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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 17 De Agosto De 2020

17/08/2020 às 12h48


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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POLÍTICA ESTADUAL NÃO TEM MAIS NENHUM TUCANO ENTRE AS SUAS PERSONAGENS DE MAIOR EXPRESSÃO

Uma avaliação do cenário estadual hoje mostra que o PSDB perdeu enormemente a sua força e não tem mais figuras de expressão capazes de se equiparar aos maiores nomes da política em Goiás – todos militantes de outras agremiações partidárias, a exemplo, no palco principal, do governador Ronaldo Caiado, do DEM, do prefeito Iris Rezende, do MDB, e do senador Vanderlan Cardoso, do PP, ou então, nas arenas laterais, de lideranças como o ex-governador Maguito Vilela, o secretário da Indústria & Comércio Wilder Morais, os prefeitos Gustavo Mendanha (MDB, Aparecida), Roberto Naves (PP, Anápolis), Adib Elias (Podemos, Catalão) ou Paulo do Vale (DEM, Rio Verde), sem falar em estrelas ascendentes como os deputados federais Francisco Jr., do PSDB, e Elias Jr., do PSB e ainda citando, para arrematar o raciocínio, a maior promessa dentre todos esses novos nomes, representada pelo presidente da Assembleia Lissauer Vieira, do PSB. Nesse contexto, onde estão os tucanos? Alguém poderia objetar com a indicação do prefeito de Trindade Jânio Darrot, que inclusive é presidente estadual do PSDB, ou com o candidato a prefeito de Goiânia (2º posto mais importante da política goiana) Talles Barreto, também do PSDB, mas não é o caso. Jânio corre o risco de uma derrota eleitoral na sua base e Talles não tem a menor chance de vencer e sob um olhar rigoroso nem mesmo de classificar-se bem na disputa na capital. Isso é pouco para uma sigla que mandou em Goiás durante 20 anos e acabou se esvaziando com o envolvimento dos seus quadros em seguidos escândalos de corrupção, que não pouparam as suas expressões máximas – Marconi Perillo e José Eliton. O PSDB, senhoras e senhores, acabou em uma cova funda da qual jamais ressuscitará, pelo menos não para a grandeza que já experimentou um dia.

 ABANDONO DOS BAIRROS SERÁ O GRANDE TEMA DA CAMPANHA EM APARECIDA

Todos os candidatos da oposição a prefeito de Aparecida – e tudo aponta para o deputado federal Glaustin Fokus, do PSC, como o número um – vão apostar na exploração do único dado que expõe alguma fragilidade do prefeito Gustavo Mendanha, ou seja, a monumental carência de infraestrutura na maioria dos bairros aparecidenses. Vejam só que tristeza: 30% não têm nenhuma rua asfaltada, 35% ainda sonham com um benefício civilizatório básico como a água tratada e, grave, 60% não dispõem de rede de esgoto. E isso depois de consecutivos 8 anos do prefeito Maguito Vilela e 4 de Mendanha, ambos do MDB.

 EXPLICAÇÕES DE BALDY SE BASEIAM EM DESCULPAS ESFARRAPADÍSSIMAS

Digamos assim: não foram felizes as entrevistas do ex-ministro e secretário afastado de Transportes Urbanos de SP Alexandre Baldy deu para explicar o inquérito judicial que levou à sua prisão. Não apresentou nenhum documento (como, por exemplo, declarações de imposto de renda que poderiam esclarecer as operações financeiras irregulares de que é acusado), não arrumou uma justificativa plausível para o dinheiro vivo que guardava em suas casas e, confrontando com as declarações dos delatores que informaram sobre vários encontros face-a-face e ainda disseram tê-lo visitado residencialmente, sofreu um ataque de amnésia e respondeu que não se lembrava de ter estado com eles, claro, prevenindo-se contra a aparição de fotos ao lado dos indivíduos (que, consta, estão anexas ao processo). São desculpas esfarrapadas, que tiram a credibilidade de qualquer defesa, no caso, aliás, pautada em uma tese ousadíssima: os delatores teriam inventado os fatos que envolveram Baldy a troco de nada.

 VANDERLAN FOI PARA O INTERIOR PARA REPETIR A ENTREGA DE TRATORES

Depois de promover uma cerimônia esvaziada em Goiânia, no pátio da Conab, para entregar 26 tratores a prefeitos, o senador Vanderlan Cardoso saiu em roadtrip pelo interior pelo interior para repetir a cerimônia, dessa vez individualmente. Em tempos de pandemia, não foi uma boa ideia.

