB) e Alysson Lima (PRB). Sobram 29 parlamentares para a base governista, porém, mesmo com esse elevado número à sua disposição, o Palácio das Esmeraldas não conseguiu formatar a sua maioria. Há deputados, como Major Araújo (PRP), Iso Moreira (DEM) e Humberto Aidar (MDB) que conversam com a oposição. E mais alguns que abocanharam a cota de R$ 30 mil em nomeações que foi disponibilizada pelo secretário Ernesto Roller, mais a indicação de duas diretorias ou superintendências, e mesmo assim não mostram convicção. Por fim, desconfia-se da fidelidade de deputados que foram próximos ao ex-governador Marconi Perillo e se transferiram com rapidez e agilidade para a banda caiadista, onde ainda não tiveram tempo para se enraizar: Diego Sorgatto (PSDB), Thiago Albernaz, Henrique Arantes (PTB) e Virmondes Cruvinel (Cidadania) entre eles.
ADIB ELIAS QUER DERRUBAR DANIEL VILELA, MAS NÃO FICARÁ NO MDB
O prefeito de Catalão Adib Elias esteve com o presidente nacional do MDB Romero Jucá e saiu confiante em uma solução favorável para a reconfiguração do diretório estadual do partido em Goiás, atualmente presidido pelo ex-deputado federal Daniel Vilela. Mas, qualquer que venha a ser o desfecho da briga, Adib Elias, a longo prazo, não vai continuar como emedebista, já que tem a pretensão de disputar as eleições majoritárias de 2022, seja como candidato a governador (na hipótese de Ronaldo Caiado desistir da reeleição) seja como candidato a vice ao lado de Caiado.
CENÁRIO QUASE IMPOSSÍVEL PARA O SOCORRO FEDERAL A GOIÁS
O governador Ronaldo Caiado não deu sorte com as apostas que está tentando para resolver a crise fiscal do Estado. Tanto o socorro federal, através de uma autorização para contrair empréstimos apesar da nota baixa que Goiás tem na avaliação da Secretaria do Tesouro Nacional, quanto a liberação para avançar sobre os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, o FCO, dependem da aprovação do Congresso Nacional, onde 11 medidas provisórias estão encavaladas e também, aos trancos e barrancos, tramita a reforma da previdência, tudo isso sob os efeitos deletérios da falta de articulação política do presidente Jair Bolsonaro. Não há a menor possibilidade de que, a esse quadro parlamentar caótico, sejam acrescentados projetos destinando recursos aos governadores, que não têm a menor prioridade na conjuntura atual do país. Só ajudaria a tumultuar ainda mais a agenda da Câmara e do Senado.
MAJOR ARAÚJO É ALTERNATIVA REAL PARA A ELEIÇÃO EM GOIÂNIA
A candidatura do deputado Major Araújo a prefeito pode se transformar em uma novidade capaz de sacudir o cenário eleitoral do ano que vem em Goiânia. Hoje, ele é um parlamentar altamente coerente e de posições avançadas na Assembleia, onde verdadeiramente trabalha dentro de um modelo próximo do ideal para o exercício de um mandato popular, isto é, mostrando identificação com as causas que interessam de fato à sociedade - como mostrou ao se posicionar contra o “balcão de negócios” aberto pelo Palácio das Esmeraldas para atrair deputados para a sua base de apoio ou quando anunciou que votaria contra mudanças no Passe Livre Estudantil, por considerar que seriam prejudiciais para os beneficiários. Major Araújo, que já foi um político agressivo e dado a extravagâncias, agora deixou claro que amadureceu e pode, sim, vir a se constituir em alternativa real para o Paço Municipal.
A BRIGA PELOS INCENTIVOS FISCAIS ESTÁ FICANDO SÉRIA
Está se acirrando dentro do governo o conflito entre a secretária da Economia Cristiane Schmidt e o secretário da Indústria & Comércio Wilder Morais, que divergem sobre o futuro dos incentivos fiscais em Goiás. Cristiane defende uma revisão, capaz de levar a um corte significativo das vantagens tributárias hoje usufruídas por 600 empresas privilegiadas, enquanto Wilder acha que nada deve ser mexido, sob pena de afetar a economia do Estado e a atração de novas empresas. O governador Ronaldo Caiado mantém-se neutro na disputa, com tendência a se definir pelas posições da secretária, que, em última análise, poderão trazer aumento da arrecadação e aliviar o que mais o aflige, ou seja, a difícil situação financeira do seu governo.
APOIO DO GOVERNO A IRIS SERÁ APENAS RETÓRICO, NÃO CONCRETO
O governador Ronaldo Caiado não se cansa de elogiar o prefeito Iris Rezende e suas estratégias políticas e administrativas, que o fazem um dos políticos de mais longa sobrevivência em toda a história do Brasil. Se Iris quiser a reeleição, contará com o apoio integral do Palácio das Esmeraldas, mas no campo das palavras e nada mais do que isso. O governo do Estado não tem dinheiro para aplicar em obras ou programas em Goiânia, diante do rombo no caixa. A ajuda de Caiado ao velho cacique emedebista, assim, será meramente retórica e ainda dependerá de uma eventual popularidade na época, senão pode até atrapalhar.
ARRECADAÇÃO ENTROU EM BAIXA E VAI PIORAR A CRISE FISCAL
A arrecadação do Estado está caindo e sinalizando para o agravamento das dificuldades financeiras enfrentadas pelo governador Ronaldo Caiado. Só em abril houve uma diminuição de R$ 103,8 milhões em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o jornalista econômico Lauro Veiga Filho, as perdas estão sendo amenizadas (mas não compensadas) pelo crescimento na arrecadação do ICMS e do IPVA, que tem sido expressivo neste início de ano, mas tende a entrar em descompasso com a desaceleração da economia. O ponto é que as quedas nas transferências federais e em outras receitas se aproximaram de R$ 185,950 milhões apenas em abril, mais do que toda a arrecadação mensal do IPVA.
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