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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 15 De Julho De 2019

15/07/2019 às 08h56


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CARTA DE IRIS DEFENDENDO OS DISSIDENTES SERÁ USADA EM BRASÍLIA

A carta do prefeito de Goiânia Iris Rezende ao presidente do diretório estadual do MDB Daniel Vilela, defendendo os prefeitos que apoiaram a eleição de Ronaldo Caiado no ano passado (são vários, mas três em especial foram citados na mensagem: Adib Elias, de Catalão; Paulo do Vale, de Rio Verde; e Fausto Mariano, de Turvânia), pode levar a presidência nacional do partido a adotar medidas como uma intervenção em Goiás, o que seria algo mais radical, ou a reintegração dos dissidentes expulsos, nessa hipótese uma decisão bem mais amena, embora igualmente desmoralizante para os dois Vilelas, Daniel e Maguito, que hoje controlam a agremiação em Goiás. A manifestação de Iris tem importância na medida em que consolida um quadro de divisão interna em Goiás e pode levar comando do MDB em Brasília a reverter um cenário que, até agora, parecia inteiramente favorável à manutenção do atual diretório estadual e à confirmação das expulsões. Tudo indica que foi produzida exatamente para esse fim.

PROTAGONISMO DA CÂMARA FEDERAL É EXEMPLO PARA A ASSEMBLEIA

O protagonismo da Câmara Federal na aprovação da reforma da previdência representa um exemplo e tanto para a Assembleia Legislativa, que tem tudo para ajudar o Estado a avançar com iniciativas como, por exemplo, a revogação do DIFAL, imposto que massacra pequenos e médios comerciantes em Goiás, ou o reestabelecimento de normas de controle ambiental para a exploração de negócios às margens do rio Meia-Ponte e seus afluentes, que foram revogadas pelo governador Ronaldo Caiado. No início do ano, ao eleger um presidente – Lissauer Vieira – contra a vontade do Executivo, a Assembleia sinalizou para uma atuação independente e comprometida com os interesses da população, mas caminhou pouco nesse sentido e ainda está distante de se configurar como um Poder forte e capaz de uma agenda própria – como a Câmara Federal se tornou hoje. Mas é certo que submissão não dá mais.

AGÊNCIA ABC É DESPERDÍCIO DE DINHEIRO PÚBLICO E DEVERIA SER FECHADA

O presidente Jair Bolsonaro determinou a extinção de uma emissora educativa de rádio do governo federal, a rádio MEC, que não era ouvida por ninguém e só servia para desperdiçar dinheiro do contribuinte. No próximo dia 31, as transmissões serão sumariamente encerradas. O exemplo deveria ser seguido pelo governador Ronaldo Caiado, se quisesse mesmo implantar a mudança que prometeu na campanha eleitoral e que convenceu o eleitor goiano a sufragar maciçamente o seu nome. O governo de Goiás é dono da Televisão Brasil Central e da Rádio Brasil Central, esta em duas frequências (AM e FM), com uma característica comum: são veículos com audiência zero e custam caro, muito caro, para funcionar em um mundo onde não têm mais eficácia como projeto de comunicação.

ARRECADAÇÃO DE ICMS SUBIU MUITO, MAS A RECEITA GLOBAL CAIU

O governador Ronaldo Caiado deu sorte nos seus primeiros seis meses de mandato: seguindo uma tendência iniciada em 2015 e consolidada no ano passado, a arrecadação de ICMS subiu sem parar e, de janeiro a junho, acrescentou R$ 1 bilhão extras ao caixa do Estado. Essa é a notícia boa. A ruim é que, ao mesmo tempo, as transferências federais, caíram significativamente e anularam qualquer efeito positivo gerado pelo aumento na entrada de tributos estaduais. Na total, a receita do Estado caiu mais de 10%, mesmo com o espetacular salto do ICMS. Para complicar, as despesas com o pagamento da folha de pessoal cresceram entre 12 e 15%, mesmo com os cortes de cargos comissionados e com o governador abrindo mão de preencher todos os disponíveis. É uma situação difícil, que exige uma abordagem criativa e radical, que, infelizmente, Caiado ainda não soube definir qual seria – nem mesmo no caso da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e suas medidas duras de austeridade fiscal, que o governo não sabe se faz ou não.

