CONSELHO POLÍTICO É INVIÁVEL E NÃO SERÁ ADOTADO
Foi completamente abandonada a ideia de montar um conselho de notáveis para dar opinião sobre as decisões do governador Ronaldo Caiado. Verificou-se que, embora atraente em termos de marketing, esse tipo de iniciativa gera mais problemas do que soluções ao interferir na autonomia do Executivo – é impraticável submeter assuntos a um órgão como esses, antes de serem tomadas, e pior ainda depois, quando estariam expostos a críticas da parte de conselheiros que não conheceriam as questões a fundo. Embora não reconheça, Caiado pensou nessa saída apenas para dar uma função ou cargo para a sua filha Anna Vitória, que, mesmo sem essa credencial, exerce forte influência sobre o Palácio das Esmeraldas.
SEGUNDA PARTE DA REFORMA ADMINISTRATIVA FOI ADIADA
A primeira parte da reforma administrativa que o governador Ronaldo Caiado conseguiu aprovar na Assembleia praticamente não mexeu na estrutura do Estado, menos ainda em termos de enxugamento da máquina. Ao contrário, houve recriação de órgãos e acréscimos de novos cargos ao quadro de pessoal. Os cortes, de acordo com o que foi dito, ficariam para a segunda parte, a ser elaborada com base em sugestões dos próprios titulares das diversas secretarias, obedecendo a um critério de redução de despesas entre 20 a 25% dos valores atuais. Tudo indica, porém, que isso não vai acontecer. Prevista para ser encaminhada ao Legislativo em meados deste mês de março, a continuidade da reforma encalhou nas dificuldades para se localizar espaços e situações passíveis de serem suprimidas: descobriu-se que o governo estadual é muito mais despojado do que se imaginava e praticamente não tem gordura para descartar. E onde poderia haver redução – não tem sentido o Estado fabricar medicamentos, caso da Iquego, ou financiar estações de rádio e televisão, com a rede Brasil Central –, não há vontade política para esse tipo de decisão radical.
AMADURECIMENTO TRAZ RESPEITO E IMAGEM POSITIVA
Em nova fase, mostrando comportamento pessoal e político pautado pelo equilíbrio e bom senso, o deputado federal Delegado Waldir apresenta um crescimento considerável na sua imagem: no Congresso, é tratado com respeito como líder do PSL na Câmara, posição que, dado ao fato de se tratar do partido do presidente da República, o transforma em interlocutor indispensável para todas as articulações que se desenvolvem dentro da Casa. Se, antes, vivia se expondo com declarações pitorescas e às vezes marcadas pela incorreção, agora Delegado Waldir parece ter amadurecido e pode, inclusive, se credenciar a novamente disputar a prefeitura de Goiânia – que ele tentou, em 2016, mas não deu certo, quando levou uma surra nas urnas. O problema, para ele, é que o PSL agora tem também outro pretendente ao Paço Municipal, o deputado estadual Major Araújo, recém-filiado ao partido, que também abandonou um passado travesso para se tornar agora um político mais sério e consequente.
JOSÉ NELTO LEVOU RODNEI A MORO, O QUE CAIADO NÃO CONSEGUIU
O deputado federal José Nelto mostrou mais prestígio que o governador Ronaldo Caiado ao conseguir levar o secretário de Segurança Rodnei Miranda para uma audiência com o ministro da Justiça Sérgio Moro. Caiado vinha tentando marcar o encontro, há semanas, mas não conseguia espaço na agenda da principal estrela do governo do presidente Jair Bolsonaro. Rodnei recorreu a Nelto, que em três dias foi atendido. Na reunião, foi discutida a alocação de recursos federais para melhorar o equipamento da polícia estadual. Moro não prometeu nada.
COMUNICAÇÃO DE CAIADO QUER REAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
É ilusão a secretária estadual de Comunicação Valéria Torres imaginar que basta aumentar a presença dos secretários nas redes sociais para fazer frente à pesada artilharia de críticas hoje disparada contra o governador Ronaldo Caiado. É preciso muito mais, especialmente que cada membro da equipe mostre doses cavalares de criatividade e inteligência para se fazer notar no multifacetado e congestionado mundo do Instagram, Twitter, Facebook e outros mecanismos de divulgação. Nessas mídias, são imensas as dificuldades para se obter visibilidade positiva, a curto prazo. Artificialmente, nem pensar: não se constrói sem fundamento uma imagem seja do que for e pior ainda de um ente público institucional como o governo do Estado, que carrega desgastes naturais e inevitáveis. Na última reunião do secretariado, Valéria Torres deu uma espécie de minicurso aos presentes, ensinando resumidamente como exercitar perfis nas mídias sociais. Quase 15 dias depois, nada aconteceu. Só pode ser observada a mesma atuação de sempre, no caso do governador Ronaldo Caiado e da primeira-dama Gracinha, ativos até em excesso nas suas contas online.
FORA ADVOGADOS, QUE RECEBEM PARA ISSO, NINGUÉM DEFENDE MARCONI
Fora os advogados, que o fazem por dever profissional remunerado, hoje ninguém levanta uma palha para defender Marconi de tudo que é acusado. Nem ele mesmo sabe o que dizer ou como fazer para se resguardar da carga negativa que é lançada diariamente sobre o seu nome. Durante os seus governos, Marconi apoiou e deu guarida a centenas e centenas de apaniguados, alguns dos quais enriqueceram com as benesses que receberam, outros ganharam projeção, muitos tiveram até carreiras parlamentares, mas nenhum, absolutamente nenhum, é capaz de abrir o bico para falar bem do ex-governador ou sequer levantar um talvez diante da pesada artilharia que o tem atingido. Pior: o próprio Marconi não tem qualquer noção sobre como deve proceder. Erroneamente, resolveu mergulhar, isto é, sair de circulação, refugiando-se em seu apartamento no Jardins, bairro nobre de São Paulo. O equívoco foi grande porque partiu da suposição de que Caiado ocuparia os espaços positivos do noticiário com os seus passos iniciais no governo, o que não aconteceu. Os tucanos de Goiás estão sem rumo.
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