 PRINCIPAIS BENEFICIADOS PELOS GOVERNOS TUCANOS NÃO DEFENDEM MARCONI

O ex-governador Marconi Maria teria alguma chance de deter a desconstrução do que imagina ser o seu legado se tivesse ao seu lado vozes gabaritadas para postular tecnicamente a possível excelência, ao menos parcial, dos seus governos. Mas não as há. Os tecnocratas tucanos que se fartaram com os cargos mais importantes de Goiás, durante duas décadas, nunca se dispuseram a retribuir as benesses recebidas com a coragem de interceder pelo chefe que tratavam como um semideus. Não abrem a boca. Onde está, por exemplo, Giuseppe Vecci, que teve tudo, até um mandato de deputado federal doado por Marconi, que ele não foi capaz de justificar, concluindo-o com uma soma zero a favor de Goiás? Cadê José Carlos Siqueira, que passou arrogantemente por todas, sim, simplesmente por todas as funções de influência da era tucana? Cadê José Eliton, agraciado com 2 mandatos de vice e a chance desperdiçada de disputar uma eleição como representante da máquina de governo? Ou a professora Raquel Teixeira? Ou João Furtado? Ou o multidisciplinar Leonardo Vilela? Ou Jayme Rincón, que só se preocupa com a extinta Agetop, não menciona o nome de Marconi e até o critica? Por onde andam todos eles? E muitos outros? Por que, enfim, não têm nada a dizer em defesa do seu ex-líder e de tudo o que foi feito no regime encerrado em 2018 com um fiasco nas urnas? O ex-governador paga, tristemente, a conta pelas escolhas equivocadas de aliados que fez.

EM GOIÁS, ONDE OS RICOS SÃO PRATICAMENTE ISENTOS, QUEM PAGA IMPOSTOS SÃO OS POBRES

Impressionante: com tudo o que o governador Ronaldo Caiado fez e mais CPI na Assembleia e restrições impostas pelo Tribunal de Contas do Estado, ainda assim o valor da renúncia fiscal em Goiás, em 2021, deve superar a casa dos R$ 9 bilhões de reais – uma montanha de dinheiro de ICMS que ficará retido no bolso de um grupo privilegiado de pouco mais de 500 grandes empresários, que seguem como os mais privilegiados do país em matéria de impostos dispensados de recolhimento. Isso porque, ainda, o Estado é o número um em termos nacionais quanto a incentivos fiscais, conforme apuração da jornalista Fabiana Pulcineli em uma excelente e oportuna matéria em O Popular. Na verdade, trata-se de um escândalo. E provado está que essa gente é imexível e continua beneficiária de vantagens incabíveis em uma economia de mercado. Assim é Goiás: enquanto os pobres, ou seja, os pequenos e médios empresários, são obrigados a quitar todos os meses as suas obrigações fiscais, rico não paga nada.

 EM RESUMO          

  • A queda da rejeição e o salto em aprovação do presidente Jair Bolsonaro assanharam os políticos que apostam na vinculação com o bolsonarismo para crescer e ganhar votos em Goiás na próxima eleição. Eles correm atrás.

 

  • A prefeitura de Goiânia aproveita os últimos dias antes da proibição de propaganda oficial, por causa da proximidade da eleição, e despeja um tsunami de publicidade. Criou até um canal de notícias no Instagram, aliás uma boa ideia.

 

  • Estamos a menos de 90 dias da data da eleição e em parte de alguma de Goiás a campanha começou. Simplesmente não existe ambiente eleitoral, nem em Goiânia nem em cidade alguma, para azar dos candidatos menos conhecidos.

 

  • O ex-deputado federal Jovair Arantes ainda pode ser candidato a vereador. A decisão depende de uma avaliação: se a torcida do Atlético, seu time do coração, encamparia ou não o seu nome e forneceria os votos necessários.

 

  • Suspeita-se que o distúrbio hidroeletrolítico que paralisou os rins e quase ceifou a vida do prefeito de Trindade Jânio Darrot (felizmente, recuperou-se) tenha a ver com remédios não comprovados que tomou para prevenir a Covid-19.

 

  • O cai-não-cai do deputado federal Vítor Hugo como líder do governo na Câmara chegou ao fim melancolicamente: ele foi trocado sem uma palavra pública de consolo do presidente Jair Bolsonaro. A página foi virada a frio.

 

  • O ex-prefeito Maguito Vilela acendeu todas as velas para aguardar a chegada do dia 20, data estabelecida pelo prefeito lris Rezende para anunciar se disputa a reeleição ou não. A aposta continua a mesma: é candidato.

 

  • O deputado federal José Nelto também anda exagerando no número de candidatos a prefeito que o seu partido, o Podemos, vai lançar em Goiás. Fala em 60, mas se chegar a beirar os 40, o que é difícil, pode soltar foguetes.

 

  • É real o entusiasmo do ex-senador Wilder Morais com a possibilidade ser candidato a prefeito de Goiânia pelo PSC, em dobradinha informal de campanha com o deputado federal Glaustin Fokus disputando a prefeitura de Aparecida.