POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
PRIMEIRO ANO DO GOVERNO CHEGA AO FIM EM MEIO A REALIDADE MUITO, MAS MUITO MELHOR QUE O INÍCIO
Ninguém, nem mesmo os adversários mais ferrenhos, pode negar que o fim do primeiro ano do governador Ronaldo Caiado se dá em meio a uma realidade bem diferente – e indiscutivelmente melhor – que aquela em que a atual gestão deu seus passos iniciais, a partir de janeiro passado. Caiado demorou, mas colocou as suas cartas na mesa, assumindo de peito aberto um inadiável e necessário projeto de reorganização administrativa e financeira do Estado, depois de 20 anos (ou mais) de prevalência do modelo de desequilíbrio entre receita e despesa e de improvisação das decisões sem planejamento ou concatenação. No pacotaço de matérias que o Palácio das Esmeraldas mandou para a Assembleia mexe com os pontos mais fundamentais do setor público em Goiás e a verdade é que deixou os deputados perplexos e sem reação, dada a sua profundidade e efeitos revolucionários para setores que consomem a maior parte dos recursos estaduais, como o funcionalismo e a política de incentivos fiscais para os grandes empresários. É fato: poucas vezes questões tão importantes estiveram nas mãos dos nossos 41 parlamentares, sendo algumas infelizmente de difícil compreensão para a maioria deles.
PROJETOS NA ASSEMBLEIA SÃO VESPEIROS COM OS QUAIS NINGUÉM NUNCA MEXEU
Os projetos que o governador Ronaldo Caiado mandou para Assembleia, com reformas radicais para a estruturação do Estado, são vespeiros com os quais, até hoje, ninguém se atreveu a mexer. Os antigos governos do PMDB não chegaram nem perto. Os do PSDB até que mostraram vontade, mas não avançaram, provavelmente sob o peso do compromisso que Marconi Perillo gostava de alegar com os servidores estaduais, por um lado, e, por outro, a influência do tratamento dourado que recebia dos maiores industriais do Estado, para quem o tucano era um verdadeiro semideus (chegaram a ousar com uma homenagem a ele logo após os graves eventos policiais que antecederam a sua derrota nas urnas em 2018). Pelo sim, pelo não, não houve nos anos do PSDB no poder nada de significativo quanto a sequer um ensaio de reforma na legislação estadual face aos exagerados direitos do funcionalismo e aos não menos extravagantes benefícios tributários distribuídos com o objetivo teórico de inflar a economia regional.
FORÇA DA MÁQUINA ESTÁ MOBILIZADA PARA A REELEIÇÃO DE MENDANHA
Toda a máquina da prefeitura de Aparecida está sendo mobilizada para consolidar a reeleição de Gustavo Mendanha, que já passou a mão na maioria dos partidos e lideranças com alguma importância na cidade. Ele acaba de sacramentar o apoio do senador Vanderlan Cardoso e do deputado federal João Campos, nomeando uma indicada do primeiro para a Secretaria do Trabalho (a evangélica Márcia Tinoco) e um sobrinho do segundo (o estudante de Direito Johnathan Medeiros) para a Secretaria de Governo. Não há um único centímetro quadrado da prefeitura que não esteja sendo acionado para garantir a Gustavo Mendanha uma vitória folgada no ano que vem.
MELHOR DESEMPENHO DE CAIADO NO 1º ANO ESTÁ NA ÁREA DE SEGURANÇA
Ainda falta uma pesquisa, mas parece evidente que o grande feito do governador Ronaldo Caiado, em termos de políticas públicas para a população, foi a conquista de um patamar de segurança bem melhor que o recebido dos seus antecessores. É inegável uma redução dos principais índices de criminalidade, o que melhora a percepção de que a polícia está agindo e dando cobertura patrimonial e pessoal para cidadãs e cidadãos. Pesou, por um lado, o estilo firme e duro de Caiado, que pode ser identificado na campanha publicitária lançada pelo governo com o tema: “Em Goiás, ou o bandido muda de profissão, ou muda de Estado”, frase que o governador já repetiu várias vezes. Por outro, a experiência profissional do secretário Rodney Miranda, que já passou pelo mesmo posto no Espírito Santo e em Pernambuco, Estados difíceis quanto a ocorrências de violência, e se saiu bem.
CHAPA DE DANIEL VILELA EM 2022 PODE TER DELEGADO VALDIR COMO CANDIDATO AO SENADO
Os presidentes dos diretórios estaduais do MDB, Daniel Vilela, e do PSL, deputado federal Delegado Valdir, estão articulando um acordo que pode resultar em uma das chapas de oposição na sucessão do governador Ronaldo Caiado. Pela conversa, Delegado Waldir indicaria o vice na chapa da reeleição de Gustavo Mendanha em Aparecida e ficaria em seguida com a vaga de candidato a senador, ao lado de Daniel Vilela para governador, em 2022. É um acerto com prazo longo demais, o que, em política, é sempre perigoso. Mas a inserção de Aparecida no negócio pode dar segurança para ambas as partes.
TEMPO DE TV, DINHEIRO E ATÉ CANDIDATOS O PSDB TEM PARA GOIÂNIA
É difícil acreditar que o PSDB terá condições de lançar um candidato próprio a prefeito de Goiânia, como vem repetindo o presidente estadual Jânio Darrot. O partido, na capital, virou um caco. Nas últimas eleições, teve votações ridículas para governador e senador. Nomes, até que existem dois, o do ex-governador José Éliton e o do deputado estadual Talles Barreto, restando conferir se um ou outro terá coragem para carregar a cruz em que o partido se transformou depois da surra nas urnas do ano passado e os eventos policiais envolvendo seus principais líderes. Há fatores que poderão ajudar em uma eventual candidatura: o tempo de propaganda na TV, que é medido pelo tamanho da bancada na Câmara (e a do PSDB é razoável) e as verbas do fundo partidário, que também seguem o mesmo critério e poderão chegar a valor capaz de bancar uma campanha em Goiânia.
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