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COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 01 De Fevereiro De 2021

01/02/2021 às 07h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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HOSPITAL MUNICIPAL DE APARECIDA, VITRINE MARQUETEIRA DO PREFEITO GUSTAVO MENDANHA, É QUASE UM ESCÂNDALO

Se chover forte, na região do Hospital Municipal de Aparecida, UTIs são alagadas e leitos molhados. Considerado e exibido como o diamante da vitrine administrativa do prefeito Gustavo Mendanha, o estabelecimento, na verdade, está repleto de problemas graves e até hoje não consegue funcionar a contento, apesar da suposta parceria anunciada com o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Uma extensa matéria publicada pelo jornal o Hoje e assinada pelo repórter investigativo Eduardo Marques conta uma história preocupante. Faltam remédios básicos, que precisam ser solicitados às famílias dos internados. Pacientes Covid-19 são misturados com outros que não têm a suspeita da doença. Enfermeiras denunciaram que não havia a menor condição de receber pacientes graves de Manaus, mas o prefeito Gustavo Mendanha insistiu em fazer média e autorizou o acolhimento de 14 – dos quais quatro já morreram e mais quatro estão no mesmo rumo. Administrado por uma organização social envolvida em repetidos escândalos policiais, afastada sumariamente da gestão de três outros hospitais do Estado, pode ser que seja o caso de uma intervenção no Hospital Municipal de Aparecida. Antes que coisas piores aconteçam. A saúde em Aparecida é um caos. O secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, que está condenado à prisão em 1º grau por desviar recursos do Hospital Araújo Jorge, tirou férias nos primeiros 20 dias de janeiro. A mulher do secretário de Fazenda, André Rosa, comandava um esquema de superfaturamento de exames, despachando dentro das próprias instalações do HMAP. Ambos tiveram os gabinetes, na prefeitura, vasculhados por agentes policiais obedecendo a mandados judiciais. Todos, intimados para depor no inquérito, recusaram-se a responder às perguntas alegando o direito constitucional de não produzir provas contra si mesmos. É um escândalo.

VILMAR ROCHA SEMPRE NEGOU, MAS A VERDADE É QUE O PSD É CENTRÃO RAIZ

Nada irrita mais o presidente estadual do PSD Vilmar Rocha do que lembrar a ele que o partido que comanda em Goiás integra o nefasto grupo parlamentar do Centrão, na Câmara Federal. Até certo tempo atrás, Vilmar Rocha era “negacionista”, isto é, não aceitava essa verdade e tentava explicações para mostrar que o PSD mantinha distância desse núcleo fisiológico – que também abriga grande número de deputados processados por corrupção. Mas a realidade está aí. A legenda está inclusive entre as que primeiro fecharam com a candidatura do sinistro Arthur Lira a presidente da Câmara, apoiado às custas de verbas públicas pelo presidente Jair Bolsonaro. O PSD, portanto, é Centrão raiz. Se alguém quiser torrar a paciência de Vilmar Rocha, é só falar nesse assunto com ele.

PARA CONCLUIR A OBRA DE DEMOLIÇÃO DO PSDB, ZÉ ELITON VAI ASSUMIR O PARTIDO

O PSDB em Goiás não tem freios para o seu desmonte e extinção como partido político outrora relevante. O primeiro passo para o precipício foi o lançamento da candidatura do então governador Zé Eliton, sem a menor densidade eleitoral e sem sequer contar com o apoio unânime da tucanada goiana. Resultado, Zé Eliton acabou sendo o coveiro do Tempo Novo, morto e enterrado a partir da sua campanha mal sucedida. Agora, dizem que o ex-governador Marconi Perillo, maior nome da sigla, está convocando o próprio, ou seja, Zé Eliton, para assumir a presidência estadual do PSDB a partir deste mês de fevereiro e, assim, concluir a sua obra de demolição de uma legenda que mandou em Goiás, sem limites, por 20 anos consecutivos. Zé Eliton não é, nunca foi e nunca será político. É um bom advogado eleitoralista, só isso. Acha que fazer política é plantar notinhas na coluna Giro, em O Popular.

CONSELHO POLÍTICO PARA AJUDAR ROGÉRIO CRUZ A ADMINISTRAR GOIÂNIA É ABERRAÇÃO

O estelionato eleitoral do MDB, que resultou na eleição de um prefeito fisicamente incapacitado para Goiânia, segue produzindo consequências cada vez mais deletérias. O Diário Oficial do município publicou semana passada decreto do prefeito Rogério Cruz criando um “conselho político”, formado por oito membros da sua equipe e pelo presidente estadual do MDB Daniel Vilela, que não tem posição alguma no organograma da prefeitura, o que sugere algum tipo de irregularidade (usurpação de poder, delito tipificado no Código Penal). Esse grupo vai “assessorar” a tomada de decisões do prefeito. Juízo passou a ser atributo raro no Paço Municipal. É uma aberração sem tamanho. Goiânia será gerida por nove cabeças, mais a de Rogério Cruz. A bomba relógio do alto do Park Lozandes está armada e qualquer hora explode. Tic-tac, tic-tac.

