Logomarca
Nublado
º
min º max º
CapaJornal
Versão Impressa Leia Agora
Sexta-feira. 26/04/2024
Facebook Twitter Instagram
COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 08 De Abril De 2019

08/04/2019 às 08h40


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

facebook twitter whatsapp

CAIADO NÃO PERDOA MAJOR ARAÚJO PELO “BALCÃO DE NEGÓCIOS”

Quem conhece o governador Ronaldo Caiado sabe que ele jamais perdoará ou sequer retornará à normalidade e proximidade que já foi a marca da sua relação com o deputado estadual Major Araújo – depois que este denunciou a abertura de um “balcão de negócios” no governo do Estado para comprar apoio na Assembleia Legislativa. De tudo o que foi dito até hoje pela oposição ou demais críticos, nada incomodou mais Caiado do que essa acusação, que acabou revestida de credibilidade por partir de um aliado muito próximo e que também conhece a fundo o que se passa nos canais de contato entre o Legislativo e o Executivo em Goiás. Major Araújo referiu-se, entre outras aberrações, à distribuição de cotas de R$ 30 mil em nomeações e de diretorias e superintendências aos parlamentares dispostos a respaldar o Palácio das Esmeraldas e votar favoravelmente às suas matérias, algo que Caiado não queria fazer de jeito nenhum, para não se igualar às gestões do passado, mas no final das contas sendo forçado diante dos riscos que a sua governabilidade passou a correr com a insatisfação dos deputados com o seu governo. 

VEXAME DO MAJOR VITOR HUGO ESTÁ PRESTES A ACABAR

O líder do governo na Câmara Major Vitor Hugo está passando por uma humilhação pública: ostensivamente, o Palácio do Planalto procura um novo nome para ocupar o posto, mas, venhamos e convenhamos, com toda razão, já que o deputado goiano mostrou-se muito abaixo das exigências que o cargo envolve. Até em fotografias, é possível notar que se trata de alguém completamente estranho ao mundo maquiavélico da política e mesmo ingênuo para esse tipo de ofício. É o caso: o presidente Jair Bolsonaro não deveria ter convidado e Major Vitor Hugo igualmente não poderia ter aceitado, propondo-se a entrar com uma mão na frente e outra atrás no covil de leões que é o Congresso Nacional. O próprio nome – liderança do governo – já indica que o seu ocupante tem que exibir um mínimo de capacidade de comando e influência sobre os seus pares, coisa que o coitado do Major Vitor Hugo não tem e provavelmente nunca terá. Felizmente, o vexame em que ele se meteu está prestes a voltar, com a sua devolução ao baixíssimo clero da Câmara Federal.

VANDERLAN E O PALÁCIO DAS ESMERALDAS ESTÃO DISTANTES

O relacionamento entre o governador Ronaldo Caiado e o senador Vanderlan Cardoso está tão prejudicado que os dois praticamente não se falam mais. Caiado já passou duas ou três vezes pelo Senado, desde que assumiu, e fez questão de ignorar Vanderlan, nem o visitando em seu gabinete e nem ao menos se aproximou para cumprimentos, em uma ocasião em que esteve no plenário da Casa. Duas razões acabaram afetando a boa conexão que os dois tinham até a eleição passada: uma, a evidente e ostensiva pré-candidatura de Vanderlan ao governo do Estado, em 2022, já em incontrolável andamento, e, outra, as críticas do senador à condução de Caiado em relação à questão dos incentivos fiscais – que ele, Vanderlan, enxerga como prejudiciais, tal como estão hoje, às empresas que verdadeiramente geram empregos e contribuem com o desenvolvimento do Estado.

OQUE SIGNIFICA O ESVAZIAMENTO DO PALÁCIO PEDRO LUDOVICO

Quem primeiro notou foi o jornalista Divino Olávio: os saguões e corredores do Palácio Pedro Ludovico estão vazios desde que o governador Ronaldo Caiado tomou posse. Antes muito movimentados, os espaços agora estão desertos e os elevadores, que viviam lotados, sobem e descem carregando pouca gente. Do lado de fora, a ampla calçada perdeu o antigo burburinho. Para Divino Olávio, a nova situação tem a ver com os cortes que Caiado fez no quantitativo de funcionários comissionados. Tanto, diz ele, que circulando pelo prédio é possível encontrar salas desocupadas, apenas com os móveis e computadores em silenciosa prontidão. Mas é provável que a explicação vá um pouco mais adiante: há, sim, certo distanciamento da nova gestão em relação à sociedade. O novo governo é autossuficiente e não desenvolveu ainda, se é que vai desenvolver um dia, canais de comunicação com personalidaes e instituições – englobando-se aí a classe política, que tem participação zero nas decisões governamentais. Em consequência de tudo isso, raras são as pessoas, além dos servidores, que têm alguma coisa a fazer ou são chamadas ao Palácio Pedro Ludovico.

