REJEIÇÃO DAS CONTAS DE MARCONI E ZÉ ELITON DOMINA O NOTICIÁRIO
No vácuo da falta de agenda política que fragiliza o governador Ronaldo Caiado, a rejeição das contas de 2018 dos ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton, pelo Tribunal de Contas do Estado, tomou conta do noticiário na semana que passou e assim deve ser por mais algum tempo, até que o caso tenha algum desfecho. E este, mais cedo ou mais tarde, será negativo e prejudicial para o destino político dos dois. É que o balanço reprovado contém irregularidades gritantes, como, por exemplo, a insistência em excluir dos limites de gastos com o funcionalismo a folha dos aposentados e pensionista, assunto que o Supremo Tribunal Federal já pacificou, formando jurisprudência a favor da contabilização dessas despesas. Ou seja: os salários dos inativos têm, sim, que ser considerados para a caracterização da obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal, coisa que os governos do Tempo Novo nunca respeitaram. No final de tudo, mesmo demorando e até com uma inevitável judicialização, Marconi e Zé Eliton vão ser condenados e receber punições pesadas.
VANDERLAN TEM TRÊS DEFINIÇÕES PARA O SEU FUTURO POLÍTICO
O senador Vanderlan Cardoso já tem algumas definições para o seu futuro político, que, de resto, parecem até óbvias: 1) não será candidato a prefeito de Goiânia; 2) vai se guardar e se preparar para disputar o governo do Estado em 2022, já contando com equipes, sob a coordenação do ex-prefeito de Inhumas Abelardo Vaz, que é do ramo, atuando no interior para alcançar o maior número possível de prefeitos eleitos no ano que vem e assim constituir uma base municipal; e 3) fica por enquanto no PP, partido sobre o qual não tem controle, mas pode procurar alternativa partidária para assegurar a sua candidatura, provavelmente o PSD, já que a sua atual legenda tem o ex-ministro Alexandre Baldy como uma hipótese para a próxima eleição governamental em Goiás. Por ora, Vanderlan não cogita deixar o PP, mesmo porque assumiu a presidência de uma importante comissão temática do Senado, a de Ciência & Tecnologia, na cota da agremiação.
LISSAUER SÓ PENSA EM DUODÉCIMO E EM MAIS UM MANDATO NA PRESIDÊNCIA
Lissauer Vieira está concentrado em dois objetivos e fará o que for necessário para ser bem sucedido em ambos: viabilizar a sua recondução, daqui a um ano em meio, como presidente da Assembleia, e tornar obrigatório o repasse do duodécimo a que o Poder, constitucionalmente tem direito, mas nenhum governador até hoje pagou. A reeleição, dentro da mesma Legislatura, abrirá uma exceção em relação aos 26 restantes Estados brasileiros e ao Senado e à Câmara, que não permitem essa regalia. E o duodécimo, que dará à Assembleia uma folga financeira inédita, permitirá a construção da sua nova sede, no Park Lozandes, em tempo recorde. Pelo menos 35 deputados estaduais apoiam Lissauer Vieira quanto a essas metas, dispostos a enfrentar e a derrotar os interesses do governador Ronaldo Caiado, se preciso for.
VOTO SURPRESA NA REJEIÇÃO DAS CONTAS FOI O DE CELMAR RECH
O voto do conselheiro Sebastião Tejota, pela rejeição das contas de 2018 dos ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton, e a abstenção do conselheiro Edson Ferrari e da conselheira Carla Santillo, todos nomeados por Marconi, não foram os fatos mais surpreendentes no julgamento do TCE, como se imaginou a princípio. Tejota relatou o balanço de 2017 e já tinha avisado que seria difícil continuar a engolir a repetição das irregularidades. Carla e Ferrari vinham se declarando impedidos, ela desde o ano passado e ele desde 2015, pressionados por suspeições levantadas pelo Ministério Público em ações judiciais. Mas Celmar Rech, não. Quando ele foi nomeado por Marconi para o TCE, existiam outros auditores que poderiam ter sido escolhidos, mas, em reunião privada com o então governador, Celmar Rech sinalizou algum tipo de compromisso que, de alguma forma, não foi cumprido quando desempatou a votação a favor da rejeição das contas.
PRÓXIMO PREFEITO DE ANÁPÓLIS? FÁCIL, SERÁ ANTÔNIO GOMIDE
Está cada vez mais fácil prever o resultado da eleição municipal do ano que vem em Anápolis: deverá ser eleito deputado estadual Antônio Gomide, que já foi prefeito da cidade por duas vezes e tem um recall de eficiência administrativa a toda prova. O atual, Roberto Naves, não conseguiu convencer e também não fincou raízes sociais e políticas.
A RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE GUSTAVO MENDANHA E CAIADO
Está se radicalizando o antagonismo entre o governador Ronaldo Caiado e o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha – no caso de Caiado, a antipatia tem origem nas ligações estreitas de Gustavo com o seu antecessor, Maguito Vilela, que Caiado simplesmente não suporta, aliás o mesmo sentimento compartilhado por Maguito. Foi por isso que o governador não compareceu às festividades do 97º aniversário de Aparecida, apesar de convidado oficialmente e se tratar de evento oficial e não político-partidário. A relação entre os dois é cada vez mais conflituosa, mesmo porque o prefeito aumentou o tom dos ataques e das críticas ao governo do Estado em suas manifestações públicas. E Caiado já definiu que a eleição de 2020 para a prefeitura do município terá a sua intervenção pessoal, provavelmente apoiando com mão pesada o deputado federal Glaustin Fokus, seu aliado preferencial na cidade.
IRIS TEM DINHEIRO PARA OBRAS, MAS DEVERIA SABER QUE ISSO SÓ NÃO BASTA
Iris Rezende tem apregoado que conseguiu equilibrar financeiramente a prefeitura e que dispõe de uma fortuna, mais de R$ 1 bilhão de reais, para investir em obras – apressando-se os áulicos a concluir que daí viria a aprovação popular para o seu mandato e a subsequente viabilidade para projetos eleitorais futuros, especialmente a reeleição em 2020. Parte é verdade: ele tem dinheiro em caixa para grandes projetos que poderão, sim, impactar a capital. O que falta é um pouco de humildade e de olhar para o passado: em 1998, na condição de maior tocador de obras da história de Goiás, acabou derrotado nas urnas por um jovem que nunca havia exercido qualquer cargo executivo – Marconi Perillo. Ou seja: confiar em voto de gratidão do eleitor pode acabar em roubada.
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