MESMO EM UMA DAS VICE-PRESIDÊNCIAS DO PSDB, CÉLIO SILVEIRA QUER SAIR PARA GARANTIR UM FUTURO POLÍTICO
A inclusão do deputado federal Célio Silveira como um dos vice-presidentes na chapa que assumiu o diretório nacional do PSDB é uma tentativa do ex-governador Marconi Perillo de segurar o parlamentar nas hostes tucanas. É público e notório que Célio Silveira está incomodado com os desgastes que as sua ligações com Marconi estão causando à sua imagem, principalmente depois que, ao votar na comissão especial da Câmara pela transferência do Coaf do Ministério da Justiça para o da Economia, recebeu um tsunami de críticas ácidas nas redes sociais. E tanto que ele, no plenário, mudou de posição e se definiu pela manutenção do órgão fiscalizador com o ministro Sérgio Moro. Célio Silveira está convencido que o tucano-mor de Goiás se transformou em um político tóxico, que contamina negativamente todos os que são identificados com ele. Ele quer se reciclar em outra legenda e assim preservar suas chances de sobrevivência política.
LISSAUER VIEIRA VOLTA A ENTRAR EM CONFRONTO COM CAIADO
Depois de uma fase de aproximação com o governador Ronaldo Caiado, quando chegou a levar deputados insatisfeitos para conversar e beber um vinhozinho no Palácio das Esmeraldas, o presidente da Assembleia Lissauer Vieira voltou a se distanciar dos interesses do Executivo. Ele está insatisfeito com a demora no repasse do duodécimo a que o Legislativo tem direito – que nunca foi cumprido por nenhum governador e hoje mostra uma defasagem mais ou menos de R$ 16 milhões por mês. Lissauer Vieira e Caiado, na verdade, ressentem-se até hoje das sequelas do processo sucessório na Assembleia que derrotou o candidato oficial Álvaro Guimarães e desaguou numa solução que o governo considerou pouco palatável, pelo menos na época. Não existe e parece difícil existir um diálogo franco entre os dois. E agora as coisas estão colocadas assim: ou Caiado resolve o problema do duodécimo ou haverá um rompimento definitivo.
CÓDIGO DE ÉTICA APROVADO PELO PSDB É FROUXO COM OS INVESTIGADOS
A convenção nacional do PSDB aprovou um código de ética frouxo, que mantém no partidos todos os nomes investigados por corrupção – como o deputado federal Aécio Neves e os ex-governadores Marconi Perillo e Beto Richa. Mas o governador de São Paulo João Dória, novo mandachuva dos tucanos, que impôs na presidência o ex-ministro Bruno Araújo, disse que vai continuar insistindo na tese de que os enrolados devem se afastar para se defender e só retornar depois da conclusão dos seus processos, caso sejam inocentados. De todos os atingidos pelas “recomendações” de Dória, o único que teve a cara dura de aparecer na convenção foi Marconi, que chegou no começo e ficou até o fim.
RECURSOS DO FCO PARA O GOVERNO DE GOIÁS SERÃO DECIDIDOS PELO STF
Caso o presidente Jair Bolsonaro cumpra a suposta promessa que fez ao governador Ronaldo Caiado de enviar uma Medida Provisória ao Congresso propondo o desvio de um terço dos recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, o FCO, para utilização pelos governadores para suprir suas necessidades financeiras, a questão está destinada, em última análise, a ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal. É que o FCO tem a destinação das suas verbas estabelecida por dispositivo inscrito na Constituição Federal, que prescreve a iniciativa privada como beneficiária única das suas fontes de crédito, nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país. O PSDB de Goiás, por exemplo, já avisou que pretende levar o tema ao STF, caso a mudança desejada por Caiado venha a ser efetivada através de MP – caminho que um dos mais qualificados advogados constitucionalistas do Estado considera frágil e inadequado. “Não dura cinco segundos no Supremo”, disse a esta coluna.
ESTADOS TERÃO QUE SE VIRAR COM AS SUAS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA
Notícia ruim para o governador Ronaldo Caiado: o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira, vai retirar Estados e municípios das mudanças nas aposentadorias. O texto que caminha para ser aprovado no Congresso deixará para governadores e prefeitos a responsabilidade de passar leis ordinárias em suas Assembleias e Câmaras para que as novas regras de previdência dos servidores da União valham também para seus regimes próprios. Caiado, para fugir do desgaste que esse debate provocará com o funcionalismo em Goiás, tinha preferência por uma solução que viesse de cima, de cumprimento obrigatório, que ele apenas seria forçado a implantar sem entrar em uma discussão deletéria com os servidores estaduais. Não deu certo.
ROMÁRIO POLICARPO É SÓ UMA NOTA DE PÉ DE PÁGINA. OU UMA ANEDOTA
O vereador Romário Policarpo, que eventualmente é presidente da Câmara Municipal, quer ser candidato a prefeito de Goiânia. Teoricamente, é um direito que o assiste, desde que esteja em condições legais de elegibilidade. Mas, politicamente, é uma pretensão que pode ser definida como próxima de uma anedota. Para viabilizar a candidatura, Romário Policarpo vai, mais uma vez, mudar de partido, deixando o PROS e passando a integrar o Patriotas. Ele foi eleito pelo PTC, o que significa que chegará ao recorde de trocar de sigla uma vez por ano, no seu mandato iniciado em 2017. Já é um começo ruim para qualquer projeto político, mostrando oportunismo e falta de compromisso com ideias e propostas. Que, a propósito, deveriam vir antes de qualquer outra coisa no caso de alguém que tem a intenção de se sentar na cadeira principal do Paço Municipal. O rapaz, nesse sentido, é um saco vazio. E, pior, não parece querer deixar de ser.
CRISE NOS PRESÍDIOS DO AMAZONAS PODE SE ESPALHAR PELO PAÍS
Ainda localizada no Amazonas, a crise nos presídios pode ter repercussão nacional se for considerado o histórico das disputas entre facções criminosas que dominam o sistema penitenciário do país. Há dois anos, uma rebelião em nas cadeias de Manaus deu início a uma onda de retaliações em vários presídios em outros Estados. Ainda não está claro se o conflito que deixou mais de 50 mortos no Amazonas tem potencial para se espraiar pelo país, mas é óbvio que o governo de Goiás deveria acender o sinal amarelo, ainda mais diante da tradição de rebeliões nas unidades estaduais de detenção – que continuam superlotadas e em estado precário de manutenção.
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