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COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 14 De Agosto De 2019

14/08/2019 às 07h42


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE CAIADO ERROU NA MÃO QUANTO A FOTO DE GRACINHA EM UM AVIÃO DE TRAFICANTES

É certo que a coluna Giro, de O Popular, provavelmente sem intenção de explorar qualquer mal entendido, expôs a primeira dana Gracinha Caiado ao publicar uma foto em que ela aparece na escada de um jatinho apreendido em uma operação da polícia para desbaratar uma quadrilha de traficantes de drogas. Sem esclarecer o contexto, Giro deu a impressão de que poderia se tratar de evento anterior, não deixando claro que ela estava em um encontro com a imprensa em que se apresentavam os resultados da ação das autoridades de segurança contra a quadrilha. Mas a nota da Secretaria de Comunicação, acusando O Popular de má fé e de agir contra a imagem do governo, foi de um desequilíbrio total. Não haveria nada demais em um pedido de reconsideração dirigido à redação de O Popular, solicitando o fim do mal entendido. Mas o caminho adotado foi o da truculência e expôs o governador Ronaldo Caiado, que não se cansa de pagar pelos excessos da sua família no exercício do poder. Tem duas coisas faltando ao Palácio das Esmeraldas: mais discrição com os parentes de Caiado, por um lado, e espírito de tolerância democrática, por outro.

PEC DE KÁTIA ABREU NÃO VAI DESVIAR UM CENTAVO DO FCO PARA O GOVERNO

O governador Ronaldo Caiado se animou com a PEC – Proposta de Emenda Constitucional apresentada pela senadora do Tocantins Kátia Abreu, teoricamente abrindo aos Estados a possibilidade de abocanhar uma parte dos recursos dos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (este o FCO). Mas é pura ilusão. Primeiro, porque uma PEC dessa envergadura, modificando disposições que afetam os negócios em mais de 10 Estados, jamais tramitaria a toque de caixa e demandaria prazo para ser discutida e corretamente avaliada. Um período mínimo, dizem os especialistas, de dois anos ou mais. E segundo porque a proposta diz respeito apenas a sobras anuais, ou seja, recursos não aplicados pelos três fundos – o que, no caso do FCO e menos ainda no de Goiás, não costuma acontecer. Tudo o que é destinado é imediatamente contratado pelos empreendedores urbanos e rurais do Estado. Geralmente em setembro, os recursos se esgotam.

SURRA QUE LEVOU NAS URNAS DE 2018 FEZ MARCONI TOMAR MEDO DE ELEIÇÃO

Foi desnecessário o desmentindo do ex-governador Marconi Perillo à notícia da sua candidatura a prefeito de Anápolis e, de resto, a qualquer cargo eletivo no ano que vem. Até as pedras de Pirenópolis sabem que ele jamais se arriscaria em um pleito majoritário a curto prazo, expondo-se a uma nova derrota que poderia pulverizar para sempre o seu futuro político. A vereador, é claro que ele não sairia, por representar uma redução drástica da sua estatura de líder – ou ex-líder – estadual. Eleições, para Marconi, só em 2022 e ainda assim para deputado federal, disputa que lhe daria a segurança de uma vitória. Mas isso se não for afetado por uma inelegibilidade, na época.

DECRETO DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS FISCAIS É INACEITÁVEL

Há uma crise  – séria – nos bastidores do governo do Estado, aberta pelo decreto 9.488/2019, assinado pelo governador Ronaldo Caiado, autorizando o compartilhamento da base de dados da Secretaria da Economia pela Procuradoria Geral do Estado, no que se refere às empresas que têm débitos de ICMS. A medida foi baixada no âmbito do Palácio das Esmeraldas, sem consulta à secretária Cristiane Schmidt, e ouriçou os auditores fiscais do Estado, que têm sérias restrições à distribuição dessas informações a outros setores da administração. Estão certos. O Sindifisco, que defende com unhas e dentes não só os interesses dos seus associados fiscais e auditores estaduais, mas os da própria sobrevivência fiscal do governo, qualquer que seja, posicionou-se contra e isso não é pouca coisa. Diga-se o que quiser do sindicato, mas é o inequívoco o seu mérito de sempre atuar a favor das demandas da sociedade, também. E, ao se levantar contra o compartilhamento de informações com a PGE, mais uma vez está coberto de razão.

