POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
NINGUÉM VAI AOS EVENTOS PÚBLICOS PROMOVIDOS POR CAIADO
Não dá para não perceber que os eventos públicos do governo do Estado estão sendo muito pouco prestigiados pela classe política e mesmo por autoridades que não alguns poucos secretários estaduais. Nos últimos dias, foram dois exemplos: a entrega de 52 ônibus escolares a prefeitos e o início da distribuição das novas carteiras escolares compradas para substituir parte das que se estragaram nas escolas da Seduc. No primeiro caso, compareceram um senador, dois deputados federais e um estadual. No segundo, apenas um estadual. Fora esses, mais ninguém, a não ser o governador Ronaldo Caiado, sua mulher Gracinha e membros da equipe, mesmo assim em pequeno número – ou seja: nem a própria base administrativa do Palácio das Esmeraldas dá as caras. Essa situação passa uma imagem de isolamento político e social do governo, sugerindo que Caiado tem um estilo solitário e não agregador para o seu dia a dia no poder. Tanto isso pode ser verdade que, no almoço oferecido ao prefeito Iris Rezende, só estiveram presentes, além do anfitrião, a primeira dama e a primeira filha (Anna Vitória).
UNIÃO ENTRE MDB E PSDB PODE PIORAR A SITUAÇÃO DOS DOIS
A apregoada tese de união entre o MDB e o PSDB para fazer oposição ao governador Ronaldo Caiado pode ser interpretada como uma proposta de casamento entre o sujo e o maltrapilho, dada a situação de calamidade política vivida pelos dois partidos depois de massacrados nas urnas do ano passado. O ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela é o pai da ideia, aliás defendida por ele desde priscas eras, mas repudiada com veemência, por exemplo, pelo seu filho Daniel, presidente do diretório estadual emedebista. Entre os tucanos, a ideia tem os seus atrativos, já que representaria alguma energia nova para uma legenda destronada após praticamente 20 anos de poder absoluto. Não é difícil prever que o efeito de uma mistura entre esses dois tradicionais rivais pode acabar sendo o contrário do que se espera, desgastando ainda mais os novos parceiros e tirando totalmente a credibilidade do discurso oposicionista em Goiás.
AIDAR ACREDITA EM CRIMES NA POLÍTICA DE INCENTIVOS FISCAIS
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar os incentivos fiscais em Goiás, deputado Humberto Aidar, será quem comandará as apurações – trabalho com o qual tem familiaridade, já que também relatou outra CPI de peso, em 2010, a que apurou o suposto rombo de caixa da Celg. Por ora, Aidar tem dado declarações que deixaram os empresários beneficiados pelas isenções de ICMS com os cabelos em pé. O ex-petista e agora emedebista diz para quem quiser ouvir que acredita na existência de crimes financeiros na área dos incentivos, e que não vai aceitar que os representantes do setor produtivo tentem atrapalhar a devassa que a CPI vai fazer nas suas vantagens tributárias. Só faltou acrescentar o clássico: “Doa a quem doer”. Aidar está procurando uma assessoria técnica qualificada para ajudar a colocar tudo em pratos limpos.
RODNEI MIRANDA E FÁTIMA MIRANDA CONQUISTAM CAIADO
Os secretários de Segurança Rodnei Miranda e da Educação Fátima Gavioli são os auxiliares que mais atraem os elogios do governador Ronaldo Caiado, que não esconde de ninguém sua satisfação com os dois. Um dos motivos, sem dúvidas, é que tanto Rodnei quanto Gavioli vivem promovendo eventos para anunciar novidades auspiciosas em suas áreas, dando ao governador a oportunidade de ganhar visibilidade com uma agenda positiva. Do início do governo até hoje, já houve 7 solenidades para anunciar, entre outras notícias boas, a queda dos índices de criminalidade, por conta da Secretaria de Segurança, e pelo menos 5 cerimônias na Seduc para entregar equipamentos educacionais e divulgar medidas de contenção de gastos. Todas com discursos entusiasmados de Caiado e ampla divulgação nas redes sociais do governo e seus secretários, nem tanto nas mídias convencionais.
ISENÇÕES DOS EXPORTADORES DE GRÃOS SÃO ESCANDALOSAS
O presidente da Fieg Sandro Mabel quer a manutenção dos incentivos fiscais tais como estão hoje, mas condena a continuidade das isenções que beneficiam a exportação de grãos produzidos em Goiás. O prejuízo do Estado com essa operação seria de R$ 700 milhões por mês – bastaria uma pequena redução das vantagens tributárias concedidas ao setor para garantir um salto espetacular na arrecadação de ICMS. Outro especialista no assunto, o senador e empresário Vanderlan Cardoso, afirma que são apenas cinco ou seis as empresas beneficiadas por essa regalia milionária, que, inclusive, desestimula o surgimento de indústrias de transformação de soja, milho e similares em Goiás – já que é muito mais rentável exportar a produção in natura do que investir no seu processamento. Essa seria uma das mais graves aberrações da política de incentivos fiscais no Estado, para a qual o governador Ronaldo Caiado sinaliza alterações ainda neste ano.
PARTIDOS DERROTADOS NAS URNAS PRECISAM SER REFUNDADOS
Quase seis meses depois da eleição, os partidos de importância que foram derrotados em Goiás já mostraram que, definitivamente, não vão se propor a nenhuma autocrítica sobre as causas do fracasso nas urnas. PSDB, MDB, PT e PTB saíram-se igualmente mal nas busca dos votos e vivem hoje uma situação de penúria de quadros, além da ausência completa de mensagem palatável para a sociedade. O que representam esses partidos? Aparentemente, nada, a não ser a nostalgia dos seus dias de ouro, que provavelmente não vão voltar nunca mais, pelo menos sem um trabalho de refundação baseado em ideias, modernização e sintonia com a maioria dos goianos. Espaço, há, na medida em que o grande vitorioso do pleito passado, Ronaldo Caiado, tem as suas peculiaridades pessoais e nenhuma delas combina com a formação de uma hegemonia política, tal como, em outras eras, conseguiram fazer Iris Rezende e Marconi Perillo.
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