POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
MAGUITO FOI VÍTIMA DA IMPRUDÊNCIA PESSOAL E DA NEGLIGÊNCIA DE SEUS FAMILIARES E ASSESSORES
Sim: morrer com 71 anos é morrer precocemente. Maguito Vilela, com a sua boa saúde e forma física de ex-atleta, além de uma vida tranquila, poderia chegar sem maiores sustos aos 80 e até aos 90 ou quem sabe mais. Só que ele foi atropelado pela busca de poder, quando não precisava mais de nenhuma afirmação na política, pela imprudência pessoal com que se dedicou, sem maiores cuidados preventivos, à campanha para a prefeitura de Goiânia e pela negligência criminosa de todos que o cercaram enquanto candidato, desde familiares como o filho Daniel Vilela até a entourage velha de guerra e faminta por cargos públicos do MDB. Maguito não foi sensato e menos ainda a sua, digamos assim, equipe, o seu círculo mais próximo. O preço que todos pagaram, no final, foi alto. No início de outubro, esta coluna observou: “Um homem com quase 72 anos de idade, ou seja, integrante do grupo de alto risco, não deveria ser exposto a contatos com apoiadores, reuniões, carreatas e uma intensa agenda de eventos, como acontece com Maguito e, pior, sem requisitos sanitários rigorosos. Por exemplo, usando máscaras faciais de acrílico, inúteis, mas teoricamente para facilitar o reconhecimento do seu rosto pelas plateias e pelos bairros por onde desfilou em cortejo eleitoral. Segundo especialistas, esse equipamento não protege nem a quem o usa nem as pessoas com quem se tem contato. Como é que alguém da importância de Maguito, um dos dois candidatos com possibilidade de vencer a eleição para prefeito de Goiânia, comete ou é submetido a um desleixo dessa magnitude? Há um custo e ele foi cobrado com a inevitável contaminação. Gente com a idade de Maguito, ainda mais com as suas condições financeiras, deveria ficar em casa e evitar se expor, ao contrário do que ele fez, atrás da eleição para o lugar de Iris Rezende e sem tomar as devidas precauções. Sim, porque, na maioria das vezes, ou pelo menos em muitas delas, quem contrai a Covid-19 infelizmente relaxou quanto as normas de prevenção. Parece ser o que houve”.
ADESÃO AO RRF, NOS PASSOS FINAIS, É A PORTA DE ENTRADA NO PARAÍSO PARA CAIADO
O governador Ronaldo Caiado está cada vez mais próximo de conseguir a adesão de Goiás ao RRF – Regime de Recuperação Fiscal, na prática o coroamento dos seus esforços de estabilização das finanças estaduais. Será um passo de gigante. Há uma determinação do Supremo Tribunal Federal para que o Ministério da Fazenda abra as portas do RRF para Caiado, que também, por outro lado, já fez o dever de casa e antecipou, com o apoio da Assembleia, todas as leis e procedimentos necessários para preparar Goiás para ingressar no regime, que trará condições favoráveis para o levantamento de recursos novos e diminuição ainda mais rigorosa das despesas. O novo RRF foi aprovado pelo Congresso e sancionado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, com mudanças que serão fundamentais para o governador goiano, como por exemplo, a amenização da exigência de privatização das empresas de saneamento, substituída pela venda parcial das suas ações – o que já está pronto para ser feito, no caso da Saneago, com aprovação legislativa para a venda de 49% do seu status acionário. Em breve, o governador, que já pisa em flores quanto às condições financeiras da sua gestão, adentrará o paraíso fiscal sonhado por todos os seus antecessores, mas jamais alcançado por qualquer um deles.
FUNERAL COM AGLOMERAÇÕES: PORTA ABERTA PARA MAIS MORTES PELA CONVID
Centenas, talvez milhares de pessoas, se aglomeram no cemitério de Jataí, acompanhando os passos finais das cerimônias fúnebres de Maguito Vilela. Trata-se de uma irresponsabilidade, tão grande quanto a que levou ao fim do prefeito de Goiânia, que também não se cuidou e não foi cuidado pelos familiares e equipe que o cercavam durante a campanha. Isso aí, do jeito destrambelhado que aconteceu, com certeza vai levar a mais mortes. A amontoação de pessoas não ocorreu só em Jataí. Deu-se também em Goiânia, no aeroporto e na Praça Cívica, e em Aparecida, em frente ao prédio da prefeitura. Tudo na contramão das recomendações mais básicas para a prevenção do contágio pela Covid. Mas aconteceu. E é certo que ajudou a espalhar a doença.
COM ADIB ELIAS INTERNADO EM SP, CAOS DAS ÁGUAS TOMA CONTA DE CATALÃO
Acontece todo ano e ninguém toma providências: as fortes chuvas que costumam cair nesta época em Catalão voltaram a alagar a cidade. O prefeito Adib Elias, que está no terceiro mandato, conhece a fundo o problema, mas nunca fez as obras necessárias para evitar esse desastre anunciado, que acaba prejudicando centenas de famílias e empresas de todo tamanho. No ano passado, foi pior. Mas, neste, a onda de temporais só está começando ainda não se intensificou, como ocorre tradicionalmente. Adib Elias está em São Paulo, internado no Hospital Sírio Libanês para tratamento do ataque que recebeu da Covid-19. Assim como ocorreu com Maguito Vilela, seu estado de saúde é um mistério, já que nem a família nem assessores divulgam informações confiáveis. Mas em agravamento contínuo, a essa altura já intubado. Enquanto isso, a sua cidade, literalmente, mergulha no caos das águas sem controle: dentro do perímetro urbano, existem 14 represas de grande porte, nenhuma construída dentro das técnicas recomendadas e, portanto, todas fora de controle. Quatro já transbordaram.
DANIEL VILELA APARELHA A PREFEITURA DE GOIÂNIA COM ALIADOS DO INTERIOR
Tem tanto espaço – leia-se cargos – disponível na prefeitura de Goiânia que o presidente estadual Daniel Vilela está oferecendo nomeações para aliados do interior do Estado. Um exemplo é o candidato emedebista a prefeito de Goianésia, Pedro Gonçalves, que se aliou ao PSDB e acabou derrotado por Leozão do Renatão, representante do DEM. O próprio Pedro Gonçalves deu a notícia de que foi convidado para ocupar no Paço Municipal uma secretaria ou órgão encarregado de elaborar projetos da Prefeitura de Goiânia e fazer a interlocução com Brasília. Ele aceitou, mas o estranho em tudo isso é que essa função já está ocupada pelo ex-deputado federal Euler Morais como titular da Secretaria de Relações Institucionais (e já gastando sola de sapato percorrendo órgãos governamentais na capital federal atrás de verbas para a capital goiana). É uma clara e desnecessária superposição de cargos.
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