POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
SUMIÇO DE GRACINHA INDICA QUE ELA FOI ENQUADRADA PARA SE AFASTAR E DEIXAR DE SE INTROMETER NO GOVERNO
Não é coincidência: os indiscutíveis avanços do governo do Estado quanto à sua articulação na Assembleia Legislativa, onde parece estar se formatando finalmente uma base de apoio segura e confiável (ainda a confirmar), têm tudo a ver com o afastamento da primeira dama Gracinha Caiado - que desde meados de agosto deixou de marcar presença ostensiva ao lado do marido e, mais importante, parou de conversar e negociar com deputados e agentes políticos. Ao mesmo tempo, ela desligou os motores das suas redes sociais, onde, nas últimas semanas, só apareceu postando alguns poucos vídeos institucionais da OVG e nada mais. Tudo indica que Gracinha foi enquadrada, de alguma forma, para assumir uma postura mais discreta e condizente com a tradição da posição que ocupa, não mais se apresentando como uma espécie de governadora que vinha metendo a colher de pau em todos os assuntos da órbita do Palácio das Esmeraldas. O encolhimento tem a ver com o esquentamento do debate político, quando o governador Ronaldo Caiado chegou a baixar o nível, segundo ele, em defesa dos seus familiares, que estavam no alvo de críticas pesadas da oposição. Sem o passionalismo da primeira dama, a temperatura das conexões com a Assembleia esfriou e as coisas, finalmente, podem chegar a uma situação de normalidade, do ponto de vista dos interesses governistas no Legislativo.
UEG HIPERTROFIADA: METADE DOS SEUS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS SERÃO DEMITIDOS
Vem vindo uma crise aí: a Universidade do Estado de Goiás está passando por dificuldades financeiras imensas e vai reduzir o seu quadro de pessoal em mais da metade do contingente atual. Cerca de 700 professores serão demitidos, além de um número parecido de funcionários da área técnica e administrativa. Não se pode dizer que a culpa é única e exclusivamente do governador Ronaldo Caiado, que herdou uma instituição repleta de problemas e agigantada, sem a menor base estrutural e muito perto de ser considerada dispensável dentro da realidade do ensino superior em Goiás. Está, por exemplo, presente em 40 municípios, quando não poderia passar de 10. Oferece 160 cursos de graduação e quase 100 especializações, a maioria sem afinidade com o mercado estadual de trabalho. Mais cedo ou mais tarde, algo teria que ser feito. E parece que chegou a hora.
FOLHA DE DEZEMBRO: UM DOS MAIORES ERROS JÁ COMETIDOS POR UM GOVERNANTE
Vale uma última palavra sobre a quitação, há poucos dias, da folha de dezembro dos servidores estaduais: não pagar, em janeiro, foi um dos maiores erros jamais cometidos por um governante em Goiás. O resultado: mais de seis meses de desgaste contínuo, que pode ser aferido nos comentários negativos postados às pencas nas redes sociais do próprio governador Ronaldo Caiado. O atraso deu também uma imagem de paralisia para a nova gestão, nos seus meses iniciais, e projetou uma ideia de incapacidade para resolver desafios, corroendo a confiança da população. É um estrago que vai demorar para ser consertado.
IRIS, PODENDO SER CANDIDATO, NUNCA DEIXOU DE SER. EM 2010, ELE SERÁ DE NOVO
Iris Rezende é um sucesso como prefeito de Goiânia. Resolveu o desacerto financeiro que herdou dos seus antecessores, organizou a prestação dos serviços que são de responsabilidade municipal e lançou obras que nunca antes, pelo volume e impacto na cidade, foram vistas antes na capital. Faz, enfim, a melhor administração da sua vida. É um portfólio e tanto, que deve levar o goianiense a uma pergunta ao comparecer às urnas em 2020 para escolher quem comandará o Paço Municipal por mais quatro anos: por que mudar o que está dando tão certo? Sim, porque ele será candidato. É vazia toda essa conversa sobre a sua intenção ou não de disputar a próxima eleição. Iris, em toda a sua vida política, nunca deixou de disputar qualquer eleição para a qual estivesse bem posicionado. Ele vai estar lá, na urna eletrônica, à disposição do eleitor goianiense. E ao lado de adversários que não estarão a altura de representar qualquer alternativa para o seu nome.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA VAI FICAR PARA CADA ESTADO E MUNICÍPIO FAZER A SUA
Para azar do governador Ronaldo Caiado, que aposta em uma solução vinda do Congresso para incluir Estados e municípios na reforma da previdência, poupando os governadores de cortar benefícios do funcionalismo público, é pacífico entre deputados federais e senadores que isso não vai acontecer. A justificativa, agora, é que os erros dos governantes estaduais e municipais, com a aprovação das suas respectivas não pode ficar corrigindo os erros replicados pela suas Assembleias e Câmara, terão que ser corrigidos por eles mesmos. “Governadores, prefeitos e Parlamentos de todo o Brasil foram responsáveis pelo endividamento dos Estados e pelo caos fiscal vigente hoje. Então, que assumam a responsabilidade e resolvam as suas crises. Nós estamos fazendo a nossa parte, em nível federal, eles que eliminem os defeitos do passado”, resumiu a senadora do Tocantins Kátia Abreu.
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