POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
MAIS UMA VEZ, IRIS MOSTRA QUE É UM BOM ADMINISTRADOR PÚBLICO
Depois de beirar a impopularidade com os primeiros dois anos da sua gestão, quando aparentemente não mostrou serviço nenhum, o prefeito Iris Rezende protagoniza uma das maiores reações políticas e administrativas que já se viu na história de Goiânia e de Goiás. De repente, mas fruto de uma construção lenta e sólida, Iris apareceu com R$ 1 bilhão em caixa, lançou 10 obras estruturantes para impactar a capital e anuncia que, sem mexer nesse dinheiro, vai recuperar 600 ruas e avenidas atualmente com o asfalto estragado. Com tudo isso, está garantida a sua influência na eleição do ano que vem, quando, agora é certo, será mais uma vez candidato, mesmo completando 87 anos pouco depois da data do pleito. Mais, mais uma vez, mostra que a sua estratégia de governo é altamente funcional: gasta os primeiros 2 anos arrumando a casa e melhorando a arrecadação, entra no terceiro ano com um pacote revolucionário de investimentos e, no quarto ano, que é o eleitoral, está pronto para exercer o papel de eleitor nº 1, para si próprio ou a favor de um apadrinhado.
VANDERLAN INSTITUI CAFÉ DA MANHÃ EM CASA PARA FAZER POLÍTICA
Para atuar no Senado, Vanderlan Cardoso reservou as terças, quartas, quintas e, nem toda semana, as sextas, pelo menos no período da manhã. Fora daí, ele pode ser encontrado em Goiânia, em sua ampla casa no Alphaville, que transformou em espécie de escritório político – principalmente no horário matutino, até 10 horas, mais ou menos, quando recebe jornalistas, deputados, prefeitos, empresários e todo tipo de personalidades da política e da sociedade. Detalhe da maior importância: Vanderlan não recebe apenas apoiadores ou figuras com as quais tem ligação, mas tem convidado oposicionistas, governistas e até quem não nada a ver com um lado ou com outro, como, por exemplo, o deputado Talles Barreto, maior voz da oposição na Assembleia Legislativa no momento e candidato a presidente estadual do PSDB. Não há dúvida de que a ação do senador tem um norte bem definido: a sua candidatura a governador em 2022.
FOCO DE ADIB EM 2022 É SER CANDIDATO A GOVERNADOR OU A VICE
O prefeito de Catalão Adib Elias tem consciência de que o seu nome, hoje, está estadualizado e tem conteúdo suficiente para sustentar uma candidatura a governador ou a vice (nesse caso, se Ronaldo Caiado resolver tentar a reeleição). Adib movimenta-se por todo o Estado e se escora na sua longa e rica trajetória política, que inclui até o fato de já ter disputado, na convenção do então PMDB em 2006, o direito de representar o partido na eleição que, no final das Contas, Alcides Rodrigues venceu, derrotando o escolhido Maguito Vilela. Principal fiador da vitória de Caiado, ao liderar a dissidência emedebista que apoiou o democrata (quando apresentou uma justificativa que ficou célebre: “Estou cansado de perder”), ele se esmera no momento em amontoar trunfos para passar pelo pleito municipal de 2020, quando buscará mais um mandato à frente da prefeitura de Catalão. É uma etapa necessária e ele é o favorito. Vencendo, Adib estará pronto para a sucessão estadual, com ou sem Caiado na parada.
JOSÉ NELTO: GOVERNADORES NÃO TÊM VOTOS NO CONGRESSO
Na audiência que teve com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal José Nelto não teve papas na língua: aproveitou para defender a destinação dos recursos dos novos leilões do pré-sal para os municípios, em vez da intenção inicial do governo federal, que é distribuir o dinheiro para os Estados. Nelto disse ao presidente que isso só alimentaria a irresponsabilidade fiscal dos governadores, adiando a sua conscientização de que é preciso cortar até o osso e fazer o dever de casa para regularizar a crise fiscal que é quase que generalizada entre todas as 27 unidades da Federação. Além disso, o parlamentar goiano acrescentou que Brasília não tem que oferecer mimos a quem não tem votos no Congresso. “Não há um único governador que possa ajudar o país com apoio na Câmara e no Senado para a reforma previdenciária. Eles têm influência zero nas bancadas”, garante. Apesar de não ter sido citado, é claro que o governador Ronaldo Caiado está incluído no raciocínio de José Nelto.
MARCONI: PAU QUE BATE EM CHICO TAMBÉM DÁ EM FRACISCO
O governador de São Paulo João Dória quer mudar o nome do PSDB e, ao mesmo tempo, promover uma “faxina ética” no partido, destinada a afastar todos os nomes envolvidos em escândalos de corrupção, entre os quais foram citados os ex-governadores do Paraná Beto Richa e de Minas Gerais Eduardo Azeredo. Em Goiás, a proposta representa um tiro mortal no já politicamente cambaleante ex-governador Marconi Perillo, que tem uma situação jurídica pior que a de Richa ou a de Azeredo ou a dos dois somada, pelo volume de processos com que passou a ser encurralado pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Federal. Ora, se Richa e Azeredo, segundo a estratégia de Dória, precisam ser afastados para que o PSDB fique livre da contagiosa doença moral dos seus associados mais problemáticos, porque seria diferente com Marconi? Não é verdade que pau que dá em Chico também bate em Francisco?
ASSEMBLEIA DE LISSAUER VIEIRA ENTRA NA ERA DA GASTANÇA
Nos passos do governo do Estado, a Assembleia Legislativa também está promovendo uma reforma administrativa – mas para criar departamentos aumentar o número de cargos e, no final das contas gastar mais recursos públicos por mês. A correção de rumos imaginada quando Lissauer Vieira foi eleito para a presidência não passou de expectativa vazia e sem fundamento. E isso sem falar na retomada da construção da nova sede, no Parque Lozandes, um palácio babilônico que vai consumir mais de R$ 120 milhões de reais, caso o governador Ronaldo Caiado tenha a coragem de repassar essa pequena fortuna para financiar a gastança dos deputados estaduais.
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