BASE DE NA ASSEMBLEIA É FRÁGIL E SEM MUITA MARGEM, MAS REAL
Apareceu finalmente uma base de apoio para o governador Ronaldo Caiado na Assembleia Legislativa, por enquanto ainda frágil e com pouca margem de segurança, aguardando uma matéria polêmica para passar por um teste de estresse – que deve ser o projeto da 2ª parte da reforma administrativa, destinado a mexer com a estrutura do Estado e evidentemente gerar muita discussão. O governador parece ter conquistado maioria no plenário da Casa: estão perfilados ao seu lado entre 24 e 26 deputados, quase todos convencidos por uma das artimanhas mais velhas da política brasileira, que é a troca de apoio por cargos no governo, na definição do deputado Major Araújo, aliado do governador, um “balcão de negócios”. Graças a esse recurso, até parlamentares eleitos pela oposição, como Virmondes Cruvinel, Diego Sorgato ou Tiago Albernaz, que construíram suas trajetórias dentro ao PSDB ou ligados ao partido e principalmente ao ex-governador Marconi Perillo, aderiram ao Palácio das Esmeraldas.
TRÊS CANDIDATOS À SUCESSÃO DE CAIADO: TEJOTA, WILDER E ADIB
Se não for candidato à reeleição em 2022, como tem dito, adiantando que pretende disputar a presidência da República, o governador Ronaldo Caiado tem três sucessores desde já postados dentro do seu campo político: o vice-governador Lincoln Tejota, espécie de candidato natural devido ao cargo que ocupa; o secretário da Indústria & Comércio, Wilder Morais, que perdeu a eleição para o Senado, mas mostrou bom desempenho nas urnas ao se classificar em 3º lugar, com mais votos que o ex-governador Marconi8 Perillo; e o mais cotado de todos, o atual prefeito de Catalão Adib Elias, único entre os pré-postulantes que dispõe de uma carreira política sólida e independente, já tendo sido, inclusive, o nome que em 2006 afunilou com Maguito Vilela na convenção que acabou escolhendo Maguito para concorrer com Alcides Rodrigues (e perder). É de olho na sucessão de Caiado que Adib Elias prepara-se com cuidado para vencer a tentativa de reeleição no ano que vem, etapa que ele precisa superar antes de chegar ao seu grande objetivo político.
PARENTES DE PARLAMENTARES INFESTAM O GOVERNO CAIADO
Não há precedentes em Goiás para o excesso de parentes de parlamentares que estão assumindo cargos de importância no governo do Estado, a exemplo da mãe do deputado Virmondes Cruvinel, nova chefe de gabinete da Emater. E também o irmão do deputado Humberto Aidar, aboletado em uma superintendência da Secretaria de Comunicação. E ainda o irmão do deputado Josué Gouveia, que ganhou uma diretoria da Agehab. A mesma Agehab, aliás, cuja presidência foi entregue a um ex-prefeito réu em processos por improbidade que é irmão do senador Luiz Carlos do Carmo. Por aí vão, às dezenas. Uma recente matéria de O Popular registrou 27 familiares do governador Ronaldo Caiado e de políticos com mandatos marcando presença na hierarquia administrativa estadual.
PROJETO DE VANDERLAN (DISPUTAR O GOVERNO EM 2022) JÁ COMEÇOU
Não é novidade para ninguém que o senador Vanderlan Cardoso vai fazer de tudo para disputar o governo do Estado em 2022. A notícia que conta, no entanto, é que ele já começou a mover as suas ações com vistas a esse objetivo, como, por exemplo, a atração para a sua assessoria de Abelardo Vaz, que renunciou à prefeitura de Inhumas, para cuidar da articulação municipal da candidatura. Quer dizer: Abelardo vai se por em campo para percorrer os municípios e fechar alianças para as eleições municipais, quando Vanderlan pretende apoiar candidatos específicos, principalmente nos maiores colégios eleitorais. Não se esqueçam, leitora e leitor: o senador é um dos maiores empresários goianos e tem muita bala na agulha para gastar oferecendo estrutura para as campanhas do ano que vem.
FINALMENTE, FICOU PRONTA A 2ª PARTE DA REFORMA ADMINISTRATIVA
Depois de quase quatro meses de governo e sete meses desde a eleição, o governador Ronaldo Caiado dará um passo – concreto – da maior importância para a definição do futuro da sua gestão: está confirmado para esta semana o encaminhamento da reforma administrativa para a apreciação da Assembleia Legislativa, onde se supõe que, também enfim, o Palácio das Esmeraldas contaria com uma base de apoio suficiente para aprovar a matéria sem maiores modificações. Batizada de “2ª parte” da reforma administrativa, o que se terá para valer é possivelmente uma verdadeira proposta de formatação da máquina que serve ao governo do Estado, já que a “1ª parte” não trouxe nenhuma mudança substancial e, ao contrário, foi criticada por aumentar o número de secretarias e cargos, consequentemente expandindo as despesas. O que virá agora tem a pretensão de corrigir esse erro, enxugando a estrutura do poder estadual, eliminando órgãos, diminuindo o quantitativo de funcionários e de alguma forma produzindo uma economia que possa fazer diferença no fluxo de caixa. Pelo menos é que o próprio governador e alguns auxiliares ligados à elaboração da reforma têm prometido.
POLICLÍNICAS NO INTERIOR SÃO DESAFIO PARA O NOVO GOVERNO
Um dos maiores desafios para o governador Ronaldo Caiado será a implantação das policlínicas que ele, na campanha, prometeu espalhar pelo interior do Estado. As duas primeiras serão implantadas em Santa Terezinha e Posse, municípios longínquos e de pequeno porte, que não oferecem atrativos para a fixação de médicos, situação que deverá se repetir nas demais cidades a serem escolhidas para essas pequenas unidades de saúde, porém, como o próprio nome indica, teoricamente capazes de oferecer atendimento em variedades como clínica geral, emergência, ortopedia, pediatria, cardiologia e oncologia – as mais procuradas pela população. Não vai ser fácil arrebanhar profissionais para essa missão.
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