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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 20 De Maio De 2019

20/05/2019 às 08h37


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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SAMUEL BELCHIOR ENTROU PARA A LISTA DE DESAFETOS DE CAIADO

Um dos articuladores políticos mais acionado durante a campanha, logo depois e até mesmo nos primeiros dias após a posse do governador Ronaldo Caiado, o ex-deputado Samuel Belchior caiu em desgraça e hoje está sendo mantido à distância do Palácio das Esmeraldas. Tudo decorreu de uma prosaica conversa com um amigo na academia onde Belchior pratica sua malhação diária, hábito de que ele não abre mão há mais de 10 anos. No papo, em clima de descontração, ele fez críticas à interferência da primeira-dama Gracinha na movimentação política e administrativa do governo, principalmente nas relações com os deputados estaduais – entre os quais, até hoje, Caiado não conseguiu consolidar uma base de apoio com alguma margem de segurança. Pelo que se sabe, houve apelo a expressões, digamos assim, meio que descontraídas para as referências que foram feitas à consorte do governador, ao qual a estória foi levada por alguém que ouviu e repassou nos mínimos detalhes. Foi o que bastou para uma reação irada e a inscrição de Samuel Belchior na lista de desafetos de Sua Excelência.

CÉLIO SILVEIRA VAI MUDAR SEU VOTO NO CASO DO COAF

Foi tão ruim a repercussão do seu voto, na comissão mista do Congresso, a favor de tirar o COAF das mãos do ministro da Justiça Sérgio Moro, que o deputado federal Célio Silveira já decidiu: no plenário, vai voltar atrás. Vídeos nas redes sociais o apontaram como envolvido com o ex-governador Marconi Perillo e os seus casos judiciais, daí resultando a sua posição a serviço de uma vingança contra a Operação Lava Jato. Célio se assustou e agora quer consertar o estrago.

NILO RESENDE ABRIRÁ VAGA NO TCM PARA ERNESTO ROLLER?

Tudo indica que o governador Ronaldo Caiado está articulando a abertura de uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios para, digamos assim, a aposentadoria política do seu secretário de Governo e ex-prefeito de Formosa Ernesto Roller. O alvo é o conselheiro Nilo Resende, que já tem tempo para se recolher à inatividade remunerada, inclusive tendo cumprido os cinco anos constitucionalmente obrigatórios para a sua permanência no cargo. Colmo se sabe, todo governo precisa de bodes expiatórios para os seus erros e mazelas e Roller é responsabilizado pelas dificuldades que Caiado encontra na Assembleia, para onde o Palácio das Esmeraldas não pode mandar matérias importantes com garantia de aprovação – como se viu, por exemplo, no caso do Passe Livre Estudantil, que teve o projeto que introduzia mudanças na sua configuração “rejeitado” pelos deputados, inclusive os que eram tidos como membros da base governista (na verdade, foi retirado para evitar uma derrota em plenário). O TCM seria uma saída honrosa para os dois, Caiado e Roller.

SÓ OBRAS NÃO BASTARÃO PARA A REELEIÇÃO DE IRIS EM 2020

Com os R$ 1 bilhão e 400 milhões de que dispõe em recursos próprios, neste e no ano que vem, e mais os R$ 750 milhões de um empréstimo já garantido com a Caixa Federal, o prefeito Iris Rezende começou um programa de obras de impacto em Goiânia – e por isso é dado como candidato à reeleição destinado a mais uma vitória, no ano que vem. Não é bem assim. Obras ajudam, mas, como se sabe, não bastam: o eleitor não costuma votar por gratidão – como ele mesmo aprendeu em 1998, quando, depois de gestões bem sucedidas no governo do Estado, acabou derrotado pelo jovem e desconhecido Marconi Perillo. Eleições são sempre decididas pelo quê de futuro oferecem para a sociedade e falar em futuro não deixa de ser difícil para quem completará 87 anos em 2020.

GOVERNO JÁ TEM NOMES PARA APOIAR EM GOIÂNIA E APARECIDA

Dos três colégios eleitorais mais importantes do Estado, o governador Ronaldo Caiado tem candidatos definidos em dois, para as eleições municipais do ano que vem. Em Goiânia, será Iris Rezende (e a campanha já começou, com os dois juntos no meio do povo em um grande mutirão na região noroeste de Goiânia, no último sábado). Em Aparecida, o nome do governo é o do deputado federal Glaustin Fokus. Só falta agora resolver quem representará Caiado em Anápolis, cidade onde nasceu (e a que só foi uma vez, depois de empossado governador).

