BASE NA ASSEMBLEIA SERÁ TESTADA COM O ORÇAMENTO IMPOSITIVO
A votação da emenda que torna obrigatório o pagamento das emendas apresentadas pelos deputados ao orçamento do Estado, prevista para os próximos 15 dias, deverá definir se é verdade que o governador Ronaldo Caiado tem uma base de apoio na Assembleia... ou não. A apreciação da matéria tem sido protelada através de manobras desesperadas dos poucos parlamentares ostensivamente identificados com o Palácio das Esmeraldas, à espera da composição da tal base de apoio – que está sendo trabalhada com afinco pelo secretário de Governo Ernesto Roller, na base da distribuição de cotas de R$ 30 mil em cargos no governo e mais duas diretorias de lambujem para os interessados. Há quem acredite que, mesmo assim, o chamado orçamento impositivo será aprovado, não só por se tratar de um movimento de afirmação do Poder Legislativo, mas também como resposta ao descaso com que o próprio Caiado trata a maioria dos deputados estaduais.
GOIÁS DAS MALAS DE DINHEIRO, QUE ESTADO É ESSE?
Goiás tornou-se palco de uma série de escândalos envolvendo a administração estadual. Investigações policiais sucessivas levaram à prisão de eminências palacianas como o ex-presidente da Agetop Jaime Rincón, o ex-presidente da Codego, Júlio Vaz, o então presidente da Saneago José Taveira e uma infinidade de funcionários do governo - e até daquele que está no topo da cadeia alimentar do Tempo Novo, Marconi, que também foi parar no xilindró. Malas e mochilas de dinheiro começaram a aparecer em uma sucessão de notícias impactantes para os goianos, que, aliás, parece não ter fim: nesta semana mais duas foram apreendidas pela Polícia Federal em poder nada mais nada menos que do ex-chefe de gabinete do ex-governador tucano, Luiz Alberto de Oliveira, no desdobramento das apurações sobre um rolo de proporções milionárias na Saneago que tem até as digitais do ex-vice e ex-governador tampão Zé Eliton. Que Estado é esse? O que fizeram com Goiás? Somos um dos líderes nacionais no ranking da corrupção. Só perdemos para os R$ 51 milhões em dinheiro vivo encontrados pela polícia em um apartamento em Salvador do ex-vice-presidente da Caixa Federal Geddel Vieira Lima. Como se sabe, também em malas. Provavelmente, o Rio de Janeiro de Sérgio Cabral também está à nossa frente, mas é só. Somos uma vergonha nacional.
MORTES DE CRIANÇAS EM HOSPITAIS ESTADUAIS: ALERTA A CAIADO
A morte de duas crianças, uma nos corredores do Hospital Materno-Infantil e outra o Hospital de Urgências de Trindade, deveria servir ao menos para chamar o governador Ronaldo Caiado à realidade e fazê-lo entender que precisa parar de falar e finalmente passar a agir concretamente para fazer a mudança que anunciou na campanha e o fez destinatário de uma votação histórica – que deu a ele vitória no 1º turno. O Hospital Materno-Infantil, em especial, é emblemático para Caiado. Somente depois de tomar posse, ele o visitou quase 10 vezes, achou tempo até para inaugurar uma incubadora e o envolver em uma das grandes sacadas de marketing do seu governo, ao mandar leiloar dois carros de luxo da frota do Palácio das Esmeraldas e entregar os recursos arrecadados ao estabelecimento. A perda de duas crianças, exatamente quando Caiado completou três meses de mandato, é um tapa na cara dele e da sociedade, que tem sido complacente com uma gestão que tarda em avançar e até hoje não saiu do discurso político para apresentar medidas que realmente levem alento para a população. Três meses são muito tempo.
MARCONI ESTÁ CONTRATUALMENTE PROIBIDO DE FAZER POLÍTICA
Descobriu-se que o ex-governador Marconi Perillo, no contrato de consultoria que assinou com a Companhia Siderúrgica Nacional, foi proibido de continuar exercendo atividades políticas, em Goiás ou em qualquer outro lugar. A cláusula, evidentemente, visa a preservar a CSN de reflexos negativos que poderiam advir da exposição de Marconi a polêmicas próprias do meio partidário, já que a companhia é lista na Bolsa de Valores e deve se submeter a rigorosos parâmetros de governança para evitar prejuízos aos seus acionistas. A volta do ex-governador para Goiás, onde poderia liderar a oposição a Caiado e fazer a defesa do seu suposto legado, está portanto descartada. Não vai acontecer tão cedo.
REFORMA ADMINISTRATIVA SERÁ MODESTA E NÃO FECHARÁ ÓRGÃOS
A segunda parte da reforma administrativa do governador Ronaldo Caiado vai decepcionar quem esperava mudanças profundas na máquina do Estado. Não há previsão para o fechamento de órgãos ou diminuição de cargos comissionados, além do que já foi feito até agora.
PSDB VIRA PARTIDO MAIS IDENTIFICADO COM A CORRUPÇÃO QUE O MDB
A última operação policial contra figuras de renome do PSDB goiano, em especial o ex-governador tampão Zé Eliton, consolidam o partido como muito mais identificado com a corrupção que o MDB/PMDB em Goiás, mesmo com os seus escândalos mais conhecidos como os casos Astrográfica e Caixego. As estripulias financeiras envolvendo gastos milionários superfaturados na Saneago e dificilmente explicáveis confirmam que os tucanos só se mantiveram no poder, durante 20 anos, graças ao uso abusivo das benesses governamentais e o absoluto desprezo pela honestidade e correção de princípios. O braço pesado da lei mostra que, nos anos dourados do PSDB em Goiás, simplesmente havia uma quadrilha instalada na administração estadual. Nada mais.
EM RESUMO