DESPESAS COM FUNCIONALISMO E MANUTENÇÃO SOBEM NO ATUAL GOVERNO, MESMO SEM AUMENTOS OU ADMISSÕES
Mesmo com todas as medidas de contenção adotadas pelo governador Ronaldo Caiado, o balanço do Estado quanto ao 1º semestre do novo governo mostra que as despesas do funcionalismo subiram entre 14 e 15% - e isso sem que nenhum aumento de salário tenha sido concedido ou admitidos novos servidores (ao contrário, o número de comissionados foi reduzido). Além disso, as despesas correntes aumentaram em mais de 8%, apesar da anunciada revisão de contratos e da propalada diminuição dos custos da máquina administrativa. Isso só não levou a um agravamento da crise fiscal alegada por Caiado porque, seguindo uma tendência dos dois últimos anos, a arrecadação de ICMS subiu sem parar e proporcionou um acréscimo de quase R$ 1 bilhão à receita estadual. Esses números mostram o tamanho do desafio enfrentado pela atual gestão, que hesita em promover reformas verdadeiramente capazes de mudar o modelo vigente de desequilíbrio entre receita e despesa – reformas que teriam como inevitável consequência o desgaste da imagem do governador.
FAZ 20 ANOS QUE A POLÍTICA DE CATALÃO GIRA ENTRE ADIB E JARDEL
A cogitação da candidatura do ex-deputado Jardel Sebba a prefeito de Catalão, no ano que vem, enfrentando pela terceira vez seu ferrenho adversário Adib Elias, que deverá tentar a reeleição, mostra que a política local está estagnada há 20 anos, girando em torno dos mesmos atores. Mesmo porque, se não for Jardel, o candidato será o seu filho e herdeiro Gustavo Sebba, atualmente no 2º mandato como deputado estadual. As cabeças catalanas mais esclarecidas gostam de se referir à sua cidade como a “Atenas de Goiás”, em alusão ao seu glamour cultural (tem várias universidades e 10 teatros), econômico (duas montadoras de veículos estão ali instaladas) e político (suas lideranças sempre foram estadualizadas). Na verdade, não é nada disso. Trata-se de uma paróquia extremamente provinciana e com um nível baixíssimo em se tratando de debate eleitoral, em que as picuinhas pessoais sempre sobrepujaram o interesse público. E, pelo que se vê, não muda.
CIRO GOMES ACONSELHA CAIADO A NÃO ADERIR AO RRF: “PREJUDICA GOIÁS”
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, várias vezes candidato a presidente da República, deu uma entrevista à rádio Sagres que passou despercebida, mas merece atenção. Do alto da sua experiência de vida pública, ele aconselhou o governador Ronaldo Caiado a não aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, caso as portas venham a ser abertas para Goiás. Ciro Gomes lembrou o governador goiano que há saídas para a crise fiscal do Estado sem passar por um remédio tão amargo como o RRF e sem descartar ativos preciosos – cuja privatização é exigida pelo programa. Segundo a sua avaliação, a austeridade fiscal radical trouxe problemas para o Rio de Janeiro, experiência que fez com que Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que chegaram a pleitear a sua inclusão, desistissem da ideia. Ele também acha que o RRF só se justificaria para Goiás se a economia estadual não tivesse a força e a pujança que tem hoje.
E A PROPOSTA DE UMA COMISSÃO PARA DEBATER O RRF? COMO VAI FICAR
O governador Ronaldo Caiado não respondeu, até agora, à proposta do presidente da Assembleia Lissauer Vieira para a formação de uma comissão com representantes de todos os Poderes para debater a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal. A ideia deu protagonismo para Lissauer e incomodou o Palácio das Esmeraldas, onde o deputado é malvisto e até em alguns momentos mais acesos considerado como adversário político. O receio é que Caiado se torne caudatário da discussão pública sobre o RRF e é por isso que o secretário de Governo Ernesto Roller levou um puxão de orelhas após a notícia de que tratou diretamente com Lissauer da hipótese da comissão, sem consultar previamente o governador. Outro complicador: ninguém, dentro do governo do Estado, nem a sua maior autoridade, tem certeza sobre o que fazer para superar a crise fiscal, muito menos no caso do severo RRF.
IRIS É ADMINISTRADOR NOTA 10, SEGUNDO ATESTA O TESOURO NACIONAL
TA 10, SEGUNDO ATESTA O TESOURO NACIONALO NACIONALIris Rezende passou os dois primeiros anos do seu atual mandato na prefeitura de Goiânia debaixo de um imenso desgaste. Não é exagero dizer que beijou a lona. Mas antes da contagem chegar ao número 10, conseguiu se reerguer. E como. Viu-se de repente que a prefeitura da capital estava inteiramente recuperada financeiramente e suas burras se abarrotavam de dinheiro. Muito dinheiro. Talvez mais de bilhão, que agora, no terceiro ano do mandato, está sendo aplicado em obras de impacto espalhadas por toda a cidade. E a cereja do bolo acabou de chegar: a Secretaria do Tesouro Nacional aprovou um financiamento de R$ 780 milhões, junto a Caixa Federal, para que Iris possa aplicar… em mais obras. É um troféu e tanto para Iris. Um diploma de bom gestor, talvez o melhor que Goiás já viu. Não há dúvidas: ele faz a mais espetacular administração da sua vida como homem público.
CASSAR A CONCESSÃO DA ENEL OU RETOMAR A CELG: NÃO VAI ACONTECER
Noticia-se a probabilidade de medidas do governo federal contra a Enel, que iriam desde uma revogação da concessão para explorar a distribuição de energia em Goiás até a devolução da Celg ao governo do Estado. Logo após mais uma das suas tantas visitas a Brasília, o governador Ronaldo Caiado anunciou bombasticamente que teria obtido o apoio do presidente Jair Bolsonaro para imprensar a companhia contra a parede e fazê-la alvo de decisões radicais – como, por exemplo, uma intervenção ou, no limite, a sua expulsão do território goiano. Isso não vai acontecer. Se Caiado e a maioria dos goianos estão insatisfeitos com a Enel, isso jamais levaria a uma reversão de um processo de privatização que, no final das contas, comprometeria a imagem do Brasil pelo mundo afora. Uma arremetida do governo federal contra a Enel teria repercussão mundial e afetaria a imagem do país quanto as privatizações que o presidente Jair Bolsonaro pretende fazer, a principal da quais já está programada e é justamente no setor elétrico: a Eletrobrás.
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