REELEIÇÃO DE DIVINO LEMES TEM CAMINHO ABERTO EM SENADOR CANEDO

O prefeito de Senador Canedo Divino Lemes caminha para disputar a reeleição na condição de favorito, beneficiado pelo rigor financeiro da sua gestão e pelo programa de obras que, mesmo com dificuldades, conseguiu desenvolver até agora – e ainda falta mais de ano para o pleito. É um caso quase parecido com o sucesso de Iris Rezende em Goiânia. Não há ainda adversário à altura na cidade, apesar das cogitações em torno do lançamento de duas ex-primeiras damas, Izaura Lemos, mulher do senador Vanderlan Cardoso, e Eliete Gonçalves, consorte do ex-prefeito e ex-deputado Misael Oliveira. Nenhuma das duas conta com perfil majoritário em Senador Canedo: elas não representam qualquer avanço ou renovação para a política local, especialmente diante de um gesto experimentado e amadurecido como, hoje, Divino Lemes é.

PSDB: PRIMEIRO, AÉCIO NEVES SERÁ PUNIDO. DEPOIS, OS DEMAIS ENROLADOS

O PSDB nacional instala a qualquer momento a sua primeira comissão de ética, tendo como agenda inicial o julgamento do ex-presidenciável Aécio Neves – acusado de corrupção em inúmeros processos policiais e judiciais e com o seu desligamento do partido defendido pelo poderoso diretório estadual de São Paulo e mais uma ala expressiva dos tucanos. Em consequência, será aberto um precedente perigoso para o ex-governador Marconi Perillo: as medidas eventualmente aplicadas ao mineiro, servem com perfeição para o goiano, igualmente denunciado pela prática de ilegalidades em quase 15 processos, alguns de caráter criminal. Marconi tem bom relacionamento na cúpula nacional tucana. É amigo e protegido, por exemplo, do governador de São Paulo João Dória e do ex-presidente Fernando Henrique. Mas Dória é a favor de uma faxina ética capaz de remover personagens tóxicas do partido. FHC, não. Ele é contra a caça a bruxas ora em andamento no PSDB. Aparentemente, há maioria pela punição – correspondente a algum tipo de expulsão ou alijamento – de todos os enrolados ou identificados com irregularidades.

EM RESUMO

  • Rodney Miranda, secretário de Segurança, era afeito a trampolinagens marqueteiras quando ocupou o mesmo cargo no Espírito Santo. Gostava, por exemplo, de vestir farda de combate e participar de operações nas ruas.

 

  • O presidente Jair Bolsonaro virá novamente a Goiás, pela quarta ou quinta vez, nos próximos dias, para participar de um culto evangélico. Mas, como nas visitas anteriores, de mãos vazias. Ele nunca trouxe nada para os goianos.

 

  • Em uma demonstração de força, o presidente da Assembleia Lissauer Vieira está passando 15 dias nos Estados deixando, enquanto ausente, o Legislativo imobilizado quanto a qualquer votação importante. Sem ele, a Casa parou.

 

  • Não é fácil para Ronaldo Caiado fixar uma identidade para o seu governo. Para todo lado, o que se tem é Vapt Vupt, Metrobus, Bolsa Universitária, CRER, UEG e todo o universo criado na época de Marconi Perillo. Tudo tem cara do tucano.

 

  • O prefeito Iris Rezende anda rindo à toa: tem tanta fartura de caixa que estão faltando obras ou projetos onde aplicar o dinheiro. Ele resolveu intensificar os investimentos em Educação e vai ampliar o número de CMEIS em mais 10.

 

  • O que houve com o escândalo de R$ 1 bilhão descoberto no Ipasgo? Sumiu da mídia. Nada foi provado e, para piorar as coisas, a empresa envolvida, a GT1 Tecnologia, foi recontratada pelo instituto por R$ 17 milhões, sem licitação.

 

  • Anápolis vai completar 10 anos sem registrar a instalação de nenhuma nova empresa de médio porte acima. Todas as que apareceram, nesse período, preferiram ir para Aparecida, a cidade que mais atrai investimentos no Estado.

 

  • Acabou a fofoca em torno da Enel: a empresa que comprou a Celg fica como está, depois de comprovado que as ameaças de cassação da concessão e retomada para o Estado foram só bravatas do governador Ronaldo Caiado.

 

  • Acreditem, leitora e leitor: o MDB goiano acaba de instalar, mais uma vez, a sua ala jovem, em uma reunião na sede do diretório estadual, no Centro de Goiânia, lotada dos macróbios de sempre do partido. É coisa do arco da velha.