DANIEL VILELA PODE, SIM, CHEGAR A PRESIDENTE NACIONAL DO MDB

O ex-deputado federal Daniel Vilela tem possibilidades reais de ser eleito para a presidência nacional do MDB, embora sem mandato e recém-saído de uma derrota eleitoral na disputa pelo governo de Goiás. Basicamente, por ser um político jovem e bem relacionado entre as lideranças do partido no Congresso Nacional, em especial com o deputado Baleia Rossi, líder da bancada emedebista na Câmara e uma das figuras mais sinistras do mal afamado “Centrão”, apesar da imagem ruim um dos grupos mais ativos da articulação parlamentar em Brasília. Daniel é xodozinho de Baleia, que defende com unhas e dentes a sua candidatura ao comando do diretório nacional. Isso pesa.

AJUDA FEDERAL NÃO SAI E COMEÇA A PREOCUPAR O ATUAL GOVERNO

Já estão alcançando um nível que pode ser definido como preocupante os esforços do governador Ronaldo Caiado para conseguir algum tipo de socorro financeiro, seja através do governo federal ou seja, agora, com a sua ideia de subtrair um terço do dinheiro do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, o FCO, para apropriação pelo governo de Goiás e utilização 50% em projetos de infraestrutura e 50% em custeio. Tudo indica que o governador goiano está empenhando prestígio em utopias que só servem para gerar expectativas vazias e paralisar a sua gestão. Datas foram marcadas para o apoio de Brasília e anunciadas pomposamente: é hoje, é amanhã, é na semana que vem. Mas nada aconteceu. A equipe econômica do ministro da Economia Paulo Guedes continua resistindo a abrir as burras para os Estados. O caso do FCO tem tudo para se caracterizar como mais uma batalha perdida para Caiado. O fundo tem finalidades muito específicas de apoio ao setor privado, inscritas na Constituição Federal – o que exigiria, para uma mudança que permitisse o acesso dos Estados a esses recursos, uma emenda constitucional (que precisa de maioria qualificada de dois terços na Câmara e no Senado, sempre difícil).

EM RESUMO

  • Jair Bolsonaro disse a um deputado federal goiano que está incomodado com as pressões do governador Ronaldo Caiado para liberar ajuda financeira para Goiás e que só o ministro Paulo Guedes pode resolver.

 

  • O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios Daniel Goulart está rompido com o ex-governador Marconi Perillo, o mentor que esteve por trás da sua carreira política e o nomeou para o cargo vitalício que ocupa.

 

  • O Passe Livre Estudantil vai permanecer como está hoje. O Palácio das Esmeraldas não deve mandar novo projeto com qualquer tipo de alterações para a Assembleia. Não há a mínima condição de aprovação.

 

  • Esta é para quem pensa que Delegado Valdir é um radical de direita: de toda a bancada federal de Goiás, ele é quem melhor se relaciona com os parlamentares de esquerda na Câmara. Mais até que Rubens Otoni, do PT.

 

  • Após abandonar o plenário e não participar de uma votação importante para o governo, o deputado Paulo Trabalho ficou tão chateado quanto embasbacado ao ganhar um pito telefônico do governador Ronaldo Caiado.

 

  • A CPI da Celg-Enel na Assembleia ainda não focou sobre o que realmente interessa: quanto a empresa italiana enviou para seus donos em Roma, em detrimento dos investimentos que deveriam ter sido feitos em Goiás?

 

  • A oposição na Assembleia está consolidada e limitada a 12 deputados. Isso deixa 29 parlamentares para o governo, o que deveria representar uma folgada margem de segurança para o governador Ronaldo Caiado. Deveria.

 

  • Major Vitor Hugo perdeu a força como líder do governo na Câmara, embora mantido pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele não tem mais interlocução com as principais forças políticas da Casa. Sequer suas ligações são atendidas.

 

  • O ex-governador Marconi Perillo tem vindo secretamente a Goiânia, despachando sem fazer barulho no seu escritório político no setor Sul. Ele recebeu mais de 10 pedidos para entrevistas, mas não vai atender nenhum.