REVOGAÇÃO DOS INCENTIVOS DA ENEL VAI REPERCUTIR MAL

Caso venha a ser aprovada pela Assembleia Legislativa – e parece que o será – a revogação dos incentivos fiscais concedidos à Enel, quando comprou a Celg, tende a ter repercussão nacional e trará prejuízos para o governador Ronaldo Caiado junto ao governo federal. É que, inevitavelmente, tratar-se-á de uma quebra de contrato, que afeta a credibilidade do processo de privatizações no Brasil como um todo. Há um mês, o presidente do BNDES Joaquim Levi telefonou a Caiado, para reclamar da medida e também da CPI da Celg-Enel, instalada pelos deputados estaduais.

SEM OPOSIÇÃO, GOVERNO TROPEÇA NAS SUAS PRÓPRIAS PERNAS

O governador Ronaldo Caiado, politicamente, só tropeça nas próprias pernas. É ele mesmo a fonte dos seus desgastes porque, no que depende da oposição, o seu caminho é seguro e limpo. O nome que poderia liderar o contraponto ao seu governo seria o do ex-governador Marconi Perillo, que desistiu da tarefa e se exilou em São Paulo, onde pena para sobreviver ao cerco judicial de que é alvo. Caiado, portanto, vai tocando a sua gestão sem maiores entraves políticos (pelo menos quanto a aqueles que deveriam se opor a ele) a não ser os que ele mesmo cria, como a fatídica e infeliz decisão de não pagar o mês de dezembro ao funcionalismo – raiz de todos os desgastes da sua administração e provavelmente responsável por derrubar a sua aprovação para a metade do que obteve na eleição (há pesquisas indicativas nesse sentido, em municípios de importância como Aparecida, Anápolis e Catalão, embora não estadualmente ainda). Em resumo, a oposição ao novo governo é fraquíssima. Ou inexistente.

EM RESUMO

  • Um dos argumentos do Palácio das Esmeraldas contra o orçamento impositivo é que ele beneficia também os deputados de oposição, quando deveria servir só aos governistas. Não teria sentido ajudar adversários.

 

  • Com mais de 100 funcionários no setor de comunicação e edição online, a Assembleia Legislativa está com o seu portal de transparência atrasado. As informações disponíveis referem-se à gestão do presidente Zé Vitti.

 

  • É mais apagada do se imaginava a estrela do ex-senador Wilder Morais no andamento do atual governo. Na pasta da Indústria & Comércio, a sua única atividade é procurar empresas interessadas em se instalar em Goiás.

 

  • O ex-deputado federal Thiago Peixoto não assumiu uma diretoria da Gerdau, como se anunciou. Ele, na verdade, aguarda o resultado da seleção a que se submeteu para voltar a estudar nos Estados Unidos.

 

  • Ponto para a secretária da Economia Cristiane Schmidt: quando o governador Ronaldo Caiado prometeu quitar as folhas do seu governo dentro do mês trabalhado, ela disse que não seria possível. E não foi.

 

  • Existe preocupação entre os deputados mais conscientes com a falta de agenda positiva para a Assembleia Legislativa. Temas como sede própria e transferência da capital para Rio Verde são fracos e não convencem.

 

  • No evento de revitalização da Praça Cívica, neste domingo, iniciativa do governador Ronaldo Caiado, chamou muita atenção a falta de atrações culturais e artísticas. A Secretaria de Cultura não marcou presença.

 

  • O apoio do PTB a Marconi Perillo foi sempre retribuído com uma secretaria de peso. Agora, Jovair e o filho Henrique Arantes fecharam com Ronaldo Caiado em troca de R$ 30 mil em cargos e 2 superintendências.

 

  • O prefeito Iris Rezende pediu aos seus auxiliares próximos que, na sua presença, não toquem no nome do presidente da Câmara Romário Policarpo, seja qual for o assunto. Iris não quer ouvir falar no vereador.