MOTIM DO CEARÁ PODE CONTAMINAR O RESTO DO PAÍS, MAS NÃO É O CASO DE GOIÁS: CAIADO ESTÁ BEM COM A PM
Há preocupação na maioria dos Estados a respeito de movimentos de insubordinação dos contingentes das forças de segurança, em especial a tropa da Polícia Militar, depois do motim que teve desdobramentos trágicos no Ceará e só agora acabou, depois de apresentar como saldo até um senador da República baleado com dois tiros. Entretanto, não parece ser o caso de Goiás. Aqui, o governador Ronaldo Caiado tem criado um nível de proximidade com os trabalhadores da polícia bem maior do que os seus antecessores. Caiado vai a todas as formaturas de PMs e prestigia 100% dos eventos da corporação. Seu nome costuma ser adotado para batizar turmas de novos militares, oficiais ou não. Logo no início do seu mandato, o governador Caiado extinguiu a figura do soldado de 3ª classe, que ganhava R$ 1.500 mensais, e efetivou uma equiparação salarial que triplicou esse valor. Em parceria com o governo federal, entregou no fim do ano passado 1.400 pistolas 9mm, da marca Sig Sauer, uma das melhores do mundo, e mais de 316 mil munições aos PMs de Goiás. O investimento, com a aquisição total de 2.600 armas, foi de R$ 4,3 milhões, inédito na história da corporação goiana. O próximo passo é resolver a questão da data-base do segmento, que os governos passados não pagavam, e resolver uma demanda sobre reposição salarial correspondente a dois anos. Mas está bem encaminhado até agora.
CIDADANIA TINHA 9 CANDIDATOS A PREFEITO E AGORA FALA EM 100 A 120. COMO ASSIM?
Na cerimônia em que se filiou ao Cidadania, o vice-governador Lincoln Tejota anunciou o propósito de lançar entre 100 a 120 candidatos a prefeito, em todo o Estado, pelo partido. Mas não resta dúvida de que há muita gordura nesse número. Antes de Tejota, o Cidadania, segundo seu próprio presidente nacional, o ex-deputado federal Roberto Freyre, só tinha nove candidatos previstos em Goiás, que agora, milagrosamente, aumentaram em mais de 10 a 12 vezes. O efeito positivo da chegada do vice-governador não é capaz de explicar esse salto espetacular – daí a desconfiança sobre o exagero da meta. Falar em 20 ou 30 seria mais realista.
CACIFE DO CORONEL ADAILTON AINDA É BAIXO PARA DISPUTAR A ELEIÇÃO EM ANÁPOLIS
Na expectativa de uma expulsão negociada do PP, o que permitiria a sua transferência para um novo partido sem correr o risco de perder o mandato, o deputado estadual Coronel Adailton anda dia e noite para cima e para baixo por toda a Anápolis – em pré-campanha para a prefeitura. Nas eleições passada, para a Assembleia, ele teve pouco mais de 6 mil votos na cidade, menos de um quarto, por exemplo, do que alcançou Antônio Gomide (que passou dos 27 mil) e a metade do conquistado por Amilton Filho (com seus 12 mil votos). Seu cacife político, portanto, é muito baixo para enfrentar o desafio da eleição em um colégio que caminha para a volta aos trilhos da história com a iminência da devolução do poder local a Antônio Gomide – depois do resultado extravagante e sem retorno para a população que foi a vitória de Roberto Naves em 2016. E anotem, leitoras e leitores: o PP dificilmente fará negócio com Coronel Adailton, para viabilizar a sua candidatura contra a tentativa de reeleição de Naves.
VEM AÍ A 1ª CONDENAÇÃO DE MARCONI, POR CAIXA 2 NA CAMPANHA DE 2006
É muito difícil que o ex-governador Marconi Perillo se livre de uma condenação no processo a que responde, juntamente com o também ex-governador Alcides Rodrigues, pela prática de caixa 2 na campanha de 2006, que elegeu o primeiro para o Senado e o segundo para o governo. Nesse mesmo caso, em maio do ano passado, Alcides foi condenado a mais de 10 anos de prisão. A denúncia do Ministério Público Eleitoral aponta notas frias, alteração de contratos e manipulação de valores da campanha para carros de som e panfletagem em benefício dos dois. Além disso, os então candidatos foram acusados de arregimentar servidores comissionados para trabalhar na campanha e utilizar bens públicos móveis e imóveis. Há farturas de provas nos autos.
VICE DE GUSTAVO MENDANHA: PONTE ENTRE APARECIDA E O GOVERNO DO ESTADO
Tatá Teixeira, secretário de Articulação Política do prefeito Gustavo Mendanha e filho do ex-prefeito Norberto Teixeira, é a melhor aposta para preencher o cobiçado lugar de companheiro de chapa da reeleição de Mendanha – posição que o atual vice, Veter Martins, do MDB, luta encarniçadamente para preservar. Estrategicamente filiado ao Podemos, Tatá Teixeira representaria uma ponte com o governador Ronaldo Caiado, que hoje conta com o apoio incondicional do partido do deputado federal José Nelto. É bem provável que o ex-prefeito Maguito Vilela e seu filho Daniel venham a atuar para impedir essa que seria uma espécie de composição em última análise benéfica para Aparecida, mas indesejada para eles, que rejeitam qualquer aproximação com Caiado.
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