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COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 14 De Setembro De 2020

14/09/2020 às 11h19


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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DISCURSO INICIAL DE MAGUITO COMO CANDIDATO EXPÕE IRIS COMO ADMINISTRADOR ULTRAPASSADO

As primeiras falas de Maguito Vilela já definido como candidato a prefeito pelo MDB foram metrificadas pelo jornal O Popular, com a avaliação de que 40% do tempo gasto foram despendidos com citações e referências supostamente elogiosas a Iris Rezende. Mas vejam, leitoras e leitores, como as aparências enganam. Maguito realmente mencionou muito Iris, apenas para, no final das contas, apresentá-lo como um administrador do passado, com prazo de validade vencido, focado apenas em obras físicas e de grande porte, saltando daí que, para o representante emedebista na eleição em Goiânia, a capital perdeu o bonde da modernidade e precisa correr atrás da inovação tecnológica para verdadeiramente se antenar com os novos tempos do país e do mundo. É isso que Maguito disse e é isso que tem sido repetido dia e noite por todos os postulantes ao Paço Municipal, desde o radical Major Araújo até o soft power Virmondinho Cruvinel, passando, entre esses dois polos extremos de conduta política, por quase 20 ou mais nomes interessados no Paço Municipal. O que Maguito fez foi consolidar, com o peso da sua autoridade histórica, todas as críticas são atiradas contra Iris e que encontram na sua imagem física uma espécie de confirmação, dada a sua idade avançada, roupas, meios de expressão e até as palavras e os raciocínios que escolhe, tudo sugerindo um modelo de liderança obsoleta e arcaica. E o ex-prefeito de Aparecida fez isso na primeira oportunidade que teve depois de ver a sua candidatura se tornar irreversível, prevenindo-se contra qualquer reação negativa do próprio Iris ou da sua família e seguidores mais apaixonados.

 IRIS NÃO TERÁ NINGUÉM PARA DEFENDÊ-LO NA CAMPANHA E FICARÁ COM A IMAGEM DE ARCAICO

Vai competir teoricamente ao candidato do MDB em Goiânia – que agora se sabe que será Maguito Vilela – a defesa da administração e do nome de Iris Rezende durante a campanha eleitoral. Mas o primeiro passo de Maguito praticamente se assemelhou a um ataque, ao se propor a retirar Goiânia da era analógica e inseri-la no mundo digital, o que sugere que Iris governou com a cabeça no passado e vai entregar a capital tecnologicamente atrasada, com muitas obras, sim, mas nenhuma capaz de promover a inserção dos seus moradores em um processo de modernização. Em outras palavras, é o mesmo que os demais candidatos – todos de oposição – já vinham dizendo, de uma forma ou de outra. Mas Maguito não ficou só por aí. Ele foi mais longe e acrescentou nas suas primeiras declarações outro ataque que os candidatos já vinham fazendo a Iris, especialmente a Dra. Cristina, do PL: a prefeitura não tem programas sociais, o que seria uma falha grave. Tanto que o novo candidato do MDB está prometendo, já no primeiro mês, caso vença, distribuir alimentos e recursos para famílias carentes através de instituições sociais.

 PLANO DE GOVERNO DE ALESSANDRO MELO REVELA RESSENTIMENTOS COM IRIS

Pode ser uma impressão errada ou distorcida, mas ficou no ar a suspeita de que o coordenador do plano de governo de Maguito Vilela para Goiânia, o economista Alexandro Melo, ex-secretário de Finanças de Iris Rezende que deixou o cargo a contragosto, está temperando o seu novo trabalho com uma boa pitada de ressentimento em relação ao antigo chefe. A ênfase na modernização da capital e na introdução de mais tecnologia nos serviços públicos municipais parece sugerir que Iris não fez nada disso porque seria um gestor ultrapassado e que passava da hora de ser substituído. Há pouco defenestrado do Paço Municipal, Alessandro Melo pode ter achado o momento e a situação ideal para uma vingancinha, para azar de Maguito – que foi arrastado para o discurso da “cidade digital” sem se atentar para o quanto isso fere o atual prefeito.

 MAIS DO MESMO: IRIS E MAGUITO SE REVEZAM HÁ 40 ANOS COMO CANDIDATOS DO MDB

Repetindo o que já publicamos nesta página repetidas vezes: desde que Iris Rezende se elegeu governador pela 1ª vez, em 1982, o MDB vem se alternando entre apenas dois nomes nas eleições para governador do Estado, o dele próprio e o de Maguito Vilela, com a exceção de Henrique Santillo, eleito em 1986, e a “renovação” dentro de um desses clãs representada por Daniel Vilela, filho de Maguito, na disputa de 2018. São 40 anos de mais do mesmo, um caso raro em termos de Brasil e possivelmente o único, que agora estende a sua abrangência para as eleições para prefeito de Goiânia, que, neste ano, novamente Maguito mais uma vez representando o MDB, configurando assim uma das agremiações partidárias, em termos estaduais, mais fechadas de toda a história política do país. Ou mais coronelista de todos os tempos.

 ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS CRESCE EM GOIÁS, IGNORANDO OS EFEITOS DA PANDEMIA

É incrível e quase inacreditável: mesmo com as consequências deletérias da pandemia, a arrecadação do governo do Estado subiu no 1º semestre, em relação ao ano passado, e continua em alta. Os dados do ICMS e do IPVA, principais impostos estaduais, são os mais positivos possíveis e garantem ao governador Ronaldo Caiado e manutenção das contas e principalmente da folha de pagamento em dia. A isso, acrescentem-se as transferências federais, a título de ajuda, que estão chegando pontualmente, acima de R$ 300 milhões por mês, e a retenção no caixa dos valores que teriam que ser destinados mensalmente para a quitação das parcelas da dívida. Não poderia ser melhor. Já escrevemos aqui e repetimos: Caiado é uma espécie de pé quente em matéria de finanças. Dá sorte, trabalha com objetividade e eficiência, não sendo à toa que desenvolve uma gestão de ouro em termos de perseguição e conquista da estabilidade financeira do Estado.

 TALLES BARRETO VAI PERCORRER UM CALVÁRIO COMO CANDIDATO TUCANO

Já deu para notar que o deputado estadual Talles Barreto, candidato do PSDB a prefeito de Goiânia (por enquanto, já que é notória a preferência do ex-governador Marconi Perillo por uma aliança com Maguito Vilela ou Vanderlan Cardoso, desde que na oposição ao governador Ronaldo Caiado), vai percorrer um verdadeiro calvário na campanha que se inicia. Desde já, em entrevistas e debates, ele tem sido duramente questionado sobre os escândalos dos governos tucanos e até mesmo sobre a sua experiência do gestor do programa Goiás na Frente, que não passou de uma espécie de estelionato eleitoral na tentativa de favorecer a candidatura a governador de José Eliton. Na semana passada, falando à Bandnews, Talles Barreto foi sufocado por perguntas sobre esses temas, constrangedores. Não ser mole.

 EM RESUMO

  • Conforme previsto por esta página, o governador Ronaldo Caiado voltou a tocar o projeto de inclusão e Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal. Para Caiado, todas as exigências foram cumpridas, só faltando formalizar a adesão.

 

  • A Polícia e o Ministério Público já levantaram provas de que o padre Robson tinha à sua disposição um harém de rapazes, todos beneficiados com os negócios escusos com os donativos dos fieis da Romaria do Divino Pai Eterno.

 

  • Pipocam entrevistas pelos municípios, sobre cenários eleitorais em cada um, mas incluindo a avaliação do governador Ronaldo Caiado. E ele tem conquistado índices positivos entre 59 a 61% (ótimo e bom). Não há sinalização melhor.

 

  • Houve muito deboche com as previsões do grupo de estudo da UFG sobre as mortes em Goiás pela Covid-19. Mas, infelizmente, houve acerto. Já estamos em 4 mil óbitos, caminhando para chegar ao final de outubro com 6 mil.

 

  • De volta à terra, Jesus Cristo, caso levado a conhecer o sino de U$ 4 milhões de dólares comprado para a basílica de Trindade, certamente chicotearia o padre Robson, a exemplo do que fez com os vendilhões do templo.

 

  • Goiás continua com a sua economia se saindo bem, mesmo com os prejuízos da pandemia do coronavírus: números do comércio indicam um crescimento das vendas no varejo de quase 4% em julho, em relação ao ano passado.

 

  • Foi muito estranha a conversa entre Iris Rezende e Maguito Vilela, que teria definido a candidatura do último. Durou 15 mequetrefes minutos e foi marcada por um distanciamento de Iris quanto a qualquer participação na campanha.

 

  • Embora realizadas por institutos pouco conhecidos, fora da classificação de primeira linha, as primeiras pesquisas sobre a eleição em Goiânia surpreendem ao mostrar Maguito Vilela mal posicionado, em 2º ou 3º lugares.

 

  • Para oferecer um prêmio de consolação a Iris Rezende, que foi forçado pela família a desistir da reeleição, políticos próximos a Maguito e Daniel Vilela espalham que ele pode, se quiser, ser candidato ao Senado em 2022 e vencer fácil.