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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 16 De Outubro De 2019

16/10/2019 às 07h30


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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APROVAÇÃO DO GOVERNO CAIADO SURPREENDE AO SUBIR LOGO NO PRIMEIRO ANO DA GESTÃO

Os números da pesquisa do instituto Paraná, divulgados na semana passada, a segunda neste ano a avaliar o governo Ronaldo Caiado, mostraram dados surpreendentes – apontando para uma alta significativa na aprovação e uma não menos importante e consequente queda da reprovação, revelada por dois índices: 1) a satisfação com Caiado subiu de 59,9% em abril deste ano para 67,3% agora e 2) a soma de ótimo + bom passou para 43,2%, enquanto o total dos conceitos ruim + péssimo caiu de 25,7% para 16,9%. São dados com algum ineditismo em se tratando de um primeiro ano de governo, quando se tomam medidas impopulares de ajuste de gestão. Mas que refletem, de alguma forma, a força do extraordinário capital político que Caiado acumulou com a sua eleição em 1º turno e votação recorde, além da crença de que faz e fará uma administração melhor que as anteriores. Espelham ainda uma característica inseparável da imagem do governador, que é a sua intransigência com a corrupção. Tanto que, em dois outros quesitos da pesquisa, essa visão da população apareceu com destaque: a confiança em Caiado, que já era alta, aumentou de 67,3% para 71,1%, por um lado, enquanto, por outro, 63,4% concordaram que, depois da sua posse, as irregularidades no Estado diminuíram.

CPI DA ASSEMBLEIA PODE, SIM, QUEBRAR SIGILO FISCAL, BANCÁRIO E TELEFÔNICO

A CPI dos Incentivos Fiscais, se quiser, pode decretar a quebra do sigilo fiscal e bancário de pessoas físicas e jurídicas que estejam na mira das suas investigações. Essa prerrogativa está prevista tanto na Constituição Federal quanto na Estadual e já foi exercido no passado, em inúmeras ocasiões, quanto a outras comissões que funcionaram na Assembleia. CPIs legislativas são dotadas de poderes de persecução criminal, é o fato. O relator Humberto Aidar, chateado com a recusa dos proprietários da JBS – a família Batista – em comparecer para depor, disse que estuda recorrer ao mecanismo da quebra de sigilos para levantar informações.

MAGUITO GARANTE QUE IRIS NÃO SERÁ CANDIDATO E QUE A VEZ É DELE

Em todas as conversas que tem com políticos, o ex-governador e ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela afirma sem meias palavras que será candidato a prefeito de Goiânia pelo MDB, tendo ouvido de Iris Rezende que não vai disputar a reeleição. Mais ainda: Maguito tem sondado nomes para a vice, entre eles o do deputado estadual Lucas Calil, do PSD. Sabe-se que este partido tem candidato próprio, o deputado Francisco Jr., que está em campanha ostensiva e conta o recal de já ter disputado duas vezes a eleição na capital, uma como vice e outra como nome principal da chapa. Reservadamente, Maguito deixa vazar que não teria dificuldades para negociar a retirada do nome de Francisco, com base na forte amizade que tem com a mãe dele, que foi sua assessora direta durante longos e longos anos. Uma detalhe intriga em tudo isso: o ex-governador tem condenações por improbidade em 2ª instância, o que o tornaria inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. Para ser candidato a qualquer cargo eletivo, é obrigado antes a remover esse obstáculo. O difícil é saber como.

JOVAIR E HENRIQUE NÃO CONSEGUEM LEVAR NINGUÉM DO PTB PARA O MDB

A barra está ficando pesada para o ex-deputado Jovair Arantes e seu filho, o deputado estadual Henrique: até agora, eles não conseguiram tirar ninguém de importância do PTB para acompanhá-los na opção partidária que fizeram pelo MDB. Os dois prefeitos importantes do partido, Zé Antonio (Itumbiara) e Roberto Naves (Anápolis), não dão sinais de que vão trilhar o mesmo caminho. Jovair e Henrique estão pressionando violentamente tanto Zé Antonio quanto Roberto Naves, sem resultados até agora, em especial no caso do anapolino, que enfrenta uma situação difícil ao ter pela frente a perspectiva de disputar a eleição contra o campeão de votos da cidade, o deputado estadual Antônio Gomide, e tem como estratégia se apresentar com o apoio do governador Ronaldo Caiado (que é de Anápolis e ganhou em 2018 com quase 70% dos votos dos seus conterrâneos).