DISSIDENTES CAIADISTAS DO MDB DECIDEM ADIAM DEFINIÇÃO PARTIDÁRIA

Os dissidentes caiadistas do MDB, liderados pelo prefeito de Catalão Adib Elias, não têm mais pressa para se definir por uma nova filiação partidária. Primeiro, porque a carta de Iris Rezende que pede ao presidente do diretório estadual Daniel Vilela a superação das divergências e uma reconciliação com o grupo pode gerar novos desdobramentos, inclusive convencendo a cúpula nacional emedebista de que a legenda está mesmo rachada em Goiás e merece uma intervenção, seja através de uma intervenção seja pela reintegração dos expulsos. Depois, porque, para disputar a eleição do ano que vem, o prazo para a filiação partidária foi reduzido para seis meses, ao contrário dos 12 meses que valiam até o pleito passado. Há tempo de folga, portanto. E muita água para passar debaixo da ponte. Eles decidiram esperar.

CRISTIANE SCHMIDT DEIXA CLARO: GOVERNO NÃO SABE O QUE FAZER

Incomodam cada vez mais as seguidas declarações da secretária da Economia Cristiane Schmidt deixando claro que, depois de seis meses de gestão, o governo do Estado não sabe o que fazer e que caminho tomar quanto à inadiável necessidade de promover um ajuste fiscal e reduzir ou eliminar o seu rombo de caixa. Na semana passada, ele disse que está vivendo um momento de “introspecção”, refletindo sobre quais os caminhos a seguir e a viabilidade de cada um. Depois, que “está tudo muito incerto”. Nem há certeza nem mesmo em relação à liminar que o STF concedeu, suspendendo o pagamento da dívida estadual por 6 meses, se vai ter algum efeito ou não. A falta de rumo é total. E vejam bem, leitora e leitor: não é a oposição que diz, mas sim a maior autoridade das finanças estaduais, a economista Cristiane Schmidt.

EM RESUMO

  • O caso do deputado Diego Sorgatto, tucano que apoia Ronaldo Caiado na Assembleia, divide o PSDB. A maioria quer a sua expulsão do partido, mas há os que, como o presidente Jânio Darrot, defendem a sua permanência.

 

  • O prefeito Iris Rezende começou a dar sinais efetivos de que vai disputar a reeleição. “Hoje, diria que não sou candidato”, declarou malandramente na semana passada, o que significa: “Amanhã, posso muito bem ser”.

 

  • O governo do Estado não cogita revogar o DIFAL, espécie de acréscimo abusivo de ICMS cobrado em Goiás, que, em 2018, foi denunciado como “golpe” contra o empresariado pelo então senador Ronaldo Caiado.

 

  • Em 2022, o senador Luiz Carlos do Carmo, hoje no MDB, mas alinhado com o grupo que discorda a orientação do presidente estadual Daniel Vilela, pretende se candidatar à reeleição. E quer garantir a legenda.

 

  • O governador Ronaldo Caiado está confiante e vai agora se concentrar no Senado, onde passou os últimos 4 anos da sua carreira parlamentar, para tentar a inclusão dos Estados e municípios na reforma da previdência.

 

  • Diante do estudo divulgado ela Adial mostrando que as empresas incentivadas são responsáveis por 50% da arrecadação de ICMS em Goiás, o Sindifisco retrucou com números diferentes: seriam apenas 4,9%.

 

  • O deputado estadual Karlos Kabral, do PDT, cotado para substituir Bruno Peixoto na liderança do governo Caiado, não tem nem experiência nem perfil para o cargo. Sua carreira política e parlamentar anterior foi no PT.

 

  • Com a China fora do mercado de soja, as exportações de Goiás desabaram no 1º semestre. O superávit comercial do Estado caiu em quase 30%, sem falar que a queda na demanda diminuiu os preços pagos aos produtores. 

 

  • O jornalista Divino Olávio, em sua coluna neste jornal, revelou que o governador Ronaldo Caiado se sente “chantageado” pelas exigências e pedidos de cargos feitos pelos deputados da sua base na Assembleia.