“CONCILIAÇÃO” E “PACIFICAÇÃO”, LEGADO DE MAGUITO QUE O FILHO É OBRIGADO A HONRAR

Ninguém é perfeito, menos ainda na política. Maguito Vilela nunca foi o “conciliador” e o “pacificador” do perfil que agora, após a sua morte, arranjaram para ele a título de pós-verdade. O real é que ele era tocado pelas picuinhas do dia a dia, sempre superficial e distante, impenetrável pelo tom cortês com que pautava suas relações. Fez gestões e mandatos sem realizações capazes de chamar a atenção da História (a não ser pela desastrosa venda da usina de Cachoeira Dourada, maior erro que um gestor estadual já cometeu em Goiás). Porém, com os retoques que a sua biografia ganhou após a sua morte, vai acabar dando a Goiás uma contribuição da máxima importância: “conciliador” e “pacificador” agora passaram a ser atributos notáveis para qualquer liderança em Goiás. Entrou na moda. Em especial, no caso filho Daniel Vilela, que com certeza contempla hoje a transferência do pai para a eternidade e o que ficou de alegoria como um farol para o seu próprio destino na política. Menos impulsividade. Menos frieza. Mais humanidade. Ele pode e deve, sim, assumir o figurino que o marketing da posteridade vestiu em Maguito. Já está convivendo com o governador Ronaldo Caiado, a quem, depois da eleição de 2018, só dirigia críticas e alfinetadas irônicas e desrespeitosas. Cabe a ele agora ser mais que o pai e ir além de posar sorridente ao lado de governantes de outros partidos, como as fotografias que Maguito foi pródigo em produzir no período em que estava na prefeitura de Aparecida e Marconi Perillo no Palácio das Esmeraldas, em uma espécie de “conciliação” e “pacificação” de fachada. Daniel Vilela vai querer? Ninguém sabe. Mas, para honrar o legado arranjado para o pai, o único caminho é esse.

EM RESUMO

  • Tem uma panelinha da família Vilela mandando na prefeitura de Goiânia. Já são vários parentes em cargos bem remunerados. A patota deve ser reforçada pela nomeação da viúva de Maguito Vilela, Flávia, para uma secretaria social.

 

  • O prefeito de Anápolis Roberto Naves encomendou um plano de marketing para estadualizar o nome e se preparar para futuros voos como candidato a deputado estadual ou federal ou até como integrante de chapas majoritárias.

 

  • Os dois irmãos – Adriano e Joel – do ex-ministro Alexandre Baldy demitidos do governo do Estado e da Assembleia não são os únicos nomes indicados por ele para cargos estaduais. Há muito mais. E provavelmente vão ser todos exonerados.

 

  • A maior obra do governador Ronaldo Caiado, que vai inscrever seu nome em lugar de destaque na história de Goiás, é provar que a criminalidade pode ser contida. Ele conseguiu: Goiás hoje é o Estado com maior índice de paz social.

 

  • A entrevista do ex-ministro Alexandre Baldy cobrando apoio do governador Ronaldo Caiado à candidatura de Arthur Lira e ameaçando não apoiar a reeleição em 2022 foi uma prova de absoluta e irrestrita imaturidade política.

 

  • O “conselho” com 9 membros criado pelo prefeito Rogério Cruz para orientar a sua gestão é uma fantasia política e uma inviabilidade administrativa. Ninguém consegue governar com tanta gente dando palpite.

 

  • Duas das 17 Policlínicas prometidas pelo governador Ronaldo Caiado na campanha já estão funcionando. Até o final do ano, entre 7 a 9 serão entregues. E as restantes no ano que vem. Elas serão a vitrine para a campanha de 2022.

 

  • Tudo indica que somente o DEM e o MDB terão chapas competitivas para eleger deputados federais e estaduais em Goiás, em 2022. Com a proibição das coligações, para os demais partidos será um Deus nos acuda.

 

  • O que o prefeito Rogério Cruz e seu staff chamam de “cidade inteligente” é apenas um sistema de videomonitoramento de ruas como o já existente em Aparecida, que até hoje não mostrou para que serve ou que utilidade tem.