DEBATE SOBRE INCENTIVOS FISCAIS É O MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DE GOIÁS

Nunca houve um debate tão importante para Goiás, desde que o governo Mauro Borges, nos anos 60, promoveu uma revolução modernizadora na economia estadual, quanto o que agora se desenrola a questão da política descabelada de incentivos fiscais aplicada durante os 20 anos de predomínio dos governos tucanos no Estado.  Antes de qualquer coisa, trata-se de uma discussão que envolve bilhões. Sim, leitora e leitor: por ano, a renúncia de receita de ICMS por conta das regalias atribuídas a 534 grandes empresas alcança mais de R$ 10 bilhões de reais. É dinheiro que poderia provocar uma revolução social em Goiás, melhorando as condições de vida da população. Uma fortuna que, a cada 12 meses, fica retida no bolso dos proprietários das maiores empresas instaladas em território goiano – e eles não se fazem de rogados, comprando fazendas, investindo em outros Estados e vivendo como verdadeiros nababos. Nos governos de Marconi Perillo e José Eliton, isso era considerado normal e aceitável. Vê-se agora que, não, tratando-se nada mais nada menos que uma aberração que precisa ser corrigida, o que até aliados do antigo regime, como o deputado Talles Barreto, do PSDB, reconhecem como necessário.

EM RESUMO

  • O governador Ronaldo Caiado parece bafejado pela sorte: ganhou liminar para reter R$ 230 milhões/mês da dívida estadual, acessou R$ 1,8 bilhão dos depósitos judiciais e agora receberá R$ 400 milhões do leilão do petróleo.

 

  • O casamento da filha do ex-deputado Pedro Chaves, hoje suplente do senador Vanderlan Cardoso, reuniu a nata do que sobrou do MDB em Goiás, menos o prefeito Iris Rezende. Maguito Vilela foi e reinou absoluto.

 

  • O presidente do PSD Vilmar Rocha está mantendo a rotina de jantar uma vez por semana, em São Paulo, com o ex-governador Marconi Perillo. Mas ele não crê na volta do tucano à política: acha que é um ciclo que acabou.

 

  • Os três prefeitos expulsos do MDB (Adib Elias, de Catalão; Paulo do Vale, de Rio Verde, e Fausto Mariano, de Turvânia) continuam em dúvida sobre qual partido escolher. Eles estão muito inseguros sobre a filiação ao PTB.

 

  • Para melhorar o clima favorável na Assembleia, o governador Ronaldo Caiado não tem outra alternativa senão determinar o pagamento das emendas orçamentárias impositivas aos deputados estaduais. E rápido.

 

  • Muito engraçado: O Popular deu mais espaço a Jayme Rincón para se defender das novas revelações sobre irregularidades na extinta Agetop do que propriamente para o relatório sobre a auditoria realizada na estatal.

 

  • O relator da CPI dos Incentivos Fiscais Humberto Aidar foi ameaçado pelo presidente da FIEG Sandro Mabel de ter a sua foto em outdoors como responsável pela desindustrialização do Estado. Aidar riu. E é de rir mesmo.

 

  • O leilão bilionário do pré-sal 2.0 vai colocar quase R$ 400 milhões no caixa do governador Ronaldo Caiado. E isso por baixo. O valor final pode ser muito, mas muito superior, dada a qualidade das áreas que serão ofertadas.

 

  • O ex-presidente da extinta Agetop Jayme Rincón, braço direito de Marconi Perillo, tem dito a amigos que a política dos incentivos fiscais do Tempo Novo já deu o que tinha de dar e que chegou a hora de mudar, mesmo.