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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 09 De Outubro De 2019

09/10/2019 às 07h30


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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INCENTIVOS FISCAIS: ESCÂNDALO DA PIF PAF, QUE GANHOU R$ 16,7 MILHÕES DO GOVERNO MARCONI, É CASO DE POLÍCIA

 A CPI dos Incentivos Fiscais descobriu que uma das maiores indústrias de frangos do Estado faturou R$ 3,7 bilhões em um período em que pagou apenas R$ 10 milhões em ICMS. Não há como justificar tamanho disparate. Outra, também na área de frangos, a Pif Paf, recebeu do governo um crédito outorgado de R$ 16,8 milhões antes mesmo de produzir um único quilo de mercadoria. Ela comprou terras (inclusive uma fazenda), construiu prédios e adquiriu equipamentos e assegurou capital de giro para iniciar as suas operações, tudo isso em Palmeiras, não por acidente terra natal do ex-governador Marconi Perillo. Trata-se do “crédito-moeda”, uma aberração que não beneficiou somente a Pif Paf, mas empreendimentos milionários como a fábrica da CAOA em Anápolis. No final das contas, uma doação em dinheiro vivo, sem critérios, sem licitação, sem qualquer tipo de parâmetro. Essas coisas precisam ser esclarecidas, com a responsabilização dos envolvidos, o que já está acontecendo com o Novo Mundo, grupo varejista beneficiado por incentivos fiscais inexplicáveis, cujo sócio proprietário Carlos Luciano(foto) foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Estadual, juntamente com Marconi, com a exigência de3 devolução de R$ 161 milhões aos cofres públicos. Podem apostar, leitora e leitor: a Pif Paf também vai acabar alvo do mesmo procedimento.

CARGO DE DANIEL VILELA NO DIRETÓRIO NACIONAL É IGUAL A ZERO

É uma extravagância atribuir ao ex-deputado federal e atual presidente estadual do MDB Daniel Vilela um “protagonismo nacional’ pela sua indicação para a 3º vice-presidência do diretório nacional do partido. Esse cargo é equivalente a nada e corresponde ao que foi atribuído ao deputado federal Célio Silveira no diretório nacional do PSDB, ou seja, o de 4º vice-presidente, também zero à esquerda. O próprio Daniel Vilela, perguntado pela rádio Sagres, não soube precisar o que faz o 3º vice-presidente do MDB. Na verdade, é um cargo honorífico, sem valor real, atribuído a aliados de quem é eleito presidente do partido, no caso o deputado federal por São Paulo Baleia Rossi. A suposta “ascensão” de Daniel Vilela, inclusive, ao cargo foi tratada negativamente pela imprensa nacional, que o colocou entre os filhotes de velhas lideranças emedebistas atuando na política apenas por influência paterna.

ISSO NÃO PODE CONTINUAR: DE JANEIRO A AGOSTO, FOLHA CRESCEU MAIS DE 12%

Apenas para que se tenha uma ideia do tamanho do desafio que o governador Ronaldo Caiado enfrenta quanto à sua missão de acabar, em Goiás, com o modelo de Estado baseado no desequilíbrio entre receita e despesa: de janeiro a agosto deste ano, com todas as medidas de redução do quadro de comissionados e nenhum concurso ou admissão de efetivos, a folha de pagamento subiu pouco mais de 12% - apenas por conta do crescimento vegetativo. Como isso não pode continuar, nem em Goiás nem em qualquer outro nível de governo no país, há necessidade mais cedo ou mais tarde de medidas amargas para evitar que, como acontece hoje, a maior parte da arrecadação seja destinada a privilegiar o funcionalismo, com seus direitos e vantagens que, se justificados no passado, perderam hoje qualquer sentido.

CASAMENTO DA SEGUNDA FILHA DE MARCONI OCORREU DEBAIXO DA MAIS ABSOLUTA DISCRIÇÃO

Sob a maior discrição, Ana Luísa, filha do ex-governador Marconi Perillo, casou-se com João Paulo, filho de um empresário da área de concessionárias de veículos. A cerimônia transcorreu em Curitiba e, ao contrário da festa que marcou o enlace matrimonial da primeira filha de Marconi, Isabella, com repercussão nacional (negativa, por sinal), foi marcada pela mais absoluta discrição. Não houve convidados, além dos familiares. Marconi levou a filha para a igreja, acredite quem quiser, de táxi.

ACORDO PODE VIABILIZAR A ANTECIPAÇÃO DA ELEIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA

Parece consolidada a tese de antecipação da eleição do próximo presidente, que assumirá em 1º de janeiro de 2021, mas que, na prática, resultará na recondução do atual chefe do Legislativo, Lissauer Vieira – que, assim, dirigirá o Legislativo por 4 consecutivos. Há sinais de que Lissauer Vieira deseja conduzir a operação em sintonia com o governador Ronaldo Caiado, a quem asseguraria o respaldo necessário – no que estiver ao seu alcance – por todo o tempo em que se mantiver na presidência. Não é impossível que os dois, Caiado e Lissauer, cheguem a um acordo e que, aí sim, se pacifique em definitivo as relações entre Executivo e Legislativo em Goiás.

AUSÊNCIA DE IRIS ESTRAGOU A FILIAÇÃO DE JOVAIR E HENRIQUE AO MDB

Foi muito significativa a ausência do prefeito de Goiânia Iris Rezende na cerimônia de filiação do ex-deputado Jovair Arantes e seu filho Henrique, deputado estadual. Tanto que o evento acabou obnubilado por uma nuvem negra, sem graça e sem discursos fortes como seria de se esperar de membros de um partido de oposição. O governador Ronaldo Caiado não foi sequer citado, a não ser por Daniel Vilela, presidente estadual emedebista. O mesmo que, em um momento em que deu uma de humorista no seu discurso, disse que Jovair e Henrique trazem “abertura e renovação” para a legenda. Teve gente na plateia que chegou a rir.

SANDRO MABEL, O SEM INDÚSTRIA QUE NINGUÉM QUER OUVIR

A CPI dos incentivos, de certa forma, “humilhou” o ex-deputado Sandro Mabel, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG, ao recusar-se a ouvir o seu depoimento – que não teria nada a acrescentar aos trabalhos de investigação sobre a balbúrdia em que se transformou a distribuição a torto e a direito de isenções de ICMS a megaempresários com investimentos no Estado. Mabel não tem mais empresas e, portanto, foge ao foco da CPI, que é colher dados com os donos de indústrias beneficiadas para localizar distorções e irregularidades, o que tem sido feito com êxito. No caso do presidente da FIEG, a sua reação ao desinteresse da comissão em ouvi-lo foi de baixíssimo nível, chamando o relator Humberto Aidar de “cara” e de “vergonha”.

EM RESUMO

  • Mesmo agraciado com uma das vice-presidências nacionais do PSDB, o deputado federal Célio Silveira segue criticando o partido e reclamando da falta de rumo da legenda depois da acachapante derrota de 2028 em Goiás.

 

  • A ex-senadora e agora secretária de Desenvolvimento Social do governo do Estado Lúcia Vânia reconheceu que a sua fama de “encrenqueira” tinha fundamento: “Se não fosse, não teria sobrevivido na política por 30 anos”.

 

  • O presidente do Sindicato da Indústrias Farmacêuticas do Rio de Janeiro, Carlos Gross, é apaixonado por Goiás. Segundo ele, pelas vantagens comparativas que oferece, o Estado é perfeito para o setor investir mais.

 

  • O governador Ronaldo Caiado não gostou da ausência do prefeito Gustavo Mendanhas na inauguração da Ipasgo Clínicas em Aparecida. Uma semana antes, Caiado prestigiou Mendanha na entrega de uma praça na cidade.

 

  • Ninguém em Itumbiara aposta na reeleição de Zé Antônio. O próximo prefeito da cidade deve ser um candidato da oposição local, no caso o deputado Álvaro Guimarães ou o empresário Dione Araújo, ambos do DEM.

 

  • Em Aparecida, em 2020, o PSDB deve se compor com a candidatura à reeleição do prefeito Gustavo Mendanha, apoiando o nome do vereador Tatá Teixeira, que é do PSD, para a posição de vice. Ordem de Marconi.

 

  • A briga pelos incentivos fiscais está feia no Tocantins: o governador Mauro Carlesse cortou as regalias dos frigoríficos, que, em retaliação, suspenderam as suas atividades. Ninguém sabe onde o impasse vai parar.

 

  • A antecipação da eleição do próximo presidente da Assembleia para este ano parece ser um fato consumado. Pode ocorrer até mesmo dentro do mês de outubro, garantindo Lissauer Vieira no posto até janeiro de 2021.

 

  • A União Europeia descobriu que a Apple não paga impostos e deixou de recolher R$ 58 bilhões de dólares aos países-membros. Parecido com o que acontece em Goiás, onde grandes empresas não pagam nada